Café puxa exportações do agronegócio e Minas Gerais alcança recorde de US$ 18,1 bilhões
A diversificação dos mercados e a alta qualidade dos produtos do agronegócio fizeram com que Minas Gerais registrasse um novo recorde nos embarques do setor. Somente nos primeiros 11 meses do ano, a movimentação financeira gerada com as exportações chegou a US$ 18,1 bilhões, superando em quase 13% o valor total registrado em 2024, de US$ 17,1 bilhões. Entre os principais produtos exportados, o café manteve a liderança.
Conforme dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), ao todo, 643 produtos agropecuários compõem a pauta exportadora do setor e foram embarcados para 177 países. Ao longo dos 11 primeiros meses de 2025, o volume exportado somou 15,3 milhões de toneladas, o que representa redução de 6,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, explicou que, mesmo diante de desafios como o tarifaço imposto pelos Estados Unidos, o agronegócio mineiro seguiu registrando resultados positivos.
“2025 foi mais um ano muito positivo para a balança comercial e para as exportações do nosso agro em Minas Gerais. Apesar do tarifaço e das dificuldades no comércio, já que os Estados Unidos são nosso segundo maior comprador, principalmente nas pautas do café e da carne bovina, conseguimos resultados muito importantes”, avaliou.
Fernandes ressaltou a importância do setor para as exportações gerais do Estado e a participação relevante do café. Segundo ele, os US$ 18,1 bilhões gerados em exportações representaram 44% de tudo o que foi exportado por Minas Gerais.
“Desses 44%, em torno de 51% ou 52% vieram do café, que é o principal produto da pauta de exportação. O café, sem dúvida, vem mantendo o protagonismo, seguido pelo complexo soja e, depois, pelo setor sucroenergético, no qual Minas Gerais é o segundo maior produtor do País. Temos também as florestas plantadas, os insumos florestais, que compõem os quatro primeiros produtos da pauta de exportação”, concluiu.
Mesmo com menor volume exportado, café liderou as exportações
Conforme dados da Seapa, as exportações de café totalizaram US$ 10,16 bilhões, alta expressiva de 41%. A valorização do grão, cuja cotação passou de US$ 4.212 por tonelada para US$ 6.807 por tonelada, foi importante para compensar a queda de 12% registrada no volume embarcado.
As exportações de soja movimentaram US$ 2,8 bilhões, com o embarque de 7 milhões de toneladas, quedas de 11% e 3%, respectivamente. Conforme a Seapa, o produto sentiu os efeitos de uma procura internacional mais moderada e de preços globais em queda.
No mesmo período, o setor sucroalcooleiro movimentou US$ 1,9 bilhão, queda de 22,5%, com o embarque de 4,3 milhões de toneladas, o que representa redução de 13,7%. Os produtos florestais — celulose, madeira e papel — movimentaram US$ 916 milhões em exportações, valor 11,6% menor. Já o volume embarcado, de 1,5 milhão de toneladas, aumentou 1,9%.
Quanto às carnes, o desempenho foi impulsionado pela conjuntura favorável de preços e demanda, especialmente da carne bovina. A receita de todo o setor — bovina, suína e frango — alcançou US$ 1,7 bilhão no período, alta de 7% em relação ao mesmo período de 2024. Já o volume total ficou em 463 mil toneladas.
A Seapa destaca que, em 2025, houve uma mudança estratégica no perfil das exportações do agronegócio mineiro, com o fortalecimento de nichos de maior valor agregado, a exemplo dos ovos e derivados, que apresentaram crescimento de 150%, seguidos de perto pelas frutas (75%), alimentos diversos (55%) e pelo mel natural, que avançou 31%.
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