Norte de Minas aposta no mel de aroeira

A produção de mel no Norte de Minas Gerais, principalmente de aroeira, deve crescer significativamente nos próximos anos. Com a conquista da Identificação Geográfica (IG) na modalidade Denominação de Origem, a tendência é que os apicultores invistam na produção e se adaptem para utilizar a denominação regional. Diante do grande potencial, amanhã será realizada a 19ª edição do Seminário de Apicultura do Norte de Minas.
O evento, que será em Montes Claros e também transmitido pelo canal da Codevasf no Youtube, vai debater o potencial econômico da produção na região, com destaque para a Indicação Geográfica do Mel de Aroeira, que vem sendo carro-chefe de muitos apiários locais. A estimativa de público é de 700 pessoas, entre produtores, técnicos e demais profissionais da cadeia produtiva.
De acordo com o coordenador dos Arranjos Produtivos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), entidade organizadora do seminário, Alex Demier, o evento já é tradicional na região e tem como objetivo levar informações para os apicultores. “O seminário já é um evento tradicional da região e um dos maiores da apicultura. Vamos reunir cerca de 600 a 700 pessoas. O evento concentra muitas informações voltadas para o setor, mas, sempre priorizando a demanda dos produtores. Antes do seminário, fazemos um levantamento das demandas e tentamos fazer palestras conforme identificada a necessidade”, explicou Demier.
Ainda segundo Demier, neste ano, em especial, o foco maior do seminário será a Identificação Geográfica: “Vamos discutir amplamente o tema que é, de certa forma, complexo e o apicultor precisa ficar ciente de como a IG vai funcionar, as normas que precisam ser seguidas e como ele pode obter o selo. Ter a IG é importante porque vai agregar valor ao produto”.
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A produção anual média do mel de aroeira no Norte de Minas é de 450 toneladas e a tendência é de alta. “Há um potencial muito grande na região, que possui muitas florestas nativas. Hoje, os apicultores não usam nem 5% do potencial da aroeira. Então, tem uma área a ser explorada muito grande. A estimativa é que a produção do mel cresça bastante, principalmente pela valorização do produto”, declarou o coordenador.
O mel de aroeira é vendido no mercado interno e já foram feitas algumas exportações. De acordo com Demier, o foco a ser trabalhado na região é o mercado externo, que já valoriza os produtos com IG. “A produção de mel no Norte de Minas é interessante pela atividade sentir menos os impactos da seca. A apicultura, na falta de chuva, garante a renda para os produtores”, completou.
Capacitação
O gerente regional do Sistema Faemg, em Montes Claros, Dirceu Martins, destaca que a entidade tem apoiado os apicultores e contribuído para a capacitação e profissionalização. Em 2022, são 17 grupos compostos por 30 produtores em atendimento no Programa Assistência Técnica e Gerencial (ATeG). A iniciativa leva tecnologia e inovação para dentro dos apiários.
“Apoiamos a cadeia da apicultura também por acreditar que a produção do mel promove a preservação do meio ambiente. Exemplo disso, é a aroeira que era desmatada para a criação de pastagem e com a valorização e conquista do IG passou a ser plantada e preservada. Além disso, a apicultura requer baixo investimento inicial e é uma alternativa interessante para os produtores da região”, esclareceu o gerente. Além da capacitação geral e gerencial, a assessoria também atua fortemente na condução das casas de mel, oferecendo cursos de boas práticas de produção.
Outra iniciativa que tem estimulado a apicultura na região é a produção de rainhas. Através do Projeto de Melhoramento Genético na Apicultura, participantes do ATeG do Sistema Faemg têm acesso às rainhas com genética melhorada e são capacitados para produzirem as próprias rainhas. “Os produtores foram capacitados através de um veículo adaptado e com a técnica, alguns já até vendem a rainha”, finalizou Martins.
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