Agronegócio

Minas está a um passo de novo recorde

Minas está a um passo de novo recorde
Crédito: Adam Bernstein/Reuters

A valorização das commodities está contribuindo para que as exportações do agronegócio de Minas Gerais cresçam em 2021. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os embarques do setor movimentaram US$ 9,5 bilhões entre janeiro e novembro, valor 19,2% superior ao registrado em igual período do ano anterior. Faltando apenas os resultados de dezembro, conforme a Seapa, a expectativa é de que as vendas internacionais do setor sejam recordes e ultrapassem US$ 10 bilhões em 2021, superando a marca histórica de US$ 9,7 bilhões registrada em 2011.

Em relação ao volume, houve uma queda de 2,2%, com 11,9 milhões de toneladas destinadas ao mercado externo. Entre os produtos, destaque para o café, com alta de 14,5% no faturamento, complexo soja, 31,3%, e carne, com receita 14,8% superior. 

“Estamos caminhando para registrarmos um novo recorde nas exportações do agronegócio de Minas Gerais. Se aplicarmos a média dos últimos meses, cerca de US$ 800 milhões, poderemos chegar a US$ 10,3 bilhões, superando o recorde anterior”, explicou o subsecretário de Política e Economia Agropecuária da Seapa, João Ricardo Albanez.

O desempenho é considerado muito importante, principalmente, em um ano difícil como 2021. “É um resultado recorde e muito positivo. O ano foi de plena complexidade, com pandemia e restrição às exportações de carne bovina para a China, embarque este que vinha crescendo”, explicou Albanez.

De acordo com os dados da Seapa, enquanto o faturamento das exportações aumentou 19,2%, o volume embarcado caiu 2,2%. Por isso, a valorização das commodities foi essencial para o resultado. Em Minas, o preço médio da tonelada negociada no exterior passou de US$ 669,67 em 2020 para atuais US$ 816,32, alta de 21,9%.

“A grande maioria dos produtos teve aumento do preço médio, elevando o faturamento de vários grupos, como o café, com alta de 14,5% na receita, complexo soja, 31,3%, as carnes, com 15%, complexo sucroalcooleiro, 6,1%, produtos florestais, 33,7%, fibras e produtos têxteis, 40,4%, entre outros”. 

Destinos

Com o resultado, o agronegócio gerou um saldo na balança comercial de US$ 8,6 bilhões, valor 18% maior que o visto em igual intervalo de 2020 e que respondeu por 37% do saldo total dos embarques estaduais. 

Os principais destinos dos itens do agronegócio mineiro no período foram a China (US$ 2,6 bilhões), Estados Unidos (US$ 990 milhões), Alemanha (US$ 839 milhões), Itália (US$ 423 milhões) e Japão (US$ 420 milhões). Os produtos agropecuários produzidos no Estado alcançaram 176 países no total.

Distribuição por produto

Nos primeiros 11 meses de 2021, o café foi o produto mais exportado e respondeu por 40,8% dos embarques do setor. A receita movimentada com as exportações do grão apresentou alta de 14,5%, encerrando o período de janeiro a novembro em  US$ 3,88 bilhões. Ao todo, foram enviadas 1,4 milhão de toneladas de café, queda de 1%.

O complexo soja também encerrou o intervalo com avanço no faturamento. O grupo, que foi responsável por 24,2% das exportações do agro de Minas Gerais, cresceu 31,3% em receita, que totalizou US$ 2,3 bilhões. O volume embarcado, 4,95 milhões de toneladas, ficou 2,3% superior. 

Em carnes, os resultados foram positivos tanto em faturamento como em volume embarcado. Aumento de 14,8% foi visto no faturamento (US$ 1,07 bilhão) e de 6,7% no volume, que somou 320 mil toneladas.

No período, os embarques de carne bovina cresceram 10,5% em valor, que ficou em US$ 809,2 milhões. Foram exportadas 163,5 mil toneladas, volume 6,2% menor que o negociado anteriormente. A queda se deve ao embargo chinês, após a identificação de casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (BSE), doença também chamada de “vaca louca”, sendo um em Minas Gerais e outro no Mato Grosso. Suspensos desde setembro, os embarques foram liberados no último dia 15 de dezembro. 

A exportação de carne de frango subiu 36,39% em receita, que alcançou US$ 215,5 milhões. O volume embarcado, 131,5 mil toneladas, aumentou 30%.

O faturamento gerado com as negociações de carne suína somou US$ 42,4 milhões, alta de 11,6%. Em volume, foi verificada elevação de 2,2%, com o embarque de 20,5 mil toneladas de carne suína.

As exportações do complexo sucroalcooleiro subiram 6,1% em faturamento e caíram 4,6% em volume, gerando uma receita de US$ 1,06 bilhão e embarque de 3,34 milhões de toneladas.

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