Produção de açúcar do centro-sul do Brasil pode crescer 4% em 2026/27, indica Datagro

A produção de açúcar do centro-sul do Brasil na próxima safra (abril de 2026 a março de 2027) foi estimada nesta terça-feira (21) em 43,2 milhões de toneladas, com um crescimento ante a projeção de 41,42 milhões de toneladas do ciclo atual, de acordo com a consultoria Datagro.
Durante o congresso da consultoria, o presidente da Datagro, Plinio Nastari, indicou que esse crescimento de mais de 4% na produção da principal região do maior produtor global da commodity aconteceria com uma recuperação da moagem de cana, que somaria 625 milhões de toneladas, ante 607,38 milhões previstos para a safra atual.
“A gente acha que uma boa estimativa para 26/27 de cana é algo em torno de 625 milhões, mas pode variar entre 605 e 640”, disse Nastari, ponderando que as projeções dependeriam do clima.
Para 2026/27, Nastari citou que há baixa expectativa para cana bisada, que é matéria-prima que sobra da safra anterior, após a moagem em 2025/26 ter sido frustrada pelo clima e pelo impacto dos incêndios nos canaviais no ano passado. Esses fatores impactariam o primeiro terço da próxima temporada.
Para o segundo terço da colheita no ano que vem, a Datagro projeta uma boa condição para as lavouras, enquanto o terceiro terço da safra 2026/27 dependeria de chuvas em abril no próximo ano. Ele citou também produtores ampliando o plantio.
A projeção de produção de açúcar para 2026/27 considera também um “mix” de alocação de cana para o adoçante de 52% do total moído, praticamente estável em relação ao ciclo atual.
A Datagro vê um novo aumento na produção de açúcar do centro-sul do Brasil, após um crescimento de 3,1% em 2025/26 ante o ciclo anterior.
Em 2025/26, contudo, o crescimento deve se dar por conta da maior destinação de cana para açúcar. Em 2024/25, quando a safra foi maior, o “mix” foi de 48,1%.
A produção total de etanol (de cana e milho) foi estimada pela Datagro em 2025/26 em 33,23 bilhões de litros, queda de quase 5%, com usinas de cana preferindo o açúcar em vez do biocombustível.
Esse recuo deverá se dar apesar de um crescimento de quase 20% na produção de etanol de milho, para cerca de 10 bilhões de litros em 2025/26.
Para 2026/27, Nastari não detalhou na apresentação sua projeção para a produção total de etanol (de cana e milho).
Mas ele disse que produção de etanol de milho do Brasil em 2026/27 deverá crescer entre 3 bilhões e 3,5 bilhões de litros ante volume da safra atual 2025/26.
Ele citou que entre os fatores por trás do crescimento estão a competitividade do etanol de milho brasileiro e a entrada de novas usinas em operação.
Conteúdo distribuído por Reuters
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