Agronegócio

Frutas e hortaliças ficam mais caras com temperaturas altas e troca de safra

Valores de algumas frutas e hortaliças subiram de forma significativa em outubro, aponta o boletim Prohort
Frutas e hortaliças ficam mais caras com temperaturas altas e troca de safra
Foto: Alessandro Carvalho

As altas temperaturas estão impactando nos preços das frutas e hortaliças. Conforme os dados do 11º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em outubro, foi verificada, frente a setembro, altas expressivas nos preços na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Além do calor, o que acelera a maturação dos itens e aumenta a demanda, a troca de safras também interferiu nas cotações. Entre as maiores altas de preços estão a cebola, 18,58%, a melancia, 20,77%, e a laranja, 18,56%.

Conforme a gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres, assim como na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, em várias partes do País a cotação das frutas e hortaliças tiveram elevação ao longo do último mês em comparação a setembro.

“A alta é reflexo das condições climáticas ou do deslocamento da região fornecedora dos produtos”, disse.

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Temperaturas impactam nos preço das frutas e hortaliças

Os reajustes mais significativos foram vistos nos preços das frutas. Na Ceasa Minas, por exemplo, dos cinco itens pesquisados, três tiveram alta. A maior variação foi no preço da melancia. O quilo da melancia foi cotado, em média, a R$ 2,59, superando em 20,77% o praticado em setembro. A alta é resultado do encerramento de safras em algumas das regiões produtoras e da maior demanda, estimulada pelas altas temperaturas. 

O calor registrado também teve influência na demanda pela laranja em outubro, enquanto que a oferta pela fruta registrou diminuição. No caso da laranja, a alta também foi expressiva, 18,56%, e o quilo negociado a R$ 2,65.

“Ao longo do mês, a demanda esteve forte devido ao calor e, no período, houve uma menor oferta da laranja para o mercado de mesa. O produto tem sido destinado à indústria para produção de suco. Isso acontece pelo preços mais valorizados para os produtores”, disse Juliana.

O mamão também ficou mais caro em outubro. O preço subiu 17,53% e chegou a R$ 4,41 por quilo. A alta foi a segunda maior do País, atrás apenas de São Paulo, onde a variação chegou a 21,69%. A comercialização da fruta na RMBH subiu 10%.

Frutas em queda

Entre as frutas, houve queda nos preços da banana e da maçã. No caso da banana, as altas temperaturas aceleraram o amadurecimento das frutas, assim foi destinado mais produto ao mercado. Dessa forma, o preço recuou 18,10% em outubro frente a setembro. No período, o quilo foi negociado a R$ 2,87. 

O preço da maçã ficou menor em 0,25%, assim, o quilo foi negociado a R$ 7,44. “A maior concorrência com outras frutas de final de ano, que já estão entrando no mercado, aliado ao aumento das importações e a uma demanda que não está alta pelos preços elevados contribuíram para segurar o aumento dos preços da maçã”. 

Hortaliças

No caso das hortaliças, a maior alta foi verificada nos preços da cebola. Conforme os dados da Conab, na Ceasa Minas de Contagem, o quilo foi negociado a R$ 2,81, superando, assim, em 18,58% o valor praticado em setembro. 

 A gerente de Produtos Hortigranjeiros da Conab, Juliana Torres, explica que a troca de regiões em safra ajudaram os preços a subir, não só em Minas, mas em todas as regiões pesquisadas no Brasil. A comercialização cresceu 10% na RMBH. 

“Em outubro, houve uma inversão do movimento de queda de preços que era vista desde o início do ano. Até então, o abastecimento era feito pela produção vinda, principalmente, de Minas Gerais e São Paulo. Mas, houve um aumento de produtos vindos de Santa Catarina. Assim, o deslocamento da oferta faz com que haja aumento dos preços pela mudança dos custos operacionais e logísticos”. 

Alta também na batata. O quilo foi negociado, em outubro, a R$ 2,03, resultando, então, em um aumento de 2,20%. O final da safra de inverno justifica a variação.  

Apesar do aumento dos dois itens, outras três hortaliças registraram queda. O quilo da cenoura caiu 18,58%, sendo negociado, então, a R$ 2,08. 

O preço do quilo do tomate retraiu 11,65%, chegando a R$ 3,74. “No mês, houve um aumento da oferta de tomate, que foi provocada pela aceleração da maturação do fruto devido às altas temperaturas nas áreas produtoras”. 

No caso da alface, a retração ficou em 4% e o quilo cotado, em média, a R$ 5,42%.

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