Piscicultura em Minas Gerais cresce acima da média nacional

Por mais um ano, a piscicultura de cultivo em Minas Gerais cresceu acima da média nacional. Conforme os dados do Anuário da Peixe Br 2025, a produção mineira somou 72,8 mil toneladas ao longo de 2024, superando, assim, em 18,18% o volume registrado em 2023. Já no Brasil, a produção de peixes de cultivo foi de 968.745 toneladas, em 2024, representando, portanto, um aumento de 9,21% frente ao ano anterior. Com o resultado, Minas Gerais encerrou o ano como terceiro maior produtor do País, atrás apenas do Paraná e de São Paulo.
O presidente da Peixe BR, Francisco Medeiros, explica que, apesar de 2024 ter sido um ano difícil para o produtor, a produção seguiu em crescimento: “O crescimento da piscicultura é muito significativo para a cadeia de proteína no Brasil. Mesmo porque as dificuldades são as mais diversas como as climáticas, sanitárias e mercadológicas. Além das questões políticas. Mesmo diante desse quadro, o setor continuou com os investimentos e colhendo os resultados bastante positivos”.
Para 2025, as expectativas são cautelosas. Conforme Medeiros, a tendência é de uma boa oferta de peixes, porém, há o desafio dos preços baixos pagos aos produtores.
“Para 2025, a previsão é de uma oferta elevada e de estoques grandes, o que pode impactar os preços. Acredito que as vendas serão boas, mas será um ano difícil para o produtor e para a a indústria. As empresas não irão reduzir investimentos, mas é um ano de cintos apertados”.
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Piscicultura mineira é a terceira maior do País
Ao longo de 2024, a piscicultura em Minas Gerais se destacou. Os dados da Peixe BR mostram que o Estado produziu 72,8 mil toneladas de peixes, superando, assim, em 18,18% a produção de 2023, que era de 61,6 mil toneladas.
Dentre os peixes mais cultivados, a tilápia é o principal. Em 2024, foram 68,7 mil toneladas de tilápias produzidas no Estado ante o volume de 58,2 mil toneladas de 2023. Assim, houve um incremento de 18,04%. A produção de peixes nativos chegou a 2,3 mil toneladas, e a de outros, a 1,8 mil toneladas.
O mapa da piscicultura mineira mostra que a área total de viveiros é de 11,64 mil hectares. Ao todo, são 105.250 viveiros e 21.552 tanques-rede. Entre os principais municípios produtores, Morada Nova de Minas é o maior, seguido por Guapé, Ipiaçu e Indianópolis. O presidente da Peixe Br, Francisco Medeiros, destaca que a região de Morada Nova de Minas conduz a piscicultura no Estado e isso se deve ao maior acesso ao crédito.
“Morada Nova de Minas, no meu ponto de vista, é o melhor arranjo produtivo que nós tivemos nos últimos anos. Um fator fundamental foi o crédito. Em 2023, do total de crédito para custeio da piscicultura – R$ 84 milhões -, R$ 78 milhões foram pela agência Sicoob Aracoop, que acreditou na atividade e fez com que ela crescesse. Esse foi o principal fator para o desenvolvimento”.
Triângulo
Ainda conforme Medeiros, o desempenho do Estado na piscicultura é promissor. Além do desempenho positivo da região de Morada de Minas, a atividade está em expansão na região do Triângulo Mineiro.
“Ela está se despontando agora como um segundo núcleo de produção importante. Inclusive, com um ambiente de produção e negócios melhor que Morada Nova de Minas devido à logística e infraestrutura. A região é o maior polo logístico, de insumos e de comercialização do agronegócio brasileiro. Por isso, acredito e confio que o crescimento da produção em Minas Gerais vai continuar nessa velocidade”.
Vantagens competitivas e desafios
O desempenho positivo registrado na piscicultura mineira em 2024 se deve às vantagens competitivas que atraem investimentos e tornam o Estado um polo promissor para a atividade. Conforme a Peixe Br, a abundância de recursos hídricos, a infraestrutura e o mercado consumidor são fatores que tornam o ambiente ainda mais atraente para investidores que buscam ampliar seus negócios.
Apesar do potencial, a atividade ainda enfrenta desafios. Entre os principais elencados pela Peixe Br está a necessidade de maior celeridade nos processos de licenciamento ambiental. Também são necessárias mais plantas de processamento – especialmente de maior porte – para dar vazão ao crescimento acentuado da produção e atingir outros mercados, principalmente o externo.
A regularização da cessão de Águas da União nos principais reservatórios do Estado será, com certeza, um fator importante de segurança jurídica.
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