Minas está na nova lista de frigoríficos aptos à habilitação para exportar para a China

A promessa de que a China irá habilitar dezenas de frigoríficos em 2025 deve favorecer o Brasil, com desdobramentos em Minas Gerais. O País já é hoje o maior exportador de carne bovina para o gigante asiático e pode ampliar os embarques diante da guerra comercial entre Washington e Pequim.
Há pelo menos 40 plantas que fazem parte da nova lista de unidades industriais que já cumpriram as regras sanitárias e agora aguardam aval para iniciar o processo de exportação. De Minas Gerais, figura o frigorífico Minerva, localizado em Janaúba, no Norte do Estado, segundo informações do Sindicato das Indústrias de Carnes, Derivados e de Frios de Minas Gerais (Sinduscarne).
O presidente do Sinduscarne, Pedro Ivo Braga, explica que a China não renovou a importação de alguns frigoríficos de carne bovina dos Estados Unidos. “Nesta nova lista brasileira figura apenas uma planta do Estado, mas existem outros espalhados pelo Brasil. Acaba que é muito mais uma questão política. A China também usa um pouco dessa negociação que o Donald Trump faz. Desabilita exportação, aí sobra mercadoria, o que faz reduzir o preço. Com isso ela retoma, mas acaba que neste processo ainda existe potencial de crescer”, explica.
Braga explica que hoje exportação do Brasil é, principalmente, de cortes bovinos dianteiros que servem para a alimentação cotidiana dos chineses, como acém, peito e outros cortes. Entretanto, o perfil de exportação dos Estados Unidos para a China é de uma carne mais premium.
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Oportunidade para exportar cortes mais nobres
Diante disso, fica a expectativa de que o chineses comecem a comprar essa carne premium do Brasil, além do corte de segunda que já é normalmente exportado pelo País. “Além do Brasil, a China ainda poderá importar o produto premium da Austrália, Uruguai ou Argentina, que são outros concorrentes no mercado”, pontua, destacando a qualidade da produção brasileira. “Temos padrões, às vezes, até melhores do que outros países”, destaca, lembrando há outros frigoríficos exportadores no Estado.
“A expectativa é de elevação nas exportações, pois tivemos duas crises no ano passado, a gripe aviária nos Estados Unidos, e uma peste suína na Ásia, além da redução dos volumes de produção nos Estados Unidos. E, com isso, aumentaram as exportações do Brasil, um dos fatores que reforçou o aumento de preço da carne em geral aqui no País”, detalha.
Com relação ao mercado, o dirigente prevê um aquecimento e, consequentemente, preços mais elevados. “Estamos vivendo um momento turbulento. Temos esse fator de exportação, os fatores sanitários como doenças, gripes e pestes ao redor do mundo, mas temos na conta uma parte do governo. Tivemos mais um aumento de taxa de juros agora. Então, isso tudo influencia, além de que também impacta nos preços de contratação, insumos e tudo acaba refletindo no preço que chega lá na ponta, no supermercado para o consumidor”, explica.
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