Agronegócio

Laboratório valorizará o café da Chapada

Sede do instituto da região da Chapada de Minas será inaugurada hoje em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha
Laboratório valorizará o café da Chapada
A qualidade do café da Chapada de Minas terá a chancela da identificação de origem | Crédito: REUTERS/Jose Roberto Gomes

Com o objetivo de chancelar a qualidade do café produzido na região Chapada de Minas e contribuir para a divulgação da origem e agregação de valor ao café, foi instalado, na sede do Instituto do Café da Chapada de Minas (ICCM), que será inaugurada, hoje, um laboratório para avaliar os cafés da região. A construção do laboratório, que demandou aportes de R$ 110 mil, faz parte do plano estratégico de valorização da origem do café produzido na região. A sede do ICCM é em Capelinha, na região do Jequitinhonha.

O analista do Sebrae Minas, Cláudio Wagner, explica que a instalação do laboratório surgiu a partir da construção de uma marca territorial, a Chapada de Minas, em 2019. A estratégia, desenvolvida pelo Sebrae junto com os cafeicultores, tem como um dos propósitos a busca pelo aumento da qualidade do café da Chapada.

“Para que o produto alcance uma boa qualidade, através do Sebrae, foram feitas uma série de consultorias. O processo de colheita é muito importante, assim como o pós-colheita, que é o processamento, secagem, beneficiamento e armazenagem. Para verificar a qualidade é preciso de laudos laboratoriais. Por isso, a instalação do laboratório é importante para a região”.

A unidade contará com profissional certificado pela Specialty Coffee Association (SCA), o q-grade, que será responsável por avaliar e testar as qualidades dos cafés da Chapadas de Minas. Podem utilizar o laboratório produtores da região que se filiarem ao ICCM e adotarem as estratégias traçadas para a região. Os testes terão preços subsidiados, ficando abaixo da média de mercado, que gira em torno de R$ 70 a R$ 80.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“Em uma escala de 0 a 100 pontos, o café que supera 80 pontos é um café especial e ele poderá ser identificado com a origem Chapada de Minas”, explicou Wagner.

A região é relativamente nova no que se refere à estratégia de identidade de origem, que foi lançada em 2019. “A Chapada de Minas é uma região que tem uma área demarcada com 22 municípios, com uma produção média –  considerando a bienalidade – em torno de 600.000 sacas de café ao ano. A região conta com cerca de 28 mil produtores ao longo da cadeia, sendo a predominância de pequenos produtores”

Construído pelo ICCM, o laboratório será uma peça fundamental para atestar a qualidade dos cafés e ajudar os cafeicultores a terem um diferencial competitivo e melhor desempenho na venda dos grãos especiais, podendo agregar valor. 

Origem

O uso da origem Chapada de Minas também é um diferencial tão importante quanto a qualidade, já que o mercado mais exigente quer saber onde, por quem e como o grão foi produzido.

“A qualidade e a origem são atributos muito valorizados pelo mercado de cafés especiais”.

O diretor financeiro do ICCM e produtor de café na Chapada de Minas, Luiz Manuel, explica que o laboratório permitirá que o produtor conheça seu café. 

“O laboratório foi construído, principalmente, para que produtor conheça o seu café e, dentro disso, tenha condições de melhorar a qualidade durante a safra através das orientações técnicas. Ao saber a qualidade do café, ele também terá condições de saber o real valor de mercado. Quando ele não conhece a qualidade, às vezes, vende mais barato do que poderia atingir”, explicou Manuel. 

Ainda segundo Manuel, a região da Chapada de Minas tem se destacado por produzir cafés de alta qualidade e muitos compradores já têm mostrado interesse pela região em função do potencial. 

“A região é nova e com grande potencial. O ICCM tem governança e tem feito uma série de ações em benefício dos associados para que ele possa melhorar sua qualidade assim como expandir o horizonte”, disse. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas