Agronegócio

Com alta de 0,3%, safra de grãos deve ser recorde em MG

Com alta de 0,3%, safra de grãos deve ser recorde em MG
Crédito: Clverson Beje/FAEP

A safra de grãos 2018/19, em Minas Gerais, está próxima do encerramento. Com o avanço da colheita, os números foram revisados e a previsão é de encerrar o período com alta de 0,3% e produção de 14,21 milhões de toneladas de grãos. Apesar da pequena variação, o volume, caso confirmado, será recorde, que até então era da safra anterior, quando foram produzidas 14,17 milhões de toneladas.

O bom desempenho da segunda safra de milho e a maior produção de algodão e feijão contribuíram para o resultado positivo. Os dados são do 11º Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Até o 10º levantamento de safra, que foi divulgado em julho, a previsão era de uma queda de 2,3% frente à safra anterior, com a colheita de 13,7 milhões de toneladas de grãos.

O principal destaque da safra atual é a produção total de milho, que deve crescer 6,3% com a colheita de 7,53 milhões de toneladas. A área destinada ao cultivo do cereal ao longo da safra 2018/19 ficou 0,4% maior, com o uso de 1,16 milhão de hectares. Já a produtividade da cultura cresceu 5,9%, com rendimento de 6,44 toneladas por hectare.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


O aumento da produção se deve aos bons resultados da segunda safra de milho. No 11º levantamento da Conab, a estimativa aponta para uma colheita de 2,9 milhões de toneladas, aumento de 73,7% frente a igual período da safra passada. Na previsão do 10º levantamento da Conab, a expectativa era colher, ao longo da segunda safra de milho, 2,4 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 43,3%. Com o avanço da colheita, os dados foram revisados para cima.

A área de cultivo dedicada ao milho segunda safra ficou 23,9% superior, com o uso de 420 mil hectares. A produtividade chegou a 6,9 toneladas por hectare, variação positiva de 40,2%. Já na primeira safra, foi verificada queda de 14,8% e uma produção de 4,59 milhões de toneladas.

Estação favorável – “Em julho, tivemos zero chuva na região Sudeste do País e isso contribuiu para o avanço da colheita do milho, que segue sem apresentar problemas. Estamos caminhando para o encerramento da colheita”, explicou o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.

O clima seco também tem sido favorável para a colheita da safra de algodão. Em Minas Gerais, a previsão é colher 168,7 mil toneladas de algodão em caroço, aumento de 70,1% em relação ao ano passado. A área plantada é de 42 mil hectares, elevação de 68% frente ao ano anterior. A produtividade da cultura foi estimada em 4 toneladas por hectare, aumento de 1,3%.

“A produção de algodão segue em crescimento para atender à demanda maior do mercado externo, uma vez que o consumo interno segue equivalente aos anos anteriores”, disse Santana.

Alta também tem sido verificada na produção total de feijão. Minas Gerais deve encerrar o atual período produtivo com a colheita de 554,3 mil toneladas de feijão, variação positiva de 7,9%. A área de plantio alcançou 363,7 mil hectares, expansão de 7,2%. A produtividade ficou 0,7% maior, com a colheita de 1,5 toneladas por hectare.

O aumento é resultado da segunda e da terceira safras de feijão. Enquanto na primeira safra foi verificada diminuição de 20,1%, com a colheita de 158,4 mil toneladas, na segunda safra a produção expandiu 53,2%, com volume de 214,6 mil toneladas, e na terceira chegou a 181,3 mil toneladas, alta de 3,5%. A maior produção ocorreu pelos preços valorizados do grão após uma primeira safra reduzida.

Soja – Já a produção de soja, cuja colheita já foi encerrada, somou 5 milhões de toneladas, retração de 8,5%. A produtividade caiu 12,4%, com rendimento de 3,2 toneladas por hectare. A área de cultivo, 1,57 milhão de hectares, cresceu 4,4%.

Para a produção de sorgo, a expectativa é de uma retração de 0,5% no volume, que pode alcançar 729 mil toneladas. A produtividade está estimada em 3,4 toneladas por hectare, volume 0,2% maior. A área ocupada pelo sorgo é de 209 mil hectares, queda de 0,6%.

A produção de trigo apresentou expansão de 5% na área de plantio, totalizando 88 mil hectares. A previsão é colher 208 mil toneladas, 0,5% maior. A produtividade está 4,4% inferior, com rendimento médio de 2,36 toneladas por hectare.

Produção no País deve avançar 6%

Brasília – Estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os agricultores brasileiros devem colher 241,3 milhões de toneladas de grãos durante a safra 2018/2019. Os números do 11º Levantamento da Safra de Grãos 2018/2019, divulgados ontem, em Brasília, apontam para uma produtividade 6% superior aos 227,6 milhões de toneladas colhidas na última safra de grãos. Caso a previsão se confirme, o setor registrará mais um recorde favorável de produtividade.

O principal destaque é o milho. Embora a produção do cereal primeira safra deva atingir 26,2 milhões de toneladas – uma redução de 2,1% -, a produção do milho segunda safra deve atingir uma produção recorde de 73,1 milhões de toneladas. Resultado que, se confirmado, significará um acréscimo de 35,6% em comparação à safra de 2017/18.

“A colheita já está bastante avançada e, segundo nossos levantamentos, já atingiu 84% da área plantada. Em comparação com o levantamento anterior, houve um acréscimo de 750 mil toneladas devido à boa produtividade. Com a soma das duas safras, a previsão é que se obtenha a maior produção da história, estimada em 99,3 milhões de toneladas de milho”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Guilherme Soria Bastos Filho.

No levantamento anterior, os técnicos da Conab estimavam que a produção de grãos da safra de 2018/2019 atingiria um total de 240,7 milhões. De acordo com Bastos Filho, a previsão mais otimista, divulgada ontem, deve-se, em grande parte, aos resultados do plantio do milho segunda safra.

“Muito deste aumento veio em função do aumento da produção do milho segunda safra. O crescimento total (da produção) em relação à safra anterior é de 13,66 milhões de toneladas”, acrescentou o diretor.

O milho foi uma das culturas a ocupar uma área de plantio maior que a ocupada na safra anterior, cobrindo um total de 12,4 milhões de hectares na segunda safra. De acordo com Filho, a colheita já se estende a 84% da área total plantada com o produto.

Outros grãos – A área total plantada com grãos é estimada em cerca de 63 milhões de hectares. Ou seja, uma área 2% superior à ocupada na safra anterior. Além do milho segunda safra, que ocupou 894 mil hectares a mais que em 2017/2018, o plantio de soja e de algodão foram os que mais se expandiram, ocupando, respectivamente, 726,6 mil hectares e 435,6 mil hectares a mais.

Embora a área de plantio da soja tenha crescido 2,1%, a estimativa é de que a produção atual seja 3,5% menor em comparação ao último período, atingindo um total de 115,1 milhões de toneladas – com as regiões Centro-Oeste e Sul respondendo por 78% dessa produção.

Praticamente fechada, a produção nacional de arroz deverá atingir 10,4 milhões de toneladas, um resultado 13,6% inferior ao da última safra, atribuído às reduções da área de plantio nos principais estados produtores.

O País deverá colher também 4 milhões de toneladas de algodão em caroço, ou 2,7 milhões de toneladas em pluma, o que, se confirmado, significará um volume 34,2% superior ao da safra passada. A colheita já foi iniciada e está em 28% da safra plantada.

A produção do feijão primeira safra, cuja colheita já foi encerrada, registrou uma queda de 22,5%, totalizando 996,4 mil toneladas. Os técnicos da Conab atribuem o resultado à redução da área de plantio e da produtividade no Paraná, em Minas Gerais e na Bahia. Em relação ao feijão de segunda safra, onde a colheita está em fase final, o clima favorável contribuiu para uma produção de 1,3 milhão de toneladas, 7,2% acima da obtida no período anterior. O feijão terceira safra também teve aumento de 20,5% e deve ter uma produção de 739,6 mil toneladas.

A produção total de trigo estimada é de 5,4 milhões de toneladas. O plantio do cereal deverá ocupar uma área total de 1,99 milhão de hectares – área 2,6% inferior à divulgada em 2018. Devido a alguns problemas como os efeitos de geadas, a produtividade foi reduzida em 28 quilos por hectare. (ABr)

IBGE projeta colheita de 239,7 milhões/t

Rio de Janeiro – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), prevê recorde de 239,7 milhões de toneladas da safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em julho. A projeção representa aumento de 5,8% na comparação com julho de 2018 e de 1,6% na comparação com junho de 2019. Pela série histórica, o recorde nacional da safra foi alcançado em 2017, quando foram colhidas 238,4 milhões de toneladas de grãos.

Segundo os dados do levantamento, a área colhida aumentou 3,2% na comparação anual. A estimativa é de 62,9 milhões de hectares.

Os principais produtos verificados pelo IBGE são o arroz, o milho e a soja. Juntos, esses representam 92,7% da produção estimada, ocupando 87,3% da área a ser colhida.

Na evolução da área utilizada por cada cultura, o milho teve aumento de cultivar de 7,1% na comparação com o registrado em 2018. A área de colheita de soja cresceu 2,2% e a do arroz diminuiu em 10,3%, tendo como referência o resultado do ano passado.

Na estimativa da produção, houve aumento de 21,4% para o milho e queda de 4,0% para a soja e de 12,7% para o arroz. A safra deste ano deve alcançar 113,2 milhões de toneladas de soja, 10,3 milhões de toneladas de arroz e 98,8 milhões de toneladas de milho.

Regiões – Na distribuição regional, o Centro-Oeste representa 46,1% da safra brasileira de grãos. Na região, apenas o estado do Mato Grosso responde por 28,1%.
Em segundo lugar regional está a região Sul, com 32,6%. O Paraná desponta como o segundo estado com melhor estimativa: 15,4% da produção nacional.

Os destaques da estimativa do mês, na comparação com junho, foram a terceira safra de feijão (10,0%), a aveia (6,5%), a segunda safra de milho (5,1%), algodão herbáceo (0,8%) e soja (0,5%).

Já a segunda safra de feijão (-4,8%), trigo (-4,5%), arroz (-1,7%), café arábica (-1,4%), sorgo (-0,8%) e a primeira safra do milho (-0,2%) têm previsão de redução dos resultados. (ABr)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas