Agronegócio

Exportações devem alcançar recorde de 80 mi/t, com forte demanda da China

São Paulo – O Brasil deverá exportar um recorde de cerca de 80 milhões de toneladas de soja em 2018, contando com uma forte demanda da China, mas também terá de realizar atípicas importações da oleaginosa dos Estados Unidos para atender suas próprias necessidades, avaliou ontem a Agribrasil, empresa que atua na originação de grãos.

A conta da Agribrasil para a exportação do País considera o total já embarcado, a programação de navios e a expectativa de exportações entre outubro e dezembro.

Contudo, o Brasil teria de importar cerca de 1 milhão de toneladas de soja dos EUA, que não estão vendendo quase nada para a China desde que Pequim, em guerra comercial com Washington, implantou em julho uma tarifa de 25% sobre a oleaginosa norte-americana.
Com uma safra recorde de soja sendo colhida nos Estados Unidos e o Brasil com estoques pequenos após exportações recordes, principalmente para a China, o mercado tem especulado já há algum tempo sobre compras brasileiras nos EUA.

“Soja americana virá em breve pro Brasil”, afirmou o presidente da Agribrasil, Frederico Humberg, que atua no setor há quase 30 anos, tendo trabalhado anteriormente em várias multinacionais.

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Ainda não há confirmação de negócios do Brasil com os EUA, os maiores produtores globais da oleaginosa. Anteriormente, a possibilidade de compras de soja norte-americana já havia sido comentada pela associação de exportadores do país, a Anec.

Compras de soja pelo Brasil ajudariam os EUA a lidar com seu excedente, em momento em que os norte-americanos já buscam vender mais para a Europa, como forma de escoar uma parte da produção antes comprada pela China.

As importações totais do Brasil somariam 1,25 milhão de toneladas, com parte vindo também do Paraguai, ante compras totais de 250 mil no ano passado.

Enquanto os prêmios pagos pelos chineses pela soja brasileira elevam as cotações no País e apertam as margens da indústria nacional, nos Estados Unidos os preços da oleaginosa estão oscilando perto de mínimas em dez anos, o que ajudaria na efetivação de importações pelo Brasil.

Humberg destacou que, considerando as exportações do Brasil no ano até agosto (65,9 milhões de toneladas), mais cerca de 4 milhões já carregados em setembro e outros 3,6 milhões de toneladas previstos nos line-ups dos navios, o País já teria exportações garantidas de cerca de 73,5 milhões de toneladas.

“Estimo que podemos ter mais 6 a 7 milhões de toneladas de exportação nos meses de outubro, novembro e dezembro, e com isso chegaríamos ao recorde de 80 milhões de toneladas de exportação”, explicou.

Essa previsão de exportação do Brasil, maior exportador global do produto, supera a projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), divulgada no início de setembro, que apontou 76,1 milhões de toneladas, o que já representaria um crescimento de quase 12% ante 2017. (Reuters)

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