Megaleite 2024 soma R$ 245 milhões em novos negócios; veja balanço do evento

A 19ª edição da Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite (Megaleite), realizada entre os dias 11 e 15 de junho, em Belo Horizonte, movimentou pelo menos R$ 245 milhões em negócios. Esse valor representa 23% a mais em novos negócios realizados durante a maior feira de pecuária leiteira da América Latina. Em cinco dias, o evento reuniu 80 mil visitantes, 100 stands de marcas do setor e um total de 160 expositores de animais.

O presidente da Associação de Girolando, entidade organizadora da Megaleite, Domício Arruda, celebra a construção de um evento democrático para a discussão de ideais e oportunidades de fomento. “Posso considerar que o evento trouxe toda a discussão da cadeia produtiva do leite e o debate sobre políticas publicas para o setor”, diz.

“Foi um evento que reuniu também a Câmara dos Deputados juntamente com as câmaras técnicas do Brasil sobre a pauta da produção de leite, com proposições sobre a qualidade de leite, e tratando de uma maneira muito forte o mercado de consumo da bebida no País e os benefícios para a população”, acrescenta Arruda.

A área destinada para o pasto concentrou cerca de 1.500 animais entre as raças Girolando, Gir Leiteiro, Holandês, Guzerá, Guzolando, Jersey, Simental e búfalos. “A raça Girolando alcançou um alto nível de qualidade genética e está contribuindo para tornar o Brasil mais competitivo no mercado de leite”, considera o especialista pecuário e jurado do evento, Celso Menezes.

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Segundo ele, as vacas expostas produziram 100 kg de leite por dia. “Com todos os recordes e qualidade dos animais, a Megaleite deixa um recado ao mundo: temos recursos naturais e genéticos que permitirão ao Brasil alcançar a liderança na produção mundial de leite”, conclui.

Inovação impulsiona expansão da cadeia produtiva

Ainda segundo Domício Arruda, a Megaleite é um evento nacional de criadores de todas as regiões do País, no qual toda a cadeia produtiva se movimenta para participar. Além deles, participam também os prestadores de serviço, as empresas técnicas, as empresas de tecnologia e estudantes.

O público diverso busca acompanhar as discussões e aproveitar tanto a feira quanto as visitas técnicas às propriedades no entorno de Belo Horizonte em busca de conhecimento e de negócios.

“Um dos principais objetivos desse evento é a difusão das novas tecnologias. Estamos em um momento de grandes novidades que surgem no mercado”, diz o presidente da Megaleite.

O evento, segundo ele, tem a função de abrir espaço para inovações e ser palco para fomento de novas tecnologias que podem compreender a Inteligência Artificial (IA) e outros recursos de inovação.

“Podemos destacar, dentre as novidades, as tecnologias de monitoramento de rebanhos e para estudo e análise de material genético, e também as novas tecnologias para equipamentos, que são muitas”, pontua Domício Arruda.

“As empresas que são parceiras têm o papel de trazer essas tecnologias para o evento, e temos também as palestras com consultores do segmento. Mas, sobretudo, essas empresas parcerias buscam trazer novidades que vão desde as tecnologias voltadas aos alimentos para melhorar a qualidade animal e a qualidade do leite, até recursos para monitoramento e acompanhamento de cio, de estresse térmico, da informatização de ordenha e outros fatores por meio de colares e brincos via sinal de satélite”, acrescenta.

Megaleite tem vacas recordistas e datas definidas para a próxima edição

Com números de destaque tanto em presença de público como em movimentação financeira, a Megaleite, de acordo com Domício Arruda, obteve dois recordes de produção de leite no Torneio Leiteiro da raça Girolando.

A vaca Fanny FIV Kingboy 131 FGS Sapucaia, de Laranjal, na Zona da Mata, é um destes recordes. O animal de propriedade do expositor Fernando Gonçalves dos Santos bateu o recorde que era mantido desde 2015. Fanny produziu 306,960 kg/leite, com média de 102,320 kg/leite.

Outro recorde registrado durante o Megaleite 2024 foi para a vaca jovem Tradição FIV Elixir, de Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que produziu 268,670 kg/leite, com uma média de 89,557 kg/leite. De propriedade do expositor José Freire Neto, ela bateu o recorde que vinha sendo mantido desde a Megaleite de 2019.

O evento também registrou um número recorde de comitivas internacionais participantes da programação. Empresários e representantes da Índia, Colômbia, México, Equador, El Salvador, Costa Rica, Panamá, Bolívia e Venezuela se somaram ao mercado brasileiro em dias de imersão e de fomento.

Para o ano que vem, a Megaleite já tem data confirmada para acontecer. A 20ª edição, segundo a organização, será realizada entre os dias 17 e 21 de junho, em Belo Horizonte.