Agronegócio

Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) são alternativa para diversificação agrícola em Minas

Plantas Alimentícias Não Convencionais podem ser opção, principalmente para produtores familiares; encontro nacional, em Minas, vai debater tradições e conhecimento científico e quer estimular cultivo
Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) são alternativa para diversificação agrícola em Minas
Pesquisadora da Epamig, Marinalva Woods diz que Pancs podem ser consorciadas com outras atividades | Foto: Divulgação Epamig

Presentes nas gastronomias regionais e nos costumes que atravessam gerações, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs) são opções interessantes para a diversificação das atividades agrícolas, principalmente, na agricultura familiar. Em Minas Gerais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolve um amplo trabalho de pesquisa com as Pancs. O objetivo é estimular o cultivo e conscientizar a população sobre a importância das Pancs na alimentação, na saúde e também na conservação da biodiversidade. 

Como forma de difundir as informações e ampliar o conhecimento, na próxima semana, de 1º a 3 de julho, acontece o 8º Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais – HortPANC. A edição é realizada pela Epamig, em parceria com a Embrapa Hortaliças e a Emater-MG.

Capuchinha
Capuchinha, por exemplo, é usada em saladas; adoção das Pancs pelos agricultores é crescente no Estado | Foto: Divulgação Epamig

Com o tema “Hortaliças PANC: das tradições populares ao conhecimento científico”, o evento contará com programação técnica, nos dias 1º e 2 de julho, no Auditório da Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas. Já no dia 3 de julho, haverá um dia de campo no Campo Experimental Santa Rita da Epamig, em Prudente de Morais.

O evento contará com várias palestras, incluindo a “História das hortaliças PANC em Minas Gerais” e mesas redondas e debates sobre PANC e tradições mineiras; Cultivo e inclusão dessas hortaliças na alimentação; Ancestralidade; Ensino, Pesquisa e Extensão em Minas Gerais e em outras regiões do País; Nutrição, Segurança Alimentar e adequação a dietas restritivas.

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No Campo Experimental Santa Rita da Epamig,  os participantes conhecerão seis estações ocupada com as Pancs, elas estão divididas em frutos, hortaliças perenes, raízes e rizomas e folhosas. Haverá caminhada de reconhecimento de hortaliças PANC e Cozinha PANC ao vivo.

Conhecimento

Segundo a pesquisadora da Epamig, Marinalva Woods Pedrosa, o Congresso será oportuno para a difusão de conhecimento e para subsidiar novas pesquisas e parcerias.

 “O congresso é um momento muito importante para a difusão de conhecimento sobre as Pancs. Vamos receber um público bem variado que inclui pesquisadores, técnicos, estudantes, produtores rurais, pessoas ligadas à área da educação, nutricionista e a comunidade em geral. Além dos eventos técnicos científicos, a troca de informações entre os participantes é fundamental. Os saberes populares são os mais importantes, é de onde tiramos as informações para pesquisas, é o que mantém o consumo das pancs”, explicou. 

Pancs estão presentes em todo o Estado

Conforme a pesquisadora da Epamig, as Pancs fazem parte da biodiversidade mineira e brasileira e das culturas regionais, com as espécies variando conforme as regiões. Entre elas estão a taioba, o ora-pro-nóbis, peixinho, capuchinha, vinagreira, azedinha entre outras.

Além dos benefícios para a saúde, as espécies são interessantes para a diversificação da renda dos produtores rurais, principalmente, os da agricultura familiar. Há a opção de vender as Pancs nas feiras e, em algumas cidades, os itens integram a alimentação escolar, garantindo o benefício alimentar e também um mercado para estimular a produção.

“No Estado, a adoção das Pancs pelos agricultores é crescente. Sabemos disso, porque há uma busca crescente pelas mudas. Também há cidades que adotaram as Pancs na alimentação escolar, o que é muito importante para garantir mercado e estimular a produção”.

Ainda conforme Marinalva, uma das formas indicadas para o cultivo das Pancs é consorciada com outras atividades. É possível escolher espécies conforme as estações do ano e adaptadas à região, o que facilita o manejo.

“Em Minas Gerais temos uma riqueza muito grande de Pancs, temos a Mata Atlântica e o Cerrado, cada uma com sua biodiversidade. Então, podemos usufruir dessa riqueza o ano todo com diversidade”. 

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