Agronegócio

Leite pago ao produtor tem 3ª queda seguida

Em Minas, pecuarista recebeu, em média, R$ 2,73 por litro em novembro, referente à captação feita em outubro
Leite pago ao produtor tem 3ª queda seguida
Valor pago aos produtores mineiros teve queda de 7,46% no mês de novembro frente a outubro | Crédito: Divulgação

Os preços do leite, em Minas Gerais, voltaram a cair em novembro, referentes à produção entregue em outubro. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a alta na oferta e o consumo enfraquecido são fatores que explicam a queda dos valores. No Estado, o produtor recebeu, em média, R$ 2,73 por litro –  valor 7,46% inferior ao registrado em outubro. Para o próximo pagamento, a tendência é de nova redução do valor.  

Assim como em Minas Gerais, de acordo com o Cepea, o preço do leite captado em outubro e pago aos produtores em novembro registrou queda de 5,3% ou de 15 centavos por litro em relação ao mês anterior, chegando a R$ 2,69 por litro na média Brasil líquida. Esta foi a terceira queda mensal consecutiva ao produtor.

De acordo com a pesquisadora do Cepea, Natália Gringol, o consumo de lácteos na ponta final da cadeia continuou retraído, o que aumentou a pressão por preços mais

exercida por agentes de canais de distribuição nas negociações com os laticínios. 

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“Para assegurar as vendas, as cotações recuaram e a desvalorização dos derivados foi repassada ao preço do leite pago ao produtor”, disse Natália.

Ao mesmo tempo, com a regularização das chuvas, a oferta de leite aumentou no campo, reduzindo a concorrência entre os laticínios e contribuindo para a redução dos preços.

“As chuvas elevam a disponibilidade de pastagens e, consequentemente, reduzem os gastos com alimentação animal e favorecem a produção. Com isso, a captação das empresas amostradas pelo Cepea em São Paulo, Minas Gerais e Goiás cresceu 6%, 1,9% e 1% de setembro para outubro, respectivamente”, explicou. 

Apesar de registrar queda nas importações em outubro frente a setembro na comparação anual, as importações estão bem superiores. De acordo com os dados do Cepea, o volume de lácteos importado em outubro somou 172,3 milhões de litros em equivalente leite, ou seja, queda de 15% frente ao de setembro de 2022, mas 80% acima do de outubro de 2021.

De acordo com os estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), com a nova queda do valor do litro de leite, a relação de troca leite/mistura piorou para o pecuarista pelo terceiro mês consecutivo, mas ainda se encontra mais favorável que em novembro dos últimos dois anos. No mês passado, foram necessários 40,7 litros de leite para aquisição de 60 quilos de mistura, contra 45,7 litros observados em novembro de 2021.

A queda no campo já é sentida no varejo, ainda que em níveis menores. Segundo a Embrapa, no varejo, o preço da cesta de lácteos apresentou decréscimo de 3,3% em outubro, influenciado pela queda do leite UHT de 7,1%. Em 12 meses, no entanto, a cesta subiu 22,5%, ficando acima da inflação oficial brasileira, o IPCA, que acumulou 5,9% em 12 meses.

Conforme a Embrapa, para o pagamento de dezembro, todos os Conseleites do País – região Sul e Minas Gerais – indicaram nova movimentação de baixa. Para o Estado, a estimativa é que o preço do litro de leite recue 3,3% no pagamento de dezembro, referente à produção entregue em novembro.

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