Agronegócio

Milho de 2ª safra continua avançando

Milho de 2ª safra continua avançando
Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini

São Paulo – Os agricultores brasileiros colheram quase um terço do milho segunda safra 2021/22 dos campos do Centro-Sul, pois o clima seco e as temperaturas mais altas que prevaleceram na semana passada continuaram a favorecer os trabalhos, especialmente no principal produtor Mato Grosso, afirmaram ontem analistas. Em Minas Gerais, a produtividade está abaixo do esperado.

De acordo com a consultoria de agronegócios AgRural, os agricultores colheram 30,7% da safra até agora na temporada, ou quase 25 milhões de toneladas.

“O percentual colhido de 30,7% veio dentro do intervalo de 30,1% a 34,4% projetado pela AgRural em abril para clientes. O ritmo poderia estar mais acelerado, mas a perda de umidade dos grãos segue lenta em Mato Grosso do Sul e no Paraná devido às temperaturas mais baixas”, afirmou a consultoria.

Com a segunda safra, que é plantada após a colheita da soja nas mesmas áreas, o Brasil pode competir com fornecedores como os Estados Unidos nos mercados globais de exportação durante o segundo semestre. A segunda safra representa cerca de 75% da produção, conforme o ano.

A Pátria AgroNegócios, outra consultoria do setor, disse ontem que a colheita havia atingido 34,1% da área para todo o Brasil, ante 23,9% de uma média histórica de cinco anos.

A colheita está mais avançada na comparação com a temporada passada, já que produtores enfrentaram problemas climáticos em 2020/21.

“As produtividades médias apresentam grande variação, mas em geral são positivas no Centro-Norte do País, especialmente no norte do Mato Grosso, Rondônia e Tocantins”, disse a Pátria AgroNegócios.

No Centro-Sul, acrescentou, produtividades abaixo do esperado são registradas em Minas Gerais e no Paraná, com destaque negativo também para as lavouras de Goiás.

Na semana passada, o Departamento de Economia Rural (Deral) reduziu a previsão de safra do Paraná em cerca de 3,5%, devido ao ataque de pragas como a cigarrinha.

Exportações

A exportação de milho do Brasil em julho foi estimada ontem em 4,8 milhões de toneladas, aumento de 1,8 milhão de toneladas ante o mesmo mês de 2021, segundo levantamento da agência marítima Cargonave, com base na programação de navios para embarques.

Com o avanço da colheita da segunda safra de milho, que deve ser recorde, os embarques brasileiros tendem a ficar mais fortes nos próximos meses, enquanto no ano passado as lavouras sofreram o impacto de seca e geadas, que reduziram a oferta para vendas externas.

Por outro lado, a exportação de soja do País deve ficar mais fraca após a colheita de uma safra menor no primeiro semestre ante 2021 e está estimada em 6,3 milhões de toneladas, ante 7,9 milhões em julho do ano passado, segundo a Cargonave.

A exportação de farelo de soja foi projetada em 1,7 milhão de toneladas, estável na comparação anual.

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