Agronegócio

Milho e soja têm menor produtividade

Milho e soja têm menor produtividade
Seca prejudicou resultados do milho verão na região Sul; produtividade caiu cerca de 20% | Crédito: Renata Silva/ Embrapa

A falta de chuvas prejudicou o desenvolvimento da soja e do milho, principalmente na região Sul e no Mato Grosso do Sul, na safra 2021/2022. Os dados da cadeia produtiva de cereais, fibras e oleaginosas (soja, milho, trigo, arroz e feijão) foram apresentados na terça-feira (1º) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) durante uma live.

Segundo o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, as regiões analisadas sofreram influência das condições climáticas, principalmente estiagem no ciclo 2021/2022: “A escalada de preços dos insumos e os conflitos geopolíticos também interferiram na condução das atividades”.

O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, apresentou os principais resultados do Campo Futuro neste ano. Segundo ele, o Custo Operacional Efetivo (COE) das regiões analisadas para as cinco culturas sofreu alta na safra 2021/2022 frente ao ciclo anterior. O fertilizante foi o principal item que pesou no COE.

Em relação à soja, a seca prejudicou o desenvolvimento do grão no RS. PR, SC e MS. “A estiagem provocou grandes prejuízos. Houve cidade no Rio Grande do Sul que registrou produtividade de 13 sacas por hectare e margem bruta negativa de R$ 2,4 mil por hectare”. Esclareceu Osaki.

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De acordo com os dados apresentados, a seca também prejudicou os resultados do milho verão na região Sul. Os ataques de cigarrinhas também foram um fator que impactou a produção. Segundo o pesquisador, o preço médio do milho aumentou 13% na safra verão 2021/2022, mas a receita bruta caiu 7% no período. A retração deve-se à quebra da produtividade de 20%.

Os resultados revelam que o preço médio do trigo subiu na safra 2021 frente à anterior, porém o avanço não foi compatível com o aumento nos custos de produção, a exemplo do COE, que avançou 34%.

Arroz e feijão

A falta de chuva reduziu a disponibilidade de água nos reservatórios, afetando a produtividade do arroz. A produção de feijão da primeira safra também sofreu com a estiagem. Dentre as três propriedades típicas avaliadas para a produção de arroz em Uruguaiana (RS), Camaquã (RS) e Tubarão (SC), as duas fazendas gaúchas apresentaram as menores margens de lucro devido ao maior desembolso com fertilizantes.

O diretor-geral da AgResource Brasil, Rafael Mandarino, também participou da  live e falou sobre situações para os mercados agrícolas mundiais, como a grande reinicialização econômica que está em andamento à medida que as pressões inflacionárias europeias/americanas/globais aumentam, além da guerra entre Rússia e Ucrânia e a seca sul-americana, que produzem o maior choque global de fornecimento de grãos desde 1914. Para ele, China e EUA estão “numa encruzilhadas política” e a recessão mundial e a dos EUA vem como mais um fator de atenção em meio à ação dos bancos para controlar a inflação. (CNA)

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