Agronegócio

País apura em 2021 maior abate de frangos da série histórica

País apura em 2021 maior abate de frangos da série histórica
Preço mais alto da carne bovina acabou incentivando o consumo de frangos no último ano | Crédito: Jonas Oliveira

Rio de Janeiro – O abate de cabeças de frango no Brasil atingiu 6,18 bilhões em 2021. O volume significa alta de 2,8% ou 169,87 milhões de cabeças a mais na comparação com o ano anterior. Com esse desempenho, o País registrou recorde da série histórica da Pesquisa Trimestral do Abate, que começou em 1997, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em movimento contrário, o abate de bovinos alcançou 27,54 milhões de cabeças em 2021, o que representa um recuo de 7,8% se comparado ao ano anterior, cujo o índice já tinha apresentado queda de 7,9% ante 2019.

De acordo com a pesquisa, com o avanço de 7,3%, o ano de 2021 marcou recorde no abate de 52,97 milhões de cabeças de suínos, ou mais 3,61 milhões, na comparação com 2020.

O analista da pesquisa Bernardo Viscardi disse que o resultado de 2021 manteve o cenário que era observado desde o início de 2020. “No caso dos bovinos, permanece a retenção de animais, principalmente das fêmeas, para fins de procriação. A arroba está valorizada, em um ciclo de alta, fazendo com que o produtor evite o abate”, explicou.

A pesquisa confirma o argumento, uma vez que o total de fêmeas abatidas ao longo de 2021 foi o menor resultado desde 2004, com 9,31 milhões de cabeças.

Outro fator que influenciou o resultado de bovinos foi a restrição imposta pelo mercado da China, o principal importador de carne bovina brasileira, respondendo por mais de 50% da exportação nacional. Em setembro, depois da constatação de dois casos atípicos da doença da vaca louca, a China embargou a carne proveniente do Brasil, impedimento que durou até dezembro. “Isso impactou a cadeia da carne bovina, já que a exportação vem, ao longo dos últimos meses, em altos patamares”, disse o analista.

Mesmo com a restrição, as exportações de carne bovina in natura conseguiram o terceiro melhor resultado da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia (Secex). Ao todo, foram enviadas ao exterior 1,56 milhão de toneladas. O preço da arroba bovina também sofreu impacto da crise com o país asiático, com desvalorização no mercado. Com isso, o produtor acabou segurando o abate para tentar vender mais caro adiante.

Consumo interno e exportação – A alta das exportações da carne de frango in natura contribuiu para o recorde de frangos abatidos em 2021. No entanto, o consumo interno, que segue crescendo, também teve a sua parcela no desempenho. Com a alta da carne bovina, a população procurou substitutos.

Viscardi disse que tanto o frango quanto a carne suína se tornaram opção de proteínas mais em conta. O analista lembrou ainda os impactos da pandemia da Covid-19 na economia do País. “O desempenho na exportação auxiliou a cadeia da carne suína, que enfrentou um cenário desafiador com o aumento dos custos de produção”.

Ovos

Outro recorde em 2021 foi na produção de ovos de galinha, que atingiu 3,98 bilhões de dúzias, uma variação de apenas 0,2% frente a 2020, ainda assim o suficiente para o registro de novo recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 1987. “Desde 2020, verifica-se um aumento do consumo do produto, após o início da pandemia da Covid-19, relacionado à queda no poder aquisitivo da população”, disse, destacando o consumo do ovo como fonte de proteína acessível em tempos de economia desacelerada.

O leite captado teve recuo de 2,2% sobre a quantidade registrada em 2020. Foram 25,08 bilhões de litros no ano passado. Essa foi a primeira baixa depois de quatro anos de aumentos consecutivos, de 2017 a 2020. Mesmo com a retração, o resultado foi o segundo melhor para um ano, levando em consideração a série histórica da pesquisa, iniciada em 1997. “O ano de 2021 foi marcado pela ocorrência de geadas e por um período seco mais intenso, que contribuíram para prejudicar as pastagens em algumas das principais regiões produtoras”, disse o analista.

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