Primeira estimativa para safra de grãos 2025/26 aponta alta em Minas Gerais
O primeiro levantamento da safra de grãos 2025/26 prevê um incremento de 1,1% em Minas Gerais frente à safra anterior, com a colheita estimada, com base em dados preliminares, em 18,16 milhões de toneladas. Assim como em Minas Gerais, em nível nacional é esperado avanço de 0,8%, chegando a 354,7 milhões de toneladas, a maior produção de grãos da história. Os dados são do 1º Levantamento da Safra de Grãos 2025/26, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Este ano, em Minas Gerais, o incremento na produção é resultado da estimativa de aumento da área em produção, que cresceu 3,2% frente à safra anterior, atingindo cerca de 4,5 milhões de hectares. Quanto à produtividade, os dados apontam para uma queda de 2,1% e rendimento médio por hectare em 4,1 toneladas.
“O aumento da área dará suporte à produção maior. Já que, pelos modelos utilizados pela Conab – que avalia mercado, clima e a série histórica -, a produtividade deve ser um pouco menor na safra atual”, explicou o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.
Vasconcellos explica ainda que o clima na região Sudeste, em setembro, seguiu com poucas chuvas, o que reduziu a umidade do solo, tornando inviável a semeadura da safra em áreas sem irrigação. Já para outubro é esperada a volta das chuvas, o que vai proporcionar avanço no plantio da safra de grãos.
“Nos dez primeiros dias de outubro, as chuvas ainda ficaram tímidas, mas a previsão é que aumente e permita o avanço do plantio”.
Estimativa é de alta na produção da primeira safra de milho e queda na soja
Em Minas Gerais os principais grãos cultivados são a soja e o milho. Na temporada 2025/26 a expectativa é de alta na produção do cereal, enquanto a soja, até o momento, mostra perspectiva de pequena queda no volume.
Para o milho, conforme a Conab, é esperado aumento de 2,9% na área, somando 637 mil hectares. A alta reverte a tendência vista nas últimas safra e é resultado da migração de áreas antes dedicadas ao feijão para o milho, isso, pela perspectiva de melhor rentabilidade do cereal na safra. A estimativa aponta para uma colheita na primeira safra de 4 milhões de toneladas, 6,5% de crescimento. A produtividade, 6,4 toneladas por hectare, está 3,5% maior.
Conforme a Conab, os produtores mineiros ainda aguardam as condições de umidade ideais de solo para semearem as lavouras de milho. “Ao contrário dos anos anteriores, nesta safra teremos um incremento na área cultivada. Isso é devido aos produtores visualizarem uma valorização futura para o grão, visto que a fase de maior pressão dos preços já está findando, culminando em um resultado financeiro superior ao da soja”.
No caso da soja, a perspectiva é de uma produção em torno de 9 milhões de toneladas, volume que está 1,5% menor que o obtido na safra passada. A área de cultivo ficou 2,9% maior e soma 2,3 milhões de hectares. A redução no volume é resultado da estimativa de produtividade, 3,7 toneladas por hectare, que está 4,3% inferior.
“O aumento da área ocorre, principalmente, em áreas de pastagem e de migração de outras culturas, como o feijão, em função da boa rentabilidade da soja”, diz Vasconcellos.
Conforme a Conab, em Minas Gerais, a redução das margens da soja para esta safra, associada às restrições do crédito privado e à dificuldade de acessar as linhas públicas, resultou em uma expectativa de queda para a cultura. O fato positivo para esta safra é que, devido às melhores condições e perspectivas climáticas, provavelmente haverá uma semeadura mais adiantada do que a anterior. O plantio já foi iniciado nas áreas irrigadas, principalmente na região Noroeste, onde há maior proporção de pivôs centrais.
Feijão
A perspectiva inicial para a primeira safra de feijão, em Minas Gerais, aponta para leve redução na área plantada, 3,5%, em comparação a 2024/25 e somando 123,9 mil hectares. A queda é influenciada pelas condições mercadológicas – como o menor preço pago pelo grão no momento – e fitossanitárias, em razão do difícil controle da mosca-branca, que tem representado perdas significativas na produção nos últimos ciclos, além de elevar os custos de combate à praga. Assim, a estimativa é colher 192,8 mil toneladas, 6% a menos.
“O feijão é cultivado em três safras, por ser de ciclo curto. A estimativa para a primeira safra é de redução da área, resultado da conjuntura de mercado, o que acaba estimulando a migração para outros grãos, como o milho”, explicou Vasconcellos.
Conforme os dados da Conab, o plantio da primeira safra de feijão, em Minas Gerais, ainda é incipiente e está limitado às áreas pontuais que registraram chuvas mais consistentes e permitiram o início da semeadura em condições satisfatórias. Nas demais regiões, o cenário climático ainda não se mostrou ideal, ou estas se encontram em pleno período de vazio sanitário, devendo o início das operações de semeadura ocorrer somente após o segundo decêndio de outubro.
Algodão
Para o algodão, a tendência é de aumento da produção, resultado do aumento da área e produtividade. A perspectiva é colher 135 mil toneladas de algodão em caroço, alta de 22,3%. A área em produção tende a crescer 10,9% e a produtividade, 10,2%, chegando então em 50 mil hectares e um rendimento de 2,6 toneladas por hectare.
A semeadura do algodão ainda não aconteceu em função do vazio sanitário estipulado até 20 de novembro de 2025 em Minas Gerais. O vazio sanitário do algodão é uma medida fitossanitária obrigatória e essencial para prevenir e reduzir a incidência da praga do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) e, também, para proteger as lavouras na safra 2025/2026.
As propriedades que possuem áreas irrigadas situadas abaixo de 600 metros de altitude devem cumprir o vazio no período que vai de 30 de outubro a 30 de dezembro de 2025.
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