Veja os principais pontos do Plano Safra 25/26 anunciado nesta terça-feira

O governo federal lançou nesta terça-feira (1º) o Plano Safra 2025/2026, com um volume recorde de R$ 516,2 bilhões em crédito para financiar a agricultura e a pecuária empresarial no país. O pacote de medidas, que inclui linhas de custeio, comercialização e investimento, reforça o compromisso com a sustentabilidade no campo e traz mudanças relevantes para o setor produtivo, que tem forte presença em Minas Gerais.
Do montante total, R$ 447 bilhões serão destinados a grandes produtores rurais e cooperativas, enquanto R$ 69,1 bilhões contemplam produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Segundo o governo, os valores são R$ 8 bilhões superiores aos da safra anterior, embora especialistas apontem que o crescimento real pode ser menor se considerado o efeito da inflação.
As taxas de juros para as operações de custeio e comercialização foram fixadas em 10% ao ano para o Pronamp e 14% ao ano para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas variam entre 8,5% e 13,5% ao ano, com condições especiais para quem adotar práticas agropecuárias sustentáveis.

Incentivos ambientais ganham protagonismo
O governo federal anunciou também uma série de iniciativas sustentáveis, como:
- o subprograma RenovAgro Ambiental,
- o financiamento de culturas de cobertura
- a recuperação de áreas protegidas,
- a exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para liberação do crédito rural.
A intenção é evitar concessões de crédito para áreas ou períodos com alto risco climático, promovendo uma produção mais segura e responsável.
“Os produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a condições diferenciadas, como juros reduzidos”, destaca o governo.
Destaque no Plano Safra, o subprograma RenovAgro Ambiental agora financia ações de prevenção a incêndios, recuperação de áreas de preservação e recomposição de reservas legais, além da aquisição de caminhões-pipa e mudas de espécies nativas.
Durante o lançamento no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a importância de equilibrar produção e proteção ambiental.
“O grande sucesso não é só o aumento da capacidade produtiva ou o aumento da quantidade de mercados que conseguimos. É o aprendizado de preservar os nossos rios e mananciais, de recuperar a terra degradada. A gente vai percebendo, com o tempo, que está produzindo mais em menos hectares”, afirmou.
Ele também ressaltou que o Brasil tem cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas e que a recuperação dessas áreas pode ser uma estratégia para ampliar a produção sem desmatamento.
Novidades no Plano Safra ampliam acesso e modernização
Entre as mudanças no Plano Safra anunciadas pelo governo federal, está o aumento do limite de renda anual para acesso ao Pronamp, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, facilitando o enquadramento de médios produtores.
Outra novidade é a autorização para que os produtores financiem rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da contratação do crédito, medida que deve facilitar o planejamento e o acesso aos insumos.
O governo também unificou os programas ModerAgro e InovAgro, voltados à modernização tecnológica, e ampliou o limite do Programa de Construção de Armazéns (PCA), que passou de 6 mil para 12 mil toneladas por projeto, em resposta à crescente demanda por infraestrutura de estocagem e escoamento no campo.
Além disso, o plano prevê medidas para renegociação de dívidas, dando mais flexibilidade a produtores que enfrentaram perdas em safras anteriores.
Complementando o pacote para o setor agropecuário, o governo federal anunciou no dia anterior o Plano Safra da Agricultura Familiar, com R$ 89 bilhões em recursos. Os valores serão destinados a pequenos produtores, com juros reduzidos para incentivar práticas sustentáveis, como o uso de bioinsumos, sistemas agroecológicos e sociobiodiversidade.
*Com informações da Agência Brasil
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