Estimativa da produção de carnes no Brasil é de 30,8 milhões/toneladas

A produção das três principais carnes do País deve chegar a 30,88 milhões de toneladas neste ano. O volume representa um crescimento de 3,9% se comparado com 2023. Esse incremento reflete em uma elevação na disponibilidade interna, estimada em 21,12 milhões de toneladas, o que garante o abastecimento no mercado brasileiro. As exportações também devem crescer em torno de 6,5%, projetadas em 9,85 milhões de toneladas. É o que mostra o quadro de suprimento de carnes divulgado nessa quarta-feira (3) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“A maior quantidade de carnes disponíveis no mercado interno é um bom indicativo para os consumidores. Mas além desse aumento na produção, os preços dos insumos para alimentação animal estão menores para o criador. Essa combinação de fatores tende a sustentar os preços das carnes em patamares mais baixos para os brasileiros e as brasileiras”, destaca o presidente da companhia, Edegar Pretto.
Para a carne bovina, o panorama esperado é de aumento na produção, retomando a marca de 10 milhões de toneladas, volume atingido nos anos de 2006 e 2007. “O bom volume produzido ainda é reflexo do ciclo pecuário iniciado no ano passado, com uma alta nos abates motivado por descarte de fêmeas”, lembra o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da Conab, Gabriel Rabello.
A disponibilidade interna do produto deverá chegar a 6,6 milhões de toneladas, se mantendo próximo à estabilidade, com um leve aumento de 0,2%, enquanto que as exportações devem ficar em torno de 3,5 milhões de toneladas. “Se olharmos para o mercado externo, mesmo com a China recuperando seu plantel de suínos, tende a haver uma demanda maior pelo produto brasileiro devido ao embargo chinês à carne bovina entre fevereiro e abril do ano passado. Ainda assim, essa elevação na demanda internacional não tende a afetar a oferta da carne no mercado interno, em razão da maior oferta aliada a preços de insumos mais baixos”, explica o gerente da Companhia.
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Também é esperada uma maior exportação da carne suína em 2024. Se no ano passado os embarques chegaram a 1,21 milhão de toneladas, para este ano é esperado um volume exportado de 1,29 milhão de toneladas, 6,6% superior. “Essa elevação se dá, principalmente, pela conquista de novos mercados. Nos dois primeiros meses deste ano os embarques estão 13% maiores em relação ao mesmo período de 2023. O bom desempenho é conquistado mesmo com a queda de 32% nos envios para a China, maior mercado consumidor da carne suína brasileira”, pondera o gerente da Companhia.
O bom resultado é reflexo de um crescimento na produção da carne suína no País na ordem de 3,7%, estimada em 5,55 milhões de toneladas. A alta nas exportações não impacta na disponibilidade interna que está estimada em 4,22 milhões de toneladas, elevação de 2,8% em relação a 2023.
Para a avicultura de corte também é esperado um aumento de 1,5% na produção neste ano em comparação com 2023, sendo estimada em aproximadamente 15,4 milhões de toneladas. O maior volume produzido possibilita uma elevação na disponibilidade do produto no mercado interno de 4,3%, podendo chegar a 10,3 milhões de toneladas, a terceira maior da série histórica. “A maior produção e, consequentemente, oferta das demais proteínas impacta o mercado interno, pressionando os preços da carne de frango para baixo no país, fazendo com que haja uma tendência de elevação da demanda, o que influencia na maior disponibilidade do produto”, destaca Rabello. Mesmo assim, as exportações também devem ter uma ligeira alta de 0,9%, se mantendo um pouco acima de 5 milhões de toneladas.
Ovos
Além das informações sobre carnes, o quadro de suprimento da Conab também traz informações sobre a produção de ovos no Brasil. De acordo com a estimativa da estatal, a produção para 2024 deve atingir um novo recorde e chegar a 41,1 bilhões de unidades de ovos para consumo. Com este volume, a disponibilidade per capita do produto deve se manter estável, estimada em 200,2 unidades por habitante ao ano.
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