Exportações do agronegócio mineiro têm alta de 20,8%

Os embarques do agronegócio mineiro continuam apresentando alta no faturamento, e Minas Gerais pode encerrar 2021 com recorde no valor movimentado pelas negociações internacionais do setor. Com a valorização das principais commodities no mundo, os ganhos foram ampliados em 20,8% e somaram US$ 7,78 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. Em relação ao volume exportado, houve queda de 3,2%, com 6,4 milhões de toneladas enviadas.
Entre os principais destaques de Minas estão a soja, o café e o grupo das carnes. Os dados são da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Nos primeiros nove meses de 2021, as exportações do agronegócio representaram 26,1% da receita total dos embarques feitos por Minas Gerais, que foi de US$ 29,8 bilhões.
O subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez, explica que os resultados do setor são muito positivos e se o ritmo das negociações no quarto trimestre for mantido, a tendência é de encerrar 2021 com as exportações superando os US$ 10 bilhões. O maior valor registrado é de 2011, quando os embarques movimentaram US$ 9,7 bilhões.
“Nossa expectativa é superar, em 2021, o recorde de exportações do agronegócio de Minas. O maior resultado que tivemos foi em 2011, quando os embarques chegaram a US$ 9,7 bilhões. Até setembro, chegamos a US$ 7,7 bilhões e restam os resultados dos últimos três meses do ano. Se considerarmos a média, a gente vai superar o valor de 2011 e chegar a mais de US$ 10 bilhões, recorde da série histórica”, afirmou.
No mesmo intervalo, as importações do setor agropecuário somaram US$ 710 milhões, valor que ficou 39,1% maior que nos primeiros nove meses de 2020. Em volume, as importações chegaram a 510 mil toneladas, variação positiva de 25,4%.
Com o resultado, a balança do agronegócio mineiro encerrou os nove primeiros meses de 2021 com um saldo de US$ 7 bilhões, avanço de 19,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
Resultado positivo também foi verificado nos preços das commodities. Devido à alta demanda e ao dólar valorizado, o valor médio da tonelada cresceu 24,76%, saindo de US$ 634,74 para atuais US$ 791,91.
Café mantém hegemonia
Dentre os produtos embarcados, o café respondeu pela maior parte das exportações do setor, 38,87%. A receita movimentada com as exportações do grão apresentou alta de 18,2%, encerrando o período de janeiro a setembro em US$ 3,02 bilhões. Ao todo, foram exportadas 1,23 milhão de toneladas de café, crescimento de 8,7%.
Albanez destaca que a participação do café na pauta exportadora, que chegou a superar mais de 60%, caiu nos últimos anos em função da maior diversificação e aumento dos embarques de outros produtos, como o complexo soja, carnes e sucroalcooleiro.
“O café respondia por 66% das exportações, hoje, o faturamento do grão continua crescendo, mas outros produtos aumentaram a participação, como complexo soja, carnes e sucroalcooleiro. Diversificamos e aumentamos a participação de outros produtos, tanto é que hoje a soja e as carnes, somados os resultados, dão o valor do café. Anteriormente, mesmo que somássemos todos os produtos, não conseguíamos chegar ao valor do café. Isso é muito importante”, destacou.
O complexo soja também encerrou o intervalo com alta em faturamento. De janeiro a setembro, o setor foi responsável por 26,1% das exportações do agro de Minas Gerais. Houve crescimento de 22,3% na receita gerada com os embarques, que totalizou US$ 2,03 bilhões.
O volume ainda está inferior ao registrado em igual período do ano passado. Ao todo foram embarcadas 4,45 milhões de toneladas de produtos do complexo soja, 3,7% menor.
No período, a demanda mundial maior gerou valorização do valor médio da tonelada dos produtos do complexo soja. Enquanto a tonelada era negociada a US$ 358,64 nos primeiros nove meses de 2020, este ano o volume foi cotado a US$ 455,7, variação positiva de 27%.
Dentre os produtos que compõem o complexo, o destaque foi a exportação de soja em grãos, que cresceu 21,4% em receita, US$ 1,8 bilhão, com a exportação de 4,1 milhões de toneladas, queda de 4,4%.
Carnes
Em carnes, os resultados foram positivos tanto em faturamento como em volume embarcado. O segmento respondeu por 12,42% das exportações do setor no Estado. Aumento de 29,8% foi visto no faturamento (US$ 966,3 milhões) e de 17,7% no volume, que somou 283,2 mil toneladas.
No período, os embarques de carne bovina cresceram 29,2% em valor, que ficou em US$ 739,83 milhões. Foram exportadas 148,3 mil toneladas, volume 9,1% maior que o anterior.
A exportação de carne de frango cresceu 39,4% em receita, que alcançou US$ 183,2 milhões. O volume embarcado, 114,4 mil toneladas, aumentou 36,3%.
O faturamento gerado com as negociações de carne suína somou US$ 33,6 milhões, aumento de 7,1%. Já em volume foi verificada queda de 3%, com o embarque de 16,3 mil toneladas de carne suína.
As exportações do complexo sucroalcooleiro subiram 5,9% em faturamento e caíram 4,5% em volume, gerando uma receita de US$ 829,6 milhões e embarque de 2,6 milhões de toneladas.
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