Agronegócio

Com repercussão da gripe aviária, ovos ficam mais baratos em Belo Horizonte; entenda

Por outro lado, preço da carne de frango ainda não foi impactado na RMBH
Com repercussão da gripe aviária, ovos ficam mais baratos em Belo Horizonte; entenda
Foto: Maria Teresa Leal / Seapa

O preço médio da dúzia de ovos comercializados nos sacolões de Belo Horizonte apresentou queda em junho, na comparação com o mês de abril, impactada pela repercussão da gripe aviária. Isso se deve ao embargo nas exportações, que gerou mais oferta no mercado interno e, consequentemente, queda nos preços.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo site Mercado Mineiro e pelo aplicativo comOferta.com, tanto os ovos brancos quanto os vermelhos tiveram variações negativas na casa dos dois dígitos nos últimos meses.

O valor médio da dúzia de ovos brancos caiu de R$ 12,78 para R$ 10,97, o que representa uma retração de 14,19%. Já o preço da dúzia de ovos vermelhos baixou 12,44%, passando de R$ 15,63 para R$ 13,96.

O estudo também mostra que a dúzia de ovos brancos pode custar de R$ 7,05 a R$13,90 nos diferentes sacolões da capital mineira, o que representa uma variação 97% entre os valores praticados. Já o preço da dúzia de ovos vermelhos varia entre R$ 9,05 e R$ 15,98, uma diferença de 76,57% entre o menor e maior preço nos estabelecimentos da Capital.

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Até então, o Ministério da Agricultura investiga dez casos suspeitos de influenza aviária no Brasil, sendo três deles em Minas:

  • uma ave doméstica em Novo Cruzeiro,
  • um pombo silvestre em Santo Antônio do Monte
  • e um carcará em Florestal.

Nenhum dos casos investigados no País ocorre em granja comercial.

Segundo as autoridades, apesar da gravidade da doença no setor avícola, não há risco para a saúde pública, desde que os alimentos de origem animal sejam devidamente cozidos. A transmissão para humanos é rara e, geralmente, ocorre apenas em casos de contato direto com aves infectadas em ambientes com alta carga viral.

Preço do frango ainda não é impactado pela gripe aviária

Segundo o estudo, os efeitos da gripe aviária ainda não chegaram às prateleiras dos açougues e supermercados da região, devido à redução das exportações e ao aumento da oferta de carne de frango.

No caso dos cortes de frango, cinco dos oito tipos analisados registraram leve alta em junho, na comparação com abril deste ano. O peito de frango resfriado teve o maior avanço, com variação positiva de 2,11%, passando de R$ 16,61 para R$ 16,96, enquanto o coração de frango apresentou a queda mais acentuada (-2,02%), passando de R$ 34,80 para R$ 34,10. Os outros destaques são:

  • preço do filé de peito teve leve alta de R$ 24,91 para R$ 25,24 (+1,34%);
  • preço do frango resfriado passou de R$ 12,20 para R$ 12,41 (+1.76%);
  • preço da coxa e sobrecoxa caiu de R$ 13,71 para R$ 13,56 (-1.12%).

Já na comparação com janeiro deste ano, apenas dois cortes tiveram queda: a asa resfriada (-2,09%, de R$ 18,62 para R$ 18,23) e o coração (-3,1%, de R$ 35,19 para R$ 34,10). Os maiores avanços do período foram registrados no frango resfriado (3,46%, de R$ 12,00 para R$ 12,41) e no peito resfriado (3,36%, de R$ 16,41 para R$ 16,96).

Carne de frango.
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, lembra que ainda há a possibilidade de o preço do frango ser impactado tanto pela gripe aviária quanto pelo aumento na oferta no mercado interno, causada pela redução das exportações.

“Mas é bom ficar de olho, porque esse é um mercado que tem uma demanda muito forte, devido às questões econômicas que o País tem enfrentado. O preço acaba sendo mais atrativo que a carne de porco e, obviamente, que a carne de boi. Então, é importante continuar pesquisando”, acrescenta.

Cortes bovinos e suínos

O site Mercado Mineiro e o aplicativo comOferta também realizaram uma pesquisa de preços das carnes bovinas e suínas vendidas em 45 casas de carnes na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Os diferentes cortes apresentaram estabilidade nos preços ao longo dos últimos meses.

Entre os 14 cortes de carne bovina comercializados na região, 11 tiveram alta na comparação com abril deste ano. O grande destaque foi o fígado bovino, com alta de 2,35%, passando de R$ 20,12 para R$ 20,59. Por outro lado, o preço médio da fraldinha recuou 0,45%, passando de R$ 38,84 para R$ 38,67. Os outros destaques foram:

  • o preço do filé mignon subiu de R$ 78,05 para R$ 79,26 (1,55%);
  • a alcatra passou de R$ 51,47 para R$ 52,54 (2,09%);
  • o músculo bovino subiu de R$ 36,75 para R$ 37,23 (1,31%);
  • a maminha caiu de R$ 49,41 para R$ 49,37 (-0,09%).

Já na análise frente aos valores registrados no primeiro mês do ano, dez cortes bovinos tiveram queda no preço médio, com destaque para o patinho, que recuou 2,89%, passando de R$ 47,17 para R$ 45,81. O fígado bovino teve alta de 2,09%, subindo de R$ 20,17 para R$ 20,59.

Dos 13 cortes suínos analisados na pesquisa, oito registraram variações positivas frente a abril. O valor médio do toucinho comum subiu 6,23% no período, passando de R$13,07 para R$13,88. Já a bisteca suína teve redução de 2,55%, de R$ 21,87 para R$ 21,31. Os demais destaques são:

  • o preço do pé suíno aumentou de R$ 12,08 para R$ 12,61 (4,38%);
  • o lombo inteiro baixou de R$ 25,98 para R$ 25,40 (-2,23%).

O toucinho comum (de R$ 13,19 para R$ 13,88) e o pé de frango (de R$ 11,99 para R$ 12,61) tiveram as variações mais elevadas na comparação com janeiro, com altas de 5,27% e 5,17%, respectivamente. Já o lombo inteiro registrou a queda mais acentuada no período, com retração de 4,97%, passando de R$ 26,73 para R$ 25,40.

Variação de preço nos diferentes cortes de carne

Açougue
Foto: Big Mais/Divulgação

A pesquisa também demonstra que os cortes analisados apresentaram grande diferença entre os valores praticados nos estabelecimentos. De acordo com o levantamento, esse cenário pode impactar fortemente o orçamento das famílias, principalmente, em cortes mais procurados.

Abreu aconselha que os consumidores fiquem atentos aos preços e à qualidade dos produtos, além de tentar equacionar a proximidade dos estabelecimentos. “É necessário muita cautela nesse momento, pesquisando o preço sempre para que possamos comprar produtos de primeira qualidade com preço justo”, diz.

Os cortes bovinos continuam com grande discrepância entre os valores praticados, com nove tipos registrando variações superiores a 100%. O quilo da alcatra, por exemplo, pode ser encontrado de R$ 32,98 até R$ 84,95, uma variação de 157,58%. Já a chã de dentro oscila entre R$ 31,98 e R$ 79,90, diferença de 149,84%.

No caso dos cortes de carne suína, 11 dos 13 cortes apresentaram variações igual ou superior a 100%. A costelinha suína foi novamente o grande destaque, com preços que variam entre R$ 19,98 e R$ 47,90, uma diferença de 139,74%. Já o valor da bisteca suína vai de R$ 14,99 a R$ 33,90, com variação de 126,15%. O quilo do rabinho custa de R$ 12,95 até R$ 31,90, com uma variação de 146%.

Entre os cortes de frango, o maior destaque foi o pé de frango, com preços que variam entre R$ 5,98 e R$ 14,90, uma diferença de 149,16%. A asa resfriada também apresenta grande diferença, com variação de 100,23%, sendo comercializada de R$ 12,98 a R$ 25,99 na região.

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