Agronegócio

Preço do boi gordo sobe em Minas, impulsionado pela demanda

Com a demanda em alta, a arroba do boi gordo valorizou em Minas Gerais em setembro. Movimento de alta seguirá em outubro. Entenda
Preço do boi gordo sobe em Minas, impulsionado pela demanda
Baixa oferta de animais para abate está impulsionando preços do boi gordo no Estado, que começaram a ter forte reação em setembro, próximo de 20% | Crédito: Calil Neto

A baixa oferta de animais para abate está impulsionando os preços do boi gordo em Minas Gerais. Após uma forte reação em setembro, que chegou próximo a 20%, os preços seguem firmes na parcial de outubro. Com a aproximação das festas de final de ano e o pagamento do 13º salário, o consumo deve ser estimulado em um cenário de baixa oferta, resultando, assim, na sustentação dos preços em níveis mais altos.

De acordo com o coordenador Estadual em Bovinocultura da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Nauto Martins, após um período muito ruim de preços aos produtores, o mercado do boi vem se recuperando. 

“O mercado do boi vem reagindo. A tendência de alta, que foi iniciada em setembro, seguiu nos primeiros 10 dias de outubro e deve perdurar. É importante retomar os valores para o pecuarista”.

Conforme Martins, agosto foi um mês muito ruim para os pecuaristas. No período, os preços caíram quase 20%. “Foi um mês sombrio para o setor. A arroba do boi foi a preços baixíssimos. A redução ocorreu pelo aumento da oferta. No mês, as pastagens estavam muito ruins e toda boiada terminada a pasto foi colocada no mercado. Isso aconteceu em função do receio do pecuarista em perder peso pela má qualidade das pastagens”.

Já em setembro, com a oferta mais baixa, os preços reagiram. Em Minas Gerais, a arroba está cotada entre R$ 200 e R$ 225, o que representa um aumento próximo a 20% frente ao preço praticado em agosto. 

Recuperação da economia

Além da menor oferta, vários fatores têm influenciado na sustentação dos preços do boi gordo em patamares mais elevados que anteriormente. “Houve uma melhora do poder aquisitivo das famílias, resultado do índice de desemprego menor. Isso mostra o aquecimento da economia. Então, há uma demanda pela carne bovina, que ainda está com preços mais acessíveis para o consumidor”.

Martins destaca que, além do consumo interno alto, o bom desempenho das exportações brasileiras também tem contribuído para o aumento dos preços. “O mercado interno segue aquecido e, ao mesmo tempo, o mercado externo está com muita demanda. Em setembro, os embarques de carne bovina ficaram próximos a 200 mil toneladas”.

Exportações ajudam a sustentar a arroba

Conforme os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as exportações brasileiras de carne bovina in natura voltaram a se aproximar das 200 mil toneladas em setembro. O movimento mais intenso foi fundamental para a recuperação dos preços internos da arroba do boi gordo em Minas e no País.

Em setembro, o Brasil exportou 195,07 mil toneladas de carne bovina in natura, alta de 5,24% na comparação com agosto de 2023. O desempenho observado no mês passado foi o segundo melhor para um mês de setembro, atrás apenas do observado, justamente, no ano passado, quando 203,02 mil toneladas foram escoadas.

Ao longo de 2023, as vendas externas somam 1,4 milhão de toneladas, abaixo em 5,44% apenas do volume recorde do mesmo período do ano passado.

“As exportações estão ajudando a dar uma virada no mercado, permitindo, assim, a recuperação do preço do boi gordo”.

Tendência é de alta do boi gordo em Minas

As festas de final de ano e o 13º salário devem estimular o consumo de carne bovina. Com a oferta limitada e uma tendência de maior demanda nos próximos meses, a estimativa é que o preço do boi gordo em Minas siga firme, pelo menos, até os primeiros meses de 2023.

“A tendência de alta deve durar até ano que vem, porque a oferta será mais restrita de animais para o abate. Isso acontece porque há baixa oferta de animais vindo de confinamento, que foi desestimulado pelos preços baixos. Com a retomada das chuvas, haverá gado a pasto, mas isso demanda tempo para a recuperação das pastagens e, também, para a engorda do rebanho. Então, isso demandará mais alguns meses e acredito que até maio do ano que vem os preços estarão bem firmes”. 

Conforme os dados do Cepea, os preços seguem firmes em outubro. Assim, no acumulado dos primeiros 10 dias do mês, a cotação subiu 0,70%.

“Os frigoríficos estão se articulando e comprando menos para evitar um aumento muito expressivo nos preços”, disse o coordenador Estadual em Bovinocultura Emater-MG, Nauto Martins. 

A dica é que o pecuarista aproveite o momento de alta do mercado do boi gordo, o que, segundo Martins, deve ser feito de forma muito bem planejada e com uma gestão eficiente.

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