Falta previsibilidade no crédito, diz presidente da New Holland

Ribeirão Preto – A falta de previsibilidade na liberação de crédito agrícola é o principal entrave do agronegócio brasileiro, por não permitir o planejamento dos produtores rurais no campo.
A afirmação é do italiano Carlo Lambro, presidente mundial da New Holland, uma das gigantes no agro global, para quem o Brasil tem uma vantagem em relação a outros países por ter condições de produzir a safrinha e por ter soluções agronômicas e práticas econômicas muito avançadas no campo, o que significa, em sua avaliação, que terá um “futuro muito, muito positivo”.
“Sinceramente, o único tema que gera dificuldade em nossa operação no Brasil é o tema do financiamento, BNDES. Somos parte de uma cadeia, supply chain, muito longa (…) Se para, temos dificuldade de todo lado. Muitos anos que chego ao Brasil e a gente está sempre esperando, a essa altura, o Plano Safra”, afirmou.
De acordo com Lambro, para uma empresa como a New Holland, que produz e vende no Brasil 35% das colheitadeiras fabricadas por ela no mundo, a gestão de plano de produção e de entregas fica difícil com o cenário anual de incertezas.
“Se eu estivesse sentado no Ministério da Economia ou da Agricultura, nesse momento, com esta dificuldade em outro país, com esta dificuldade de produção, com essa questão da parte agrícola, eu incentivaria. Afinal o problema não é saber se o juro é 15%, 18%. É saber planejar.”
Diretor de Mercado Brasil da marca, Eduardo Kerbauy concorda e disse que um denominador comum entre os diversos fabricantes que atuam no país é a previsibilidade.
“Independentemente de quanto, mas quando começa, quando termina. A gente sabe, vai começar em julho, mas o montante, a parte de juros (não). Se a gente tivesse uma previsibilidade, sendo uma notícia boa ou ruim, o agricultor vai se planejar e vai fazer. Essa é a nossa demanda, a nossa pauta, de ter maior previsibilidade.”
Essa incerteza vira um gargalo para o setor, de acordo com Kerbauy, porque toda a cadeia está preparada e não se sabe como o mercado vai reagir por não ser possível ver o cenário até o fim do ano.
Independentemente do cenário econômico, a marca tem apresentado na retomada das feiras comerciais no País o trator movido a biometano, equipamento que, na avaliação de Lambro, atenderá futuramente principalmente equipamentos médios, enquanto os pequenos deverão ser elétricos e os maiores, movidos a hidrogênio.
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