Agronegócio

Principais indústrias de café do País vão subir preços

Fator se deve às condições climáticas adversas que causaram um aumento nos preços do grão verde
Principais indústrias de café do País vão subir preços
Foto: Reprodução Adobe Stock

Londres – As principais torrefadoras de café do Brasil, incluindo a JDE Peet’s, uma das maiores empresas de café do mundo, deverão aumentar seus preços no mercado interno a partir do início de 2025, depois que as condições climáticas adversas causaram um aumento nos preços do grão verde.

Os preços globais do café atingiram níveis recordes esta semana e subiram cerca de 80% este ano, já que o clima adverso no Brasil e no Vietnã – os maiores produtores do mundo – afetou as perspectivas de safra, e os consumidores internacionais provavelmente sentirão o impacto já no final de março.

A JDE Peet’s, fabricante de marcas como Jacobs, L’Or, Tassimo e Douwe Egberts, aumentará os preços no Brasil,em média, 30% em 2025, disseram dois traders à Reuters nesta quinta-feira (12), citando documentos enviados aos clientes da empresa.

O Brasil é o segundo maior país consumidor de café do mundo, depois dos EUA. No entanto, os traders disseram que as multinacionais também procurarão aumentar os preços em outros mercados, muitos deles no fim do mês ou no início do próximo ano, quando contratos de longo prazo com os varejistas expirarão. “Acho que todo mundo vai aumentar os preços no ano que vem”, disse um trader da Europa.

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Outra grande torrefadora brasileira, a 3Corações, aumentará os preços em 11% em janeiro, depois de aumentá-los em 10% em dezembro, enquanto a Melitta, outra grande empresa no Brasil, aumentou em 25% este mês, depois de um recente aumento de 12%, segundo documentos enviados a clientes e vistos pela Reuters.

A JDE Peet’s se referiu a questões climáticas em uma mensagem aos clientes que dizia que estaria aumentando os preços do café torrado e moído, grãos inteiros, solúvel, cápsulas e cappuccino. A Melitta disse que continua a enfrentar o aumento dos custos do café devido à situação climática, enquanto a 3Corações, joint venture entre a brasileira São Miguel e a israelense Strauss, citou o clima, o aumento da demanda e a instabilidade econômica.
Tanto o Brasil quanto o Vietnã sofreram com a seca este ano, e o clima tem sido irregular nos últimos anos.

A 3corações afirmou em nota à Reuters que monitora as “oscilações históricas nas cotações dos grãos, amplamente influenciadas pelas mudanças climáticas e pelas quebras de safra, fatores que pressionam fortemente os custos do café verde, nossa principal matéria-prima”.
“Apesar de termos absorvido essas variações ao máximo, a persistência desse cenário tornou necessária uma revisão de nossos custos, resultando em um ajuste nos preços”, disse a companhia, reiterando ter “compromisso em implementar esse ajuste de forma gradual” .

A Melitta afirmou que tem como política não comentar informações relacionadas à estratégia comercial ou política de preços.

Somente nas últimas cinco semanas, os preços do café verde subiram cerca de 30% nos mercados internacionais de commodities.

Torrefadoras

Os especialistas dizem que o crescimento da demanda das torrefadoras provavelmente sofrerá uma desaceleração mais significativa, pois, diferentemente dos compradores, as empresas de café podem reagir aos preços altos, por exemplo, reduzindo os estoques.

O chefe da Nestlé, a maior empresa de café do mundo, foi demitido no início deste ano depois que a diretoria ficou insatisfeita com o fraco crescimento das vendas e a perda de participação no mercado devido aos aumentos de preços. A Nestlé não respondeu imediatamente às perguntas para comentar seus planos de preços.

Reportagem distribuída pela Reuters

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