Valor recorde: PIB do agronegócio mineiro cresce 9,5% e chega a R$ 235 bilhões

Por mais um ano, o agronegócio de Minas Gerais registrou um Produto Interno Bruto (PIB) recorde. As riquezas geradas pela atividade, em 2024, somaram R$ 235 bilhões, uma alta de 9,55% (ou de R$ 20,5 bilhões) em relação a 2023. A expansão foi impulsionada pela valorização média de 10,2% nos preços dos produtos do setor, o que compensou a queda de 0,5% em termos reais no volume de produção.
Os dados são do estudo divulgado nesta segunda-feira (30) pela Fundação João Pinheiro (FJP), em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
Com o resultado, o setor respondeu por 22,2% do PIB estadual que, em 2024, chegou a R$ 1,06 trilhão, um crescimento de 3,1% na geração de riquezas em relação a 2023.
O pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP), Raimundo de Sousa Leal Filho, explica que a queda de 0,5% no volume produzido em 2024 foi concentrada nas atividades primárias do agronegócio. No período, o setor agrícola de Minas Gerais enfrentou desafios climáticos que impactam na produção de vários produtos, como a soja, milho e café.
“Apesar da queda no volume de produção, no setor primário, tivemos contribuição positiva de importantes produtos como a cana-de-açúcar (de 82,5 para 83,8 milhões de toneladas) e também o leite. No caso do café, que é o principal produto, a produção permaneceu estável. Em 2020/2021 registramos o pico de produção do café, com cerca de 2,1 milhões de toneladas. A gente estima que levará ainda um tempo para chegar a este patamar mais elevado, devido às questões climáticas desfavoráveis dos últimos anos”, analisa.
Já na agroindústria e nos serviços relacionados houve crescimento real da produção de 1,7% no período.
“Em 2024, o PIB do agronegócio de Minas Gerais cresceu devido às atividades que processam os bens primários produzidos da porteira para dentro. Os destaques foram a fabricação de alimentos (com 2,4% de alta), de bebidas (3,1%) e produtos do fumo (6,9%). No setor de serviços, tivemos alta na comercialização da produção, na parte de serviços financeiros, serviços prestados na alimentação fora de casa e alojamento”, explica Leal Filho.
Com o resultado, em 2024, o valor adicionado bruto (VAB) no núcleo das atividades agrícolas, da pecuária e da produção florestal evoluiu de R$ 61,8 bilhões em 2023 para R$ 70 bilhões em 2024. Já o PIB da agroindústria e dos serviços passou de R$ 152,7 bilhões para R$ 165 bilhões no mesmo período.
O presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo, ressaltou que o agronegócio de Minas Gerais continuará gerando mais rentabilidade para todos os mineiros.
“A agropecuária em Minas Gerais e no Brasil é nitidamente uma das atividades mais importantes que impulsionam a economia dos municípios, do Estado e do País. A simplificação e o diálogo aberto entre o setor e o governo de Minas têm nos feito melhorar. E essa melhora não fica da porteira para dentro; é uma melhora per capita de toda a população mineira”, diz.
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