Agronegócio

Pelo segundo ano consecutivo, produção de cana-de-açúcar bate recorde em Minas Gerais

Resultado positivo é atribuído à dedicação do setor e aos investimentos constantes que ajudaram a superar os problemas climáticos
Pelo segundo ano consecutivo, produção de cana-de-açúcar bate recorde em Minas Gerais
Crédito: Adobe Stock

Por mais um ano, Minas Gerais bateu recorde no processamento de cana-de-açúcar. Conforme os dados da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), a moagem alcançou 83,1 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O volume superou em 4% a safra anterior que, até então, era o recorde do Estado.

O resultado positivo é atribuído à dedicação do setor e aos investimentos constantes que ajudaram a superar os problemas climáticos.

Apesar do recorde produtivo, a safra 2024/25 enfrentou desafios, principalmente, os climáticos. Conforme o presidente da Siamig Bioenergia, Mário Campos, a safra foi marcada por uma severa estiagem em boa parte do Estado. Em algumas regiões, foram mais de 100 dias consecutivos sem chuvas. Além disso, devido à seca, houve incêndios rurais, que acabaram afetando lavouras e unidades industriais.

“A safra 2024/25 de cana-de-açúcar foi histórica em Minas Gerais. Superamos a marca de 83 milhões de toneladas processadas, tivemos recorde de produção, recorde de açúcar e a produção de etanol também aumentou. Não foi recorde, mas cresceu. Foi também uma safra bem atípica. Tivemos um período de seca muito prolongado. Isso obviamente ajudou a performance em termos de aproveitamento de tempo”, explica Campos.

A resiliência do setor, resultado dos trabalhos desenvolvidos pelas usinas e por investimentos constantes em inovação e tecnologias, ajudaram a superar o desafio e chegar a mais um recorde produtivo. 

“Mostramos, mais uma vez, a força da bioenergia em Minas Gerais. Esse resultado é fruto da competência das usinas, do trabalho no campo e da nossa capacidade de inovação, mesmo diante de uma seca severa e dos desafios com os incêndios rurais no ano passado”, completa.

Produção histórica

Conforme os dados da Siamig bioenergia, na safra 2024/25, além do recorde na moagem da cana-de-açúcar, Minas Gerais também registrou uma produção histórica de açúcar. Ao todo, a fabricação do adoçante no Estado chegou a 5,6 milhões de toneladas, gerando, portanto, um crescimento de 3,2% em relação à safra anterior.

Houve alta também no volume de etanol. Conforme os dados da Siamig, a produção de etanol total chegou a 3,4 milhões de metros cúbicos, gerando, assim, um aumento de 5%.

Na safra 2024/25 de cana-de-açúcar, a fabricação de etanol hidratado somou 2,2 milhões de metros cúbicos, avanço expressivo de 13,9%. Já a produção do etanol anidro somou 1,2 milhões de metros cúbicos, encerrando a safra com queda de 9,3%.

Mix de produção

Quanto ao mix de produção da 2024/25, conforme a Siamig, foram 50% da cana destinada ao açúcar, volume que ficou 1 ponto percentual (p.p) abaixo do registrado anteriormente, refletindo a estratégia das usinas diante das condições de mercado. Conforme Campos, na safra 2024/25 a pureza da cana não ficou tão boa quanto esperado.

“Isso prejudicou muito a questão da cristalização da sacarose, que é para a produção de açúcar. E isso refletiu no nosso mix de produção. A gente esperava ter um mix mais açucareiro, porém, ficou bem aquém do projetado. Inclusive, fechou abaixo do ano anterior. A safra também foi marcada por muita chuva na metade de outubro, novembro e início de dezembro, então, houve disponibilidade de cana para produção em março, o que ajudou a aumentar os números”, explica Campos.

Safra de cana-de-açúcar 2025/26 deve ser menor

Para a próxima safra, o setor sucroenergético de Minas Gerais está cauteloso, principalmente, em relação ao clima. Isso ocorre devido às chuvas muito irregulares em janeiro, fevereiro e março e, agora, em abril, com o início do período mais seco. Assim, é esperada uma redução no volume de cana-de-açúcar a ser processada e tendendo para um maior volume de açúcar.

“Estamos muito preocupados, vai ter quebra de produtividade. Agora, como a atividade nos últimos anos vinha em expansão, a gente pode adiantar que teremos aumento de área. Então, a expectativa, obviamente, é de redução de produção, mas a gente ainda não pode quantificar qual seria essa redução”, explica o presidente da Siamig Bioenergia, Mário Campos.

A tendência também é que seja uma safra de açúcar, proporcionalmente, mais elevada frente ao etanol. Isso, em função dos investimentos feitos nos últimos anos, que vão performar agora. “Inclusive, esse ano a gente já tem mais fábrica de açúcar, tem algumas modificações em algumas fábricas que vai fazer com que a produção de açúcar possa ser mais elevada”, conclui.

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