Agronegócio

Inadimplência afeta 6,8% da população rural de Minas Gerais

Custo de produção elevado, variação nos preços das commodities e crédito mais caro são alguns dos motivos que impactaram na capacidade de pagamento no 2º trimestre, segundo a Serasa Experian
Inadimplência afeta 6,8% da população rural de Minas Gerais
Inadimplência atingiu 6,8% dos produtores rurais mineiros | Foto: Reprodução Adobe Stock

A inadimplência da população rural está crescendo. De acordo com o levantamento feito pela Serasa Experian, ao longo do segundo trimestre de 2025, considerando Minas Gerais, a inadimplência avançou 1% no meio rural, alcançando o índice de 6,8% dos produtores. Fatores como custo de produção elevado, variação nos preços das commodities e crédito mais caro têm comprometido a capacidade de pagamento por parte dos produtores rurais.

Assim como em Minas Gerais, conforme os dados da Serasa Experian, no Brasil, o cenário de inadimplência do agronegócio no segundo trimestre de 2025 atingiu o índice de 8,1% da população rural, apresentando, assim, uma leve alta de 0,3 ponto percentual, frente ao primeiro trimestre de 2025. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 1,1 ponto percentual.

Entre os 26 estados e o Distrito Federal, Minas Gerais registrou a quinta menor inadimplência entre os produtores rurais, ficando atrás do Rio Grande do Sul, com o índice em 4,9%, Santa Catarina (5,6%), Paraná (5,7%) e São Paulo, com 6,7%.

Conforme o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, os indicadores de inadimplência no meio rural, apesar de avançarem de forma lenta, apresentam crescimento contínuo, o que exige atenção.

“Os indicadores apontam uma piora na capacidade da população rural de manter-se adimplente. O agronegócio enfrenta desafios de fluxo de caixa e endividamento acumulados nos últimos três a quatro anos, exigindo atenção e reestruturação. O acompanhamento constante do perfil de crédito é essencial para evitar que produtores se alavanquem além da capacidade operacional, considerando seus perfis de risco”, analisa.

Pimenta ressalta ainda que fatores como custo de produção elevado, variação nos preços das commodities e crédito mais caro têm contribuído para o crescimento contínuo da inadimplência.

Quanto ao perfil dos inadimplentes, o levantamento mostrou que, em Minas Gerais, a inadimplência atingiu 6,1% dos pequenos produtores, 6,5% dos médios e 7,8% dos de grande porte. No Estado, o maior índice de inadimplência, 10,4%, foi registrado entre os produtores sem registro de cadastro rural, ou seja, arrendatários ou participantes de grupos econômicos/familiares. Conforme Pimenta, isso acontece porque os produtores que precisam arrendar terras, costumam lidar com margens mais apertadas pelo custo extra.

Em nível nacional, os arrendatários também representam a maior fatia de inadimplentes, com 10,5%. Em sequência ficaram os grandes proprietários, com 9,2% do total. Médios proprietários têm participação de 7,8% e os pequenos, de 7,6%.

O relatório destaca que as instituições que financiam atividades no campo tiveram a maior participação nas dívidas vencidas, de 7,2%. Em contrapartida, no “Setor Agro” e em “Outros Setores Relacionados” a inadimplência é pouco expressiva, de 0,3% e 0,1%. Estas duas últimas categorias representam produtos e serviços, como agroindústrias de transformação e comércio atacadista agro, serviços de apoio ao agro, produção e revendas de insumos e de máquinas agrícolas, produtores rurais, seguradoras não-vida, transportes e armazenamentos.

Para elaborar o Indicador de Inadimplência do Agronegócio da Serasa Experian foram consideradas apenas dívidas vencidas com mais de 180 dias e até cinco anos, somando pelo menos R$ 1 mil dentre aquelas que estão relacionadas ao financiamento e atividades do agronegócio.

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