Agronegócio

Frutas têm queda de preços nas Ceasas

Boletim da Conab abrange 11 Centrais
Frutas têm queda de preços nas Ceasas
Na banana, queda tem influência por maior oferta da nanica | Crédito: Divulgação

A maior oferta de alguns produtos e a menor demanda por parte dos consumidores influenciaram no movimento de queda nos preços praticados para banana, laranja, mamão e melancia. É o que revela o 1º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). Por outro lado, o documento, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revela que a transição de safras está entre os principais fatores que influenciaram na alta das cotações no último mês de batata e tomate nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas.

No caso da banana, a queda de preços é influenciada principalmente pela maior oferta da nanica. As principais regiões produtoras desta variedade foram favorecidas, em novembro, por chuvas e temperaturas adequadas para o enchimento nos cachos e posterior venda em dezembro e janeiro. Por sua vez, a banana prata teve a oferta controlada sendo que ocorreram, inclusive, aumentos nas cotações no decorrer do último mês de 2022, explicado tanto pelo menor investimento na cultura nas praças do Sudeste bem como pela ocorrência das chuvas restringindo a oferta e a qualidade do produto. Nos primeiros dez dias de janeiro, a Conab continua verificando esse comportamento distinto entre as variedades com tendência de estabilidade ou alta de preços para a prata e queda nas cotações da nanica.

Cenário semelhante é encontrado para o mamão, com oferta controlada para o papaya, enquanto o formosa teve registro de pequeno aumento de produção em regiões baianas, potiguares e cearenses.

No caso da laranja, o mês atípico de dezembro – com Copa do mundo, no início, e a concorrência com as frutas do Natal, no fim do mês, como ameixa e pêssego, acarretou em menor consumo. Com isso, os preços tiveram tendência de queda na maioria das centrais analisadas.

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Para a melancia, além das particularidades de dezembro, o clima mais chuvoso levou a um menor fluxo de comercialização, impactando negativamente as cotações. Outro importante fator para esta redução é a maior oferta da fruta nos mercados analisados em virtude do aumento do volume produzido em São Paulo.

Entre as frutas analisadas no documento, apenas a maçã teve alta nos preços em dezembro. Os estoques nas companhias classificadoras estão baixos o que pressiona as cotações.

Hortaliças

Se a maioria das frutas teve redução de preços em dezembro, por outro lado, batata e tomate ficaram mais caros nos mercados analisados. Esse aumento é explicado pela finalização da safra de inverno e entrada, ainda insuficiente para atender a demanda, da safra das águas.

A mesma situação é verificada para o tomate, onde ocorre a transição da safra de inverno para o verão. A alta da média ponderada de preço em dezembro foi de 18,37% em relação à média de novembro. Os níveis atuais de disponibilidade do fruto nos mercados não sustentam os preços, pressionando-os para cima.

A Conab também verificou aumento para a alface. Mas nesse caso, as cotações estão diretamente ligadas às condições climáticas das regiões produtoras. Além disso, com as temperaturas mais elevadas no verão, a demanda pelas folhosas tende a aumentar, mantendo os preços em alta.

Por outro lado, a batata, por exemplo, subiu de preço no País | Crédito: Alisson J. Silva

Mais queda

Na contramão, cebola e cenoura tiveram tendência de diminuição nos valores de comercialização praticados. Em Curitiba, por exemplo, o preço do bulbo caiu 24,86%. Fato a se ressaltar é o aumento significativo da oferta da região Sul em dezembro. Na comparação entre dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021, a oferta sulista subiu mais de 400%. Mesmo com a queda registrada no mês passado, dado o longo período de alta, os preços continuam em níveis elevados.

No caso da cenoura, o preço médio ponderado caiu 4,81% em relação à média de novembro. No cômputo nacional, a oferta teve aumento de 12%, pressionando para mais uma queda nas cotações.

A pesquisa desta edição foi realizada com base nos preços das Ceasas de Belo Horizonte, São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, São José/SC, Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC. (Conab)

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