Agronegócio

Metade de vaca é vendida por R$ 3,99 mi na Expozebu

Em tradicional evento da pecuária brasileira, em Uberaba, valor oferecido por animal da raça nelore atingiu R$ 3,99 milhões
Metade de vaca é vendida por R$ 3,99 mi na Expozebu
Preço médio dos animais comercializados desde a última semana foi de R$ 70,26 mil | Crédito: Expozebu / Divulgação

Ribeirão Preto – Principal evento da pecuária do País, a Expozebu, em Uberaba, historicamente comercializa animais por preços que superam R$ 1 milhão, mas em 2022 um leilão vendeu metade de uma vaca nelore por R$ 3,99 milhões, recorde mundial para a raça.

Além dela, porém, outros dois animais foram vendidos por preços milionários, o que já faz a ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), organizadora do evento, projetar a maior movimentação financeira da história neste ano, quando a feira retoma as atividades presenciais depois de dois anos devido à pandemia da Covid-19.

O preço médio dos animais comercializados desde a última semana em 15 leilões foi de R$ 70,26 mil, 85,5% acima dos R$ 37,85 mil do ano passado. Embora a Expozebu não tenha sido realizada em 2020 e 2021, os leilões ocorreram de forma virtual. Ainda restam 18 eventos do gênero na cidade mineira.

A fêmea Viatina-19, da Casa Branca Agropastoril e do Nelore Mara Móveis, teve metade de sua propriedade vendida por R$ 3,99 milhões no leilão Elo de Raça, o que significa que seu valor integral chega a R$ 7,98 milhões. O comprador foi a Agropecuária Napemo, de Uberaba.

Viatina-19 nasceu em 17 de janeiro de 2019, tem 39 meses de idade e é filha de Landau da Di Gênio, que em 2018 teve 50% de seus direitos vendidos por R$ 1,26 milhão. Também filha de Landau, Sophie Ourofino foi comercializada por R$ 1,59 milhão num leilão virtual em 2021.

Animais como a Viatina-19, grande campeã na Expoinel Minas de 2020 a 2022 e que concorre ao título na Expozebu, são extremamente valorizados no mercado por terem consistência genética, pedigree consagrado e características produtivas que vão se refletir no campo, segundo o veterinário Heitor Lutti Pinheiro Machado, assessor pecuário da Casa Branca Agropastoril.

“(Os leilões) São como a F1 do gado. Isso aqui é como se fosse o máximo da eficiência, até chegar ao boi que a gente come todo dia. O animal tem de ser eficiente, ganhar muito peso, ter conformação de carcaça bonita, com dorso longo forte e posterior revestidos de carne, que é onde estão as carnes nobres”, afirmou.

Além dela, outros animais tiveram valorização milionária na cidade do Triângulo Mineiro neste ano. A vaca Egípcia Fiv Machadinho teve dois terços dela vendidos por R$ 1,75 milhão. Já a fêmea Trufa 1 Fiv da SJ alcançou R$ 900 mil por 50% de sua propriedade.

O objetivo do melhoramento é que o animal transfira a genética aos seus descendentes e que eles produzam mais carne em menos tempo e menor espaço, o que significa maior lucratividade aos pecuaristas.

Presidente da ABCZ, Rivaldo Machado Borges Júnior disse que os leilões têm ido bem porque o mercado está muito aquecido.

“Está sendo o recorde dos recordes. A gente esperava um bom desempenho porque o mercado está muito forte, a proteína está valorizada e a exposição em si também. O público estava com saudade de participar. O produtor está vendo de forma presencial, o que ajuda a avaliar, ajuda em tudo”, afirmou.

De acordo com ele, a comparação com 2019, última edição presencial, faz com que as vendas de agora sejam mais de 200% maiores, mas os dois últimos anos, com eventos virtuais, tiveram muita importância para a associação e a pecuária.

“Tivemos um crescimento histórico na ABCZ nesses dois anos. Conseguimos trazer para a entidade mais de 1.500 novos sócios”. A entidade tem cerca de 25 mil pecuaristas associados.

Nos 15 leilões já realizados, o valor total arrecadado foi de R$ 39,27 milhões. Na mesma época do ano passado, os leilões tinham arrecadado R$ 19 milhões – neste ano, porém, houve mais leilões no período.

Em 2021, foram arrecadados R$ 67,53 milhões, incluindo os shoppings de animais, cujos valores só são incorporados ao faturamento no final da feira pecuária.

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