‘Modos de Fazer’ do Queijo Minas Artesanal recebem título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade

Com três séculos de tradição em Minas Gerais, os “Modos de Fazer” do Queijo Minas Artesanal foram formalmente reconhecidos com o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco nesta quarta-feira (4).
O anúncio aconteceu em cerimônia realizada em Assunção, no Paraguai, durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco.
A candidatura teve o apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), e do Sebrae Minas.
O reconhecimento destaca o caráter familiar das propriedades envolvidas na produção do Queijo Minas Artesanal, o envolvimento dos produtores com o bem-estar animal e o papel do queijo na promoção de um modo de vida marcado pela hospitalidade e forte sentido de pertencimento às comunidades rurais.
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Os “Modos de Fazer” do Queijo Minas Artesanal representam uma coleção de experiências, símbolos e significados que estabelecem a identidade do produto, amplamente reconhecido pelos brasileiros.
Saiba mais sobre o Queijo Minas Artesanal
O Queijo Minas Artesanal (QMA) é o tipo de queijo artesanal mais produzido no Estado, também feito a partir de leite cru, em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, que preservam a identidade cultural do povo mineiro.
Atualmente, 15 regiões de Minas Gerais produzem queijos artesanais sem nenhum processo industrial. Dessas, 10 regiões produzem o tipo QMA.
São elas:
- Araxá,
- Campo das Vertentes,
- Canastra,
- Cerrado,
- Diamantina,
- Entre Serras da Piedade ao Caraça,
- Serra do Salitre,
- Serras da Ibitipoca,
- Serro
- e Triângulo Mineiro.

Para preservar a tradição e garantir a qualidade do produto, os “modos de fazer” do QMA já haviam garantido o mesmo reconhecimento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2008.
O produto tem sua história ligada ao século XVIII, durante o período da colonização portuguesa. Ele surgiu nas regiões mineiras onde a pecuária e a produção de leite tiveram expansão como parte do cotidiano das fazendas mineiras.
“O Queijo Minas Artesanal reflete a essência da tradição mineira, carregando em cada pedaço o cuidado dos produtores em suas fazendas, nossa cultura e a história que atravessa gerações. O título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco valoriza um legado de mais de 300 anos da rica produção queijeira e todo esse conhecimento transmitido de geração em geração, proporcionando maior renda para as famílias que carregam essa tradição. Ao lado do governo do Estado, o Sebrae Minas tem desempenhado papel fundamental no apoio e fortalecimento da cadeia produtiva na valorização dessa iguaria como um bem cultural e econômico do estado”, destaca o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Indicação Geográfica
As regiões da Canastra, no Centro-Oeste do estado, do Serro, no Vale do Jequitinhonha, e do Cerrado já conquistaram a Indicação Geográfica (IG), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade de Indicação de Procedência (IP).
A chancela reconhece a autenticidade dos produtos de determinado território, valorizando a cultura e a tradição local, impulsionando o desenvolvimento econômico do território e fortalecendo a reputação regional.
Rotas Turísticas
Em outra frente de trabalho para valorizar o reconhecimento de Patrimônio Cultural e Imaterial da Unesco, o Sebrae Minas e a Secult estruturaram recentemente as Rotas do Queijo da Canastra e do Serro, com o propósito de potencializar e fomentar o turismo de experiência associado à produção e a valorização dos produtos locais, atrativos naturais e culturais.
Por meio do programa Check-in Minas, as instituições vêm mapeando e qualificando novos produtos e experiências nos destinos.
A iniciativa proporciona aos visitantes a oportunidade de conhecer as propriedades e o processo de fabricação dos queijos, a produção do Café da Canastra, além de explorar a história, a natureza, a diversidade e as tradições dos territórios.
A Rota da Canastra contempla os municípios onde o queijo é produzido:
- São Roque de Minas,
- Medeiros,
- Tapiraí,
- Bambuí,
- Piumhi,
- Vargem Bonita
- e Delfinópolis.
Anualmente, mais de 6 mil toneladas são feitas por cerca 800 produtores. A rota também apresenta as belezas naturais e culturais do território, como a Serra da Canastra e as belas cachoeiras que compõem a paisagem.
Já o Serro abrange as cidades de:
- Alvorada de Minas,
- Coluna,
- Conceição do Mato Dentro,
- Dom Joaquim,
- Materlândia,
- Paulistas,
- Rio Vermelho,
- Sabinópolis,
- Santo Antônio do Itambé,
- Serra Azul de Minas
- e Serro.
No total, a rota reúne cerca de 800 pequenos produtores e agricultores familiares que mantêm viva uma tradição secular. A rota dá ênfase à produção que remete há 300 anos de história, trazendo por meio dos destinos a valorização da cultura e da gastronomia mineira.
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