Festival valoriza o Queijo Cabacinha feito no Jequitinhonha

Entre 15 e 17 de setembro, em Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha, será realizada a segunda edição do Festival Queijo Cabacinha. O evento é considerado essencial para a capacitação dos produtores, promoção e divulgação da iguaria. Em julho deste ano, com a publicação da Lei nº 24.379, o Queijo Cabacinha foi considerado Patrimônio Cultural e Imaterial de Minas Gerais e está passando atualmente pelo processo de caracterização, que permitirá a regularização das queijarias.
Conforme o presidente da Associação dos Produtores de Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha (Aprocaje), José Valério de Souza Filho, as expectativas em relação ao evento são muito positivas.
“A expectativa é muito boa. Pedra Azul está muito envolvida com a questão do queijo cabacinha”.
O Festival tem programação ampla, incluindo desde parte técnica de capacitação dos produtores até exposição dos queijos.
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Uma das principais ações do festival é o Seminário do Queijo Cabacinha. Hoje, 15 de setembro, serão realizadas diversas palestras voltadas para a regularização do produto.
Entre os assuntos, serão abordados os processos necessários para normatização do queijo cabacinha e os queijos artesanais de Minas Gerais. Também haverá a apresentação de um case de sucesso. O produtor Everson Pereira, que produz o Requeijão Moreno, irá mostrar como foi passar pelo processo de regularização e como os negócios avançaram.
Gastronomia
Além dessas ações, programação abrange a gastronomia. Haverá a Cozinha Show no dia 16 de setembro. O chef de cozinha Sérgio Gustavo Barcelos Viggiano, vai preparar um prato diferenciado tendo o cabacinha como principal ingrediente.
Além disso, terá apresentação de pratos preparados por 15 estabelecimentos da cidade, que utilizaram o o queijo cabacinha como ingrediente principal.
“Estamos com um chefe de cozinha criando novos pratos com o Cabacinha em 15 estabelecimentos da cidade. A repercussão tem sido muito boa e os empresários estão muito receptivos. No sábado, durante o evento, teremos a cozinha show, onde será desenvolvido prato com cabacinha”.
Conforme o presidente da Aprocaje, no Festival do Queijo Cabacinha, os visitantes também poderão participar da exposição dos queijos e haverá degustação da iguaria.
“O evento é muito importante para a região. Nosso produto tem qualidade e estamos trabalhando na melhoria dos processos. O Cabacinha pode mudar a realidade de muitas pessoas aqui do Vale. A região precisa de iniciativas que promovam o desenvolvimento, que gerem empregos e renda. O nosso queijo tem esse potencial”, explicou Souza Filho.
Estímulo à produção do Cabacinha
A secretária de Planejamento e Desenvolvimento de Pedra Azul, Amanda Xavier Soares, também está otimista com o evento. O festival faz parte das diversas frentes de ações que estão em desenvolvimento para a promoção e valorização do queijo Cabacinha.
O produto, que é tradicional e cultural da região, também é visto como um agente promotor do desenvolvimento. A secretária explica que durante um ano, em parceria com o Sebrae, foi feita uma consultoria para desenvolver projetos para o município de curto, médio e longo prazos. No projeto, foram elencados os potenciais, fraquezas, deficiências e análise das potencialidades do produto.
“A partir daí, identificamos o queijo Cabacinha como produto cultural, tradicional da região. Começamos a pensar nas ações para a promoção dele. A primeira ação de marketing do produto é o Festival, mas são várias as ações em curso”.

Dentre elas, a pesquisa que vem sendo feita pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O estudo, que deve ser concluído no início de 2024, vai servir de base para que o queijo, fabricado no Estado há mais de 80 anos, possa ser, finalmente, regulamentado.
Enquanto o estudo está em curso, os produtores da região têm passado por capacitações que visam aprimorar os processos produtivos e a estrutura das queijarias. Também há ações para levar tecnologias ao campo, que promovam o aumento da produção do queijo.
“No município, já implementamos o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) para registrar os queijos após a conclusão dos estudos e adaptação dos produtores às regras. Estamos com trabalhos para sensibilizar produtores, estimulando que eles se unam em associação. O Sicoob vai criar uma linha exclusiva de crédito para fomentar e dar condições do produtor melhorar a estrutura das queijarias. Nunca houve na região um trabalho tão direcionado para o Cabacinha e isso é um marco para a gente”, finalizou Amanda Xavier.
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