Agronegócio

Sigatoka Negra: doença que atinge banana é identificada no Norte de Minas

Já está em andamento um Plano de Ação para monitorar e controlar a doença que inclui a fiscalização, adesão dos produtores a um protocolo de mitigação de riscos e eliminação de bananais abandonados.
Sigatoka Negra: doença que atinge banana é identificada no Norte de Minas
Foto: Divulgação IMA

Durante uma fiscalização de rotina, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) identificou um foco da Sigatoka Negra, doença que ataca a banana, em uma propriedade no município de Jaíba, na região Norte de Minas. Imediatamente após a descoberta, foi colocado em andamento um Plano de Ação para monitorar e controlar a doença, incluindo a fiscalização e a adesão dos produtores a um protocolo de mitigação de riscos, além da eliminação de bananais abandonados.

As medidas de contenção foram definidas pelo IMA e pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) com anuência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e já começaram a ser implementadas.

Segundo o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Thales Fernandes, o resultado é oficial e, nesta terça-feira (11), foram realizadas reuniões com os produtores e lideranças da região para lançar o plano de contingência.

“Nesse momento é muito importante falar que essa praga já está disseminada em mais de 24 estados. Nós éramos o último foco de resistência de área livre no Norte de Minas, onde são sete municípios que agora não têm mais o status de área livre da Sigatoka Negra”, afirma.

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Fernandes enfatiza que é preciso conviver com essa doença, no entanto, com mitigação de risco e pulverizações nas plantações de banana a produção vai continuar. “Vamos trabalhar junto com o IMA, Emater e a Epamig – pesquisa, extensão e defesa -, para que esses produtores continuem a produzir e conviver com essa praga. O momento é de melhorar os tratos culturais e fazer todo o trabalho de defesa sanitária. Vale dizer, principalmente ao consumidor, que essa praga da banana não oferece nenhum risco para quem a consome. O dano não é tão grande quanto parece”, reforça.

O secretário de Agricultura também tranquiliza os produtores do município de Jaíba. “Essa praga não causará nenhum impacto na economia local e, principalmente, na comercialização. Este tipo de doença não contamina o ser humano e a banana poderá ser consumida tranquilamente”, destaca.

Todos os produtores de banana do município deverão aderir ao protocolo de mitigação de riscos disponível no site do IMA ou nos escritórios regionais. Aqueles que não o fizerem, sofrerão restrições sanitárias, ficando impedidos de comercializar as frutas. Também haverá fiscalização de trânsito de cargas.

Desde 2007, não havia registros de novos casos de Sigatoka Negra em áreas de grande produção de bananas em Minas Gerais. O surgimento deste foco reforça a necessidade de medidas rigorosas de controle sanitário.

Entenda o que é a Sigatoka Negra

A Sigatoka Negra é uma doença fúngica que pode comprometer a produtividade da bananicultura se não for controlada adequadamente. O maior dano provocado é a morte prematura das folhas, que causa redução da área foliar, induzindo perdas na produtividade e qualidade da fruta.

A principal consequência para a planta acometida pela praga é a diminuição do número de pencas por cacho, redução do tamanho do cacho e maturação precoce dos frutos no campo ou mesmo durante o transporte.

Veja outras medidas sanitárias que estão sendo adotadas

  • Levantamento fitossanitário no raio de um quilômetro da propriedade afetada, com inspeção de 100% das áreas produtivas.
  • Monitoramento ampliado em um raio de até dez quilômetros, abrangendo pelo menos 50% das propriedades bananicultoras.
  • Notificação dos produtores da região, que devem aderir ao Sistema de Mitigação de Riscos da Sigatoka Negra.
  • Verificação e atualização dos cadastros das Unidades de Produção (UPs) para garantir o mapeamento das áreas de cultivo.
  • Reunião com responsáveis técnicos (RTs) que emitem Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) para reforçar os protocolos de segurança sanitária.
  • Fiscalização intensificada no trânsito de cargas e caixarias, a fim de evitar a propagação da doença para outras regiões.
  • Toda e qualquer plantação de banana abandonada na região será eliminada, conforme prevê a legislação sanitária vigente.

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