Piscicultores investem em tanques suspensos para tilápia em Divinópolis

Sustentabilidade e alta produtividade estão entre as vantagens de um sistema que tem ganhado a preferência de piscicultores em Divinópolis e região, no Centro-Oeste de Minas. Trata-se do Sistema de Recirculação de Água, conhecido como RAS. Segundo o coordenador regional de Pecuária da Emater-MG, Lamartine Wéliton Branquinho, o sistema é bem simples. “O RAS consiste em um método de criação de peixes em bolsões de geomembrana. Nele, a água passa por um tratamento e depois é reutilizada, diminuindo drasticamente a quantidade de água necessária para cada ciclo produtivo”, explica.
Ele lembra que, além de contribuir com a sustentabilidade, o sistema ainda apresenta como vantagens pouco espaço para a instalação, produção de um peixe de melhor qualidade e alta produção. “Os tanques podem variar de 5 mil até 300 mil litros. Em um tanque de 150 mil litros, por exemplo, o produtor pode colocar até 4,5 mil peixes terminados”, afirma o coordenador.
Entre as desvantagens do RAS, o extensionista da Emater-MG, Giovani Chaves, cita o maior custo de implantação em relação ao tanque escavado e a alta demanda de energia elétrica. “Os criadores estão contornando esse problema da energia com a instalação de placas solares que, além de proporcionar uma economia significativa na conta de luz, ainda reduz a possibilidade de os animais morrerem por falta de oxigenação, caso ocorra algum pico de energia”, explica.
Experiências
Adão Alves está na piscicultura há 25 anos. Ele e os sócios têm criação de tilápia, surubim e tambaqui em tanque escavado, na comunidade São José de Pedras, em Itaúna. Há dois anos, eles decidiram apostar em 10 tanques suspensos de vários tamanhos para a criação de tilápias. A experiência tem sido satisfatória. São três toneladas produzidas por mês em uma área de dois hectares.
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“A gente tem um peixe de melhor qualidade, pois não tem contato com barro e, além disso, apresenta o diferencial de ser um tanque compacto onde você pode criar bastante peixe por metro quadrado”, conta. Um frigorífico terceirizado realiza o abate e a produção é comercializada para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), além de bares e restaurantes do município.
Manejo
O coordenador da Emater-MG explica ainda que o manejo é simples: “O produtor coloca uma água limpa em um tanque, faz a fertilização para receber os alevinos, onde ficarão por aproximadamente 60 dias. Após esse período, transfere os peixes para outro tanque com o objetivo de engorda. Em seguida, para o de depuração, onde ficam por três dias e, finalmente, vão para o abate. O período do ciclo fica em torno de sete a oito meses”.
Lamartine Branquinho ainda lembra que o licenciamento ou outorga dependerá da quantidade de criação. Ele ainda ressalta que, apesar de ser uma atividade interessante e rentável, é necessário ter um certo conhecimento sobre manejo, pois podem ocorrer imprevistos, gerando assim a mortalidade do tanque inteiro.
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