Frigorífico O Cortês produzirá carne suína premium e sustentável em Minas

Importante Estado produtor de carne suína, Minas Gerais ganhará mais um frigorífico em 2025. Com investimentos de R$ 25 milhões, O Cortês terá sede em Raul Soares, na Zona da Mata, e a estimativa é inaugurar a unidade ainda neste primeiro semestre. Além de atender o mercado interno, o objetivo também é exportar. Para este ano, a estimativa é alcançar um faturamento de R$ 100 milhões, valor que pode chegar a R$ 200 milhões já no segundo ano de operação.
Conforme o sócio-proprietário do Grupo ARO, Rodrigo Torres, serão investidos cerca de R$ 25 milhões na construção da unidade fabril. Deste valor, R$ 17 milhões foram captados por meio de uma linha de financiamento voltada à inovação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e também de investidores privados.
O empreendimento terá como foco inicial o mercado interno, mas, já em 2026, o plano é chegar ao mercado internacional com embarques voltados para a União Europeia e Estados Unidos. Além de cortes in natura, a unidade também produzirá enlatados, cujo objetivo é atender os mercados europeu e norte-americano.
Carne suína de alta qualidade
O frigorífico terá como diferencial a produção de carne suína de alta qualidade, feita de forma sustentável e rastreável. Além de agregar maior valor aos cortes, a expectativa é atender à demanda dos mercados mais exigentes. A empresa vai produzir cortes premium como Prime Rib e T-Bone de porções menores, de até 250 gramas.
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“Concebemos o frigorífico de forma muito diferente dos atuais. Nós vamos trabalhar com uma raça de suíno específica, o suíno Duroc, que equivale a raça Angus entre os bovinos. A raça tem como característica uma carne com a gordura entremeada. Este marmoreio é o que gera mais maciez para carne quando grelhada, mais suculência e sabor. Nosso projeto também será rastreado geneticamente para comprovar que o corte advém de um suíno Duroc”, explicou Torres.
As obras do frigorífico começaram em 2023. Conforme Torres, a estimativa é inaugurar a unidade em março e iniciar a produção em maio. “A gente nasce pequeno, com uma capacidade de abate e processamento de 90 suínos/dia, o que é pouco frente a outros frigoríficos da região. Mas, quando transformamos esse número de animais em porções, estamos falando de 30 mil porções de 250 gramas ao dia”, disse o sócio-proprietário.
Parcerias
A princípio, os suínos para abastecer o frigorífico serão oriundos da produção própria do grupo, feita na Fazenda Memória, também em Raul Soares. Mas o projeto é incorporar a produção de outros suinocultores da região ao longo do tempo. Além disso, para atender o plano de crescer rapidamente no mercado, haverá terceirização de parte da produção para outros frigoríficos.
“Nossa produção na Fazenda Memória e o nosso frigorífico O Cortês estão em Raul Soares. Em um raio de 70 quilômetros da nossa fazenda, há produção de cerca de 14 mil suínos por dia útil e abatidos cerca de 9 mil suínos por dia útil. Então, nós temos um potencial e crescimento, tanto na aquisição como no abate e processamento, muito grande”, acrescentou.
Os cortes do frigorífico O Cortês terão como principais destinos os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba.
O Cortês aposta na sustentabilidade
Conforme Torres, a produção da carne suína será consorciada com plantio de eucaliptos e serão 130 hectares de plantio que auxiliarão no sequestro de carbono de todo o processo de produção, desde o plantio dos grãos para alimentar os suínos até a distribuição dos cortes.
“Quem consumir nossa carne não somente estará auxiliando na redução do aquecimento global, como no resfriamento global. Teremos um crédito de carbono que não iremos comercializar, ficaremos com ele porque pretendemos ser parte da solução do aquecimento global”, finalizou Torres.
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