Agronegócio

Moagem no Centro-Sul cresce 32%

A produção quinzenal de açúcar da principal região produtora do País atingiu 2,19 milhões de toneladas, aumento de 30,9% em relação ao mesmo período de 2022
Moagem no Centro-Sul cresce 32%
Produção de açúcar cresceu 30,9% no Centro-Sul do País na primeira quinzena de novembro | Crédito: REUTERS/Emmanuel Foudrot

São Paulo – A moagem de cana do Centro-Sul do Brasil somou 34,77 milhões de toneladas na primeira quinzena de novembro, avanço de 32% na comparação com o mesmo período do ano passado, na medida em que o setor vem registrando produtividades elevadas e caminha para concluir uma safra histórica em 2023/24, segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) publicados ontem.

A produção quinzenal de açúcar da principal região produtora do País atingiu 2,19 milhões de toneladas, aumento de 30,9% na mesma comparação, enquanto a fabricação de etanol do centro-sul avançou 28,9%, para 1,64 bilhão de litros.

No acumulado da safra 2023/24, a moagem atingiu 595,4 milhões de toneladas, alta de 15% na comparação com o mesmo período do ciclo anterior, o que coloca o centro-sul na rota de superar, ainda neste mês, a moagem registrada na temporada 2020/21, último ciclo em que o setor não viu quebra de safra por clima.

“No ritmo atual, parece certo de que ao término do mês de novembro a cana-de-açúcar processada na região Centro-Sul terá ultrapassado a marca de 605 milhões de toneladas (de 2020/21)”, afirmou a Unica.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


A associação de usinas do Centro-Sul notou ainda que, ao término da primeira metade de novembro, a moagem excedeu em 9,24 milhões de toneladas àquela que fora observada nesse mesmo período em 2020.

Em momento em que marca o início da entressafra para muitas empresas, a Unica disse que o processamento das unidades nos próximos meses, até o término da safra (fim de março), servirá “de incremento” à marca de 605 milhões de toneladas.

“Permanece, contudo, a dúvida de quanto será possível as unidades produtoras alongarem seu período de operação, sem que o aumento das chuvas prejudique a colheita e, não menos importante, sem exaurir o tempo necessário para uma adequada manutenção de entressafra — o que traria possíveis quebras no ano seguinte”, disse em relatório.

A Unica não costuma fazer projeção de safra. Mas algumas consultorias privadas já apontaram que o centro-sul vai ter uma moagem recorde em 2023/24, assim como uma máxima histórica na produção de açúcar, uma vez que usinas destinaram mais a matéria-prima para a produção do adoçante.

Em outubro, a consultoria Datagro projetou uma moagem de 624,5 milhões de toneladas em 2023/24. A StoneX previu 623,6 milhões de toneladas.

Um maior número de empresas ainda está em operação em relação ao mesmo período do ano passado, quando muitas usinas já tinham encerrado a safra. Até primeira quinzena, 50 unidades já tinham finalizado a temporada, versus 121 no mesmo período do ciclo anterior.

“O número de unidades paralisadas é superior nos Estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso — relativo ao número de usinas que operam nessas regiões — do que São Paulo e Mato Grosso do Sul. Não por acaso, esses dois últimos obtiveram o maior crescimento na moagem na última quinzena em função dessa condição.”

A Unica citou dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) sobre a produtividade agrícola, com 77,5 toneladas por hectare colhido em outubro, aumento de 14,5% em relação ao ano de 2022. No acumulado do atual ciclo agrícola, o indicador atinge 89,3 ton/ha (+21,3%).

Com maior destinação de cana para a produção de açúcar — mix de 49,4%, versus 46% no acumulado da safra passada — a fabricação do adoçante totalizou 39,41 milhões de toneladas na temporada até a primeira quinzena de novembro, alta de 23,10%.

Competitividade impulsiona o etanol

A produção de etanol saltou 10,95%, para 28,6 bilhões de litros na atual safra, contando também com o impulso da fabricação do combustível a partir do milho. As informações são da Unica.

Mais recentemente, a competitividade do etanol hidratado frente à gasolina melhorou em vários Estados, ajudando nas vendas das usinas.

Na primeira quinzena de novembro, as vendas de etanol totalizaram 1,26 bilhão de litros, aumento de 10,83% em relação ao mesmo período da safra 22/23.

O volume comercializado de etanol anidro (produto que é misturado à gasolina) no período foi de 486,43 milhões de litros, queda de 2,28%, enquanto o hidratado registrou venda de 775,76 milhões de litros, alta de 21%.

Cotação internacional do açúcar tem recuperação

Nova York – Os contratos futuros do açúcar bruto na bolsa ICE se recuperaram após atingirem o menor valor em quase um mês ontem, com o aumento da produção do Brasil atenuando algumas preocupações com a oferta.

O açúcar bruto março fechou em alta de US$ 0,22, ou 0,8%, a 27,20 centavos de dólar por libra-peso, depois de ter atingido o maior valor em 12 anos no início do mês.

Os comerciantes disseram que a produção recorde esperada do Brasil, o maior produtor, continua a pressionar o açúcar, embora as restrições logísticas estejam colocando um piso nos preços, já que esse açúcar não consegue sair do país nos volumes necessários. Eles disseram que se espera que cerca de 5 milhões de toneladas métricas sejam carregadas no Brasil.

Eles também observaram que o excesso de chuvas na União Europeia pode atrasar o início da safra e, assim, prejudicar a produção total da temporada, enquanto as importações do adoçante do principal consumidor, a China, estão ganhando ritmo.

A produção de açúcar no centro-sul do Brasil foi de 2,19 milhões de toneladas métricas na primeira quinzena de novembro, um aumento de 30% em relação ao ano anterior, de acordo com a associação de usinas Unica. O número ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado.

Acredita-se que o preço mais baixo oferecido em uma licitação internacional da Gasc do Egito para cerca de 50.000 toneladas métricas de açúcar bruto foi de US$ 690 por tonelada (CIF free out), disseram os traders, mas observaram que a meta da Gasc para o açúcar bruto é de US$ 655 por tonelada.

O açúcar branco de março subiu US$ 7,60, ou 1%, a US$ 745,60 por tonelada.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas