Agronegócio

Mel do Norte de Minas é exportado para a Bélgica 

As expectativas em relação às exportações de mel são positivas e a tendência é que a Coopemapi realize novos embarques
Mel do Norte de Minas é exportado para a Bélgica 
Méis produzidos por apicultores ligados à Coopemapi são certificados e registrados | Crédito: Cooperami/Divulgação

A organização e a capacitação dos apicultores de Guaraciama e Bocaiuva, no Norte de Minas, está gerando resultados positivos. No último mês, através da Cooperativa de Apicultores do Norte de Minas (Coopemapi), foram exportadas 15 toneladas de mel silvestre orgânico a granel para a Bélgica. A exportação do produto é vista como um importante diferencial, que além de mostrar a qualidade superior do produtos também gera mais rentabilidade aos apicultores. 

O embarque é resultado de uma série de ações que foram desenvolvidas na região. Com apoio do Agro.BR, projeto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), os produtores se organizaram e investiram nos processos visando o mercado de exportação. 

As expectativas são positivas e a tendência é realizar novos embarques. Além da Bélgica, o mel também já foi embarcado para os Estados Unidos, Portugal, Espanha, China, Alemanha e Itália.

Conforme o consultor do Agro.BR para Minas Gerais e Espírito Santo, Paulo Március Silva Campos, através do Agro.BR, os produtores participantes são assistidos por cerca de dois anos.

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Neste período, são diversos os trabalhos desenvolvidos, que vão desde capacitação, passando por certificações internacionais, desenvolvimento de catálogos de produtos em cinco línguas, rodadas de negócios, participação em feiras internacionais, entre outras iniciativas. 

“Ao ingressar no programa, o produtor terá assistência ao longo de dois anos. Eles serão orientados e colocados em contato direto com o comprador internacional. Desta forma, poderão realizar as exportações de forma direta através de programas de aterrissagem, como as rodadas de negócios, eventos virtuais e presenciais, feiras e missões internacionais, setoriais e/ou multissetoriais”. 

O projeto, que é exclusivo para produtores da agricultura familiar, associações, cooperativas para empresários do agronegócio e agroindústrias, gera boas oportunidades para os produtores

“Os méis exportados são de qualidade diferenciada, certificados e registrados. A cooperativa já realizou outros embarques, além da Bélgica, como para os Estados Unidos e Alemanha. O objetivo é ampliar o mercado. Há negociações para ingressar no mercado do Canadá e estão tentando os países árabes”.

Ainda segundo Campos, os associados, no mínimo, participam de dois a cinco eventos internacionais. Através da CNA/Faemg, a Coopemapi está participando da feira setorial Apimondia, em Santiago, no Chile. O evento, que vai até 8 de setembro, é um dos maiores de produtos apícolas do mundo. 

Sucesso nas exportações de mel

Um dos pontos que tem favorecido as negociações do produto com o mercado externo, segundo Campos, é que a Coopemapi é totalmente organizada e profissionalizada.

Ele explica que a cooperativa tem um departamento de marketing, de comércio exterior dedicado e representantes no exterior. Foram firmadas também parcerias com faculdade para desenvolvimento de produtos e pesquisas. 

“O atendimento a eles foi iniciado em 2019. Mesmo com a pandemia de Covid-19, eles continuaram a investir, a trabalhar com a profissionalização e no desenvolvimento de novos produtos. Entre os produtos estão também os de valor agregado, como o mel de aroeira e outros itens a base de mel e extrato de própolis. Isso gerou uma profissionalização dos produtores de méis, gerando agregação de valor, aumentando a geração de emprego e renda na cadeia, que é muito importante no Norte de Minas”.

O avanço considerável da cooperativa no mercado também foi possibilitado pela conquista da Identificação Geográfica (IG) do mel da aroeira, que além de ser reconhecido no mercado, ajuda a agregar mais valor à produção.

“A conquista da IG, através dos esforços deles, com a atuação do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Sistema Faemg, foi a virada de mesa. Esse mel, tem uma diferenciação nos preços, em virtude das certificações. Desta forma, a cooperativa consegue preços maiores que os mélis comuns. Isso também acontece pela diversificado da produção, com outros itens à base de mel”.

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