Chuva reduz oferta e preço da cenoura sobe mais de 100% em Minas Gerais

Em Minas Gerais, as chuvas registradas em janeiro impactaram a produção e colheita de produtos como a cenoura e a batata. Desta forma, houve um comprometimento da oferta e alta expressiva nos valores. Conforme o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas) – Contagem, o preço da cenoura aumentou 111,78% e o da batata, 40%, em janeiro, quando comparado com dezembro.
Os dados da Conab mostram que o quilo da cenoura foi negociado, em média, no atacado a R$ 5,05 em janeiro. Representando, assim, um aumento de 111,78% frente ao mês anterior. Minas Gerais é o principal abastecedor dos mercados a nível nacional e teve os envios às Ceasas reduzidos em cerca de 30%. Com a menor oferta, os preços na média nacional avançaram 96,91% em janeiro, com o quilo da cenoura sendo negociado a R$ 6,31.
A menor oferta de cenouras é resultado das chuvas durante a maior parte de janeiro, que acabaram prejudicando a colheita. Assim, houve uma redução nos volumes disponíveis nas Ceasas. Além disso, o alto volume de chuvas afetou a produção e os plantios, o que poderá ocasionar novas altas de preço nos próximos meses.
Outro produto que apresentou alta expressiva foi a batata. Na Ceasa Minas, o valor do quilo, R$ 4,64, ficou 40% maior que o praticado em dezembro. Conforme a Conab, as chuvas sobre as principais regiões produtoras ocasionaram o atraso do plantio, refletindo, assim, nos envios aos mercados em janeiro. A oferta não se sustentou em nenhum importante estado produtor. Em Minas Gerais, por exemplo, a queda na oferta foi de 20%.
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Tomate também ficou mais caro em Minas Gerais
Assim como a cenoura e a batata, os preços do tomate também subiram no mês passado. No Estado, a alta ficou em 16,19%, com o quilo negociado na Ceasa Minas girando em torno de 4,22%.
Conforme a Conab, em janeiro houve uma queda abrupta da oferta de tomate em Minas. O percentual negativo foi de quase 50%.
“O quadro típico para a comercialização do tomate foi a oferta em ascensão, com a aceleração da maturação do fruto na produção, em virtude das altas temperaturas. Porém, muitas vezes ocorre a pouca disponibilidade de tomate em ponto de colheita, pois esse já foi enviado ao mercado, com a maturação acelerada e sua alta perecibilidade”, disse a Conab no relatório.
Diante da alta expressiva no preço da cenoura, consumidor pode optar por outras hortaliças
Em Minas Gerais, apesar das altas em hortaliças – como cenoura, batata e tomate – produtos como alface e cebola apresentaram queda nas cotações. No caso do primeiro produto, o valor do quilo, R$ 10,56, retraiu 3,89%. Conforme a Conab, de um modo geral, a oferta de alface nas demais Ceasas analisadas apresentou, em janeiro, alta de quase 4% em relação a dezembro de 2023.
Em janeiro, o quilo da cebola chegou a R$ 3,63, o que representou uma queda de 10,83% no Estado.
O abastecimento do mercado foi feito, em sua maioria – 80% – pela produção de cebolas do Sul do País. As chuvas no fim de 2023 e início de 2024 na região Sul prejudicaram a colheita e a qualidade do bulbo. A cebola continuou com a qualidade prejudicada pela umidade, o que provocou desvalorização da mesma e foi fator para a contenção dos preços.
Frutas
Em janeiro, o movimento de preços da laranja e da maçã foi de alta. Já melancia, banana e mamão tiveram retração nos preços. Conforme os dados da Conab, a maior variação no valor ocorreu na cotação do mamão. Em Minas Gerais, o preço da fruta foi de R$ 3,00 o quilo, uma variação negativa de 15,84% frente a janeiro.
Conforme a Conab, no caso do mamão, houve um aumento na oferta tanto para o mamão papaya quanto para o formosa, o que influencia nos menores preços praticados. O calor nas principais regiões produtoras acelerou o amadurecimento, assim, as frutas foram colhidas muito pequenas. Além da maior quantidade ofertada nos mercados, a demanda foi baixa, outro fator de pressão de queda nas cotações.
Queda expressiva também na melancia. O quilo ficou em R$ 2,70, representando, assim, uma redução de 15,23%. No caso da banana, houve uma retração de 7,73%, com o produto negociado, em média, a R$ 3,90 o quilo.
No sentido contrário, o preço do quilo da laranja avançou 5,24% em janeiro frente a dezembro, chegando ao valor de R$ 3,11. Conforme a Conab, os altos preços se deveram à oferta restrita para o varejo e à forte demanda tanto da indústria quanto do atacado.
A maçã ficou 11,9% mais cara, com o quilo cotado a R$ 8,11. Esse aumento se justifica pela baixa oferta.
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