PIB do agronegócio mineiro bate recorde e chega a R$ 228,6 bilhões

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio de Minas Gerais chegou ao valor recorde de R$ 228,6 bilhões em 2023, representando, portanto, um acréscimo nominal de R$ 13,2 bilhões, de acordo com estimativas divulgadas pela Fundação João Pinheiro (FJP) nesta segunda-feira (10). Frente ao ano passado, o avanço foi de 5,9%. Assim, por mais um ano, o setor respondeu por 22,2% do PIB total do Estado.
O PIB do agronegócio estadual é calculado com metodologia desenvolvida pela FJP. Em 2023, a alta no PIB veio do aumento expressivo da produção de café, soja, cana-de-açúcar e milho, mesmo com a evolução menor dos preços desses produtos compreendidos como primários. O resultado reflete, ainda, o avanço da fabricação de alimentos, bebidas, celulose e biocombustíveis, por exemplo.
Conforme o pesquisador da FJP, Raimundo de Sousa, houve alta significativa em importantes produtos, o que foi fundamental para o valor recorde do PIB do agronegócio de Minas Gerais.
“Entre os destaques estão as altas na produção da soja, que subiu de 7,6 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas em Minas. A produção do café passou de 1,4 milhão de toneladas para 1,7 milhão de toneladas, seguido pela cana-de-açúcar, que subiu de 73,3 milhões de toneladas para 82,5 milhões de toneladas, e o milho, passando de 7,8 milhões de toneladas para 8,3 milhões de toneladas”, diz.
Ainda segundo Souza, além do setor primário, houve avanço também na agroindústria. “Em 2023, nós tivemos um aumento muito significativo da fabricação de pasta para papel, papelão, celulose. Na produção industrial propriamente dita, o aumento da fabricação de alimentos, bebidas, fumo e a própria celulose, é um indicador muito claro de que o PIB do agronegócio esteve em expansão em Minas Gerais no ano passado”, completa.
Em 2023, os dados da FJP ainda indicam que a maior parte do crescimento do PIB do agronegócio mineiro foi obtido no entorno do complexo produtivo, ou seja, na agroindústria e serviços associados. Assim, o Valor Adicionado Bruto (VAB) no núcleo da agropecuária evoluiu de R$ 68,7 bilhões em 2022 para R$ 70,1 bilhões no ano seguinte. Já o PIB dos demais elos (entorno) do complexo passou de R$ 146,6 bilhões para R$158,5 bilhões no mesmo período.
Agronegócio tem destaque na economia de Minas Gerais
O vice-governador de Minas Gerais Mateus Simões (Novo), destacou que a participação do agronegócio na economia do Estado é muito relevante.
“Estamos com o PIB do agronegócio chegando a quase um quarto da economia do Estado. Isso é muito impactante e houve uma evolução muito impactante nos últimos sete anos. Nós partimos de uma participação 15% inferior em 2018 para atuais 22,2% em 2023. Em termos proporcionais, o avanço de 7 pontos sobre uma base de 15 representa quase 50% de alta. É um avanço sobre uma economia que também cresceu, então é muito significativo”, explica o vice-governador.
Simões destaca, ainda, que a maior parte das commodities registrou queda nos preços frente a 2022, porém, o avanço na produção compensou a retração dos valores. “Mesmo com os preços da safra menores, ainda assim, tivemos uma evolução considerável. Estamos falando de aumento da produção, sem aumento relevante da área agricultável. O que tivemos foi uma melhoria da eficiência produtiva e conversão da área de pastagem degradada”, conclui.
Expectativas para 2024
Mesmo enfrentando desafios, como os climáticos e a falta de políticas públicas, o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio Pitangui de Salvo, ressaltou que o agronegócio de Minas Gerais é pujante e continuará com grande representatividade na economia do Estado.
“Vou fazer uma comparação do agronegócio de Minas com o futebol. Nós somos a seleção brasileira, em qualquer Copa que formos, vamos ter bom desempenho. Eventualmente, não vamos ganhar, mas somos um setor competitivo. Pode acontecer La Niña, El Niño, pode acontecer uma série de fatores, mas nós vamos ser sempre um setor competitivo, que respeita o meio ambiente e produz com sustentabilidade”, enaltece.
Ainda conforme Salvo, o setor vem transformando o Brasil. “Somos um setor que traz tecnologia e está transformando o Brasil, garantindo ainda segurança alimentar e de qualidade para a população. Espero que 2024 seja de mais uma boa safra e que a gente possa continuar registrando resultados positivos para melhorar a vida do cidadão brasileiro”, diz.
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