Nestlé investirá R$ 40 mi em plantio regenerativo de café

São Paulo – A Nestlé investirá R$ 40 milhões nos próximos quatro anos para ampliar a cafeicultura regenerativa no Brasil, com o objetivo de reduzir emissões, considerando que cerca de 70% da “pegada de carbono” da gigante suíça de alimentos está na produção de ingredientes como o café.
Os investimentos, que serão aplicados em programas para a redução do uso de insumos químicos nas lavouras, além de pagamentos de bonificações aos produtores mais “regenerativos”, buscam multiplicar iniciativas já em desenvolvimento pela companhia, cuja marca Nescafé Origens do Brasil obteve neste ano certificado de neutralidade em carbono, um feito inédito no País para cafés solúveis e para coar.
O consumo de café carbono neutro poderia, em uma base anual, evitar emissões de 142 kg de CO2, considerando um consumidor que bebe três xícaras diariamente e o total lançado na atmosfera pelo sistema convencional de produção, afirmou a head de ESG para Cafés e Bebidas da Nestlé Brasil, Taissara Martins.
“Uma árvore da Mata Atlântica sequestra 8,3 kg de CO2, então se juntar as coisas, se você escolhe um café carbono neutro, é como se você estivesse fazendo o mesmo trabalho de 17 árvores nativas”, exemplificou Taissara Martins.
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Os produtores participantes do programa da Nestlé, terceira maior compradora de café no Brasil, atrás de Três Corações e JDE, não têm obrigação de exclusividade no fornecimento para a companhia, que assim busca que o setor e consumidores sejam beneficiados como um todo com a adoção de práticas regenerativas.
Atualmente, 35 famílias de produtores brasileiros fornecem grãos de café 100% arábica para a linha Nescafé Origens do Brasil, e já adotam o sistema agrícola regenerativo. Mas o plano é expandir o programa no maior produtor global de café, até se alcançar 100% das 1.500 fazendas com as quais a Nestlé trabalha no Brasil, como parte dos compromissos da companhia para ser zero carbono até 2050.
“O compromisso global é que 30% da fazendas até 2025 sejam 100% regenerativas, no nível máximo de regeneração. No Brasil estamos adiantados. A nossa ambição é que entreguemos mais do que o objetivo globa”, disse a executiva.
Em cafés, 19% das fazendas com as quais a Nestlé trabalha já atuam no mais alto grau do sistema regenerativo, que provavelmente lhes permite ser net zero ou negativas em emissões.
Produtividade
Segundo Taissara Martins, a agricultura regenerativa é “realmente” o sistema que vai “mudar a regra do jogo” e vem sendo bem recebida pelos produtores. “Ela tem como premissa aumentar a produtividade. É isso, devolver mais para o planeta do que a gente está pegando”, finaliza.
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