Agronegócio

Produção de trigo vai contar com plataforma de dados com informações estratégicas para incentivos e investimentos

Projeto da ferramenta está inserido em um amplo projeto de pesquisa para o crescimento da triticultura no Cerrado, incluindo Minas Gerais
Produção de trigo vai contar com plataforma de dados com informações estratégicas para incentivos e investimentos
Crédito: Maurício Coelho/Epamig

Única commodity agrícola importada pelo Brasil, o trigo deve contar com uma plataforma de dados com informações estratégicas para orientar políticas de incentivo e investimento no crescimento da produção, em desenvolvimento na Embrapa. A construção da ferramenta está inserida em um amplo projeto de pesquisa para o crescimento da triticultura no Cerrado, especialmente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Bahia, além do Distrito Federal.

Haverá, no entanto dados de todo o País, tendo em vista que uma tomada de decisão sobre investimentos em planejamento nessa área envolve fatores de outras regiões, como a presença de unidades de processamento e o próprio consumo em outros Estados. A previsão é que a solução tecnológica seja entregue até o final de 2025 à sociedade e ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que exigiu o trabalho.

À frente da iniciativa, o analista Álvaro Dossa, da Embrapa Trigo (RS), reforça que a expansão da triticultura no Cerrado é peça-chave para o Brasil conquistar a autossuficiência no cereal. Mas a conexão dos dados sobre essa área com o restante do País é necessária quando se pensa na cadeia produtiva e não fornecida de matéria-prima para a indústria. “Não podemos apenas isolar o Cerrado porque as decisões não são isoladas. Por exemplo, tem muito consumo no Nordeste do Brasil, uma população grande”, avalia.

“É uma questão nacional, não dá para entender analisando apenas a realidade da região de expansão. Olhar apenas a intensidade de moagem que existe na região não é suficiente para dimensionar a demanda. Muitas vezes, os moinhos podem estar fora dessa região e exercer uma capacidade de influência. Um moinho localizado no norte do Paraná pode buscar trigo em Minas Gerais ou no Mato Grosso do Sul”, complementa o analista André Farias, da Embrapa Territorial (SP).

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A plataforma deve apresentar dados sobre a produção (sementes, insumos, evolução histórica) e processamento (capacidade instalada, estocagem), além do consumo interno e da exportação. Também vai agregar trabalhos que vêm sendo realizados em uma parceria entre Embrapa Trigo, Embrapa Territorial e pesquisadores da sede da empresa, há 10 anos.

Em 2015, um estudo projetou planos de crescimento das plantações nas quatro regiões da cultura, analisando principalmente a participação do trigo em relação à área de soja e milho da safra de verão e a otimização de locais que historicamente tinham sido ocupados pela triticultura. Um segundo trabalho, dois anos depois, avaliou como o plantio de cereais se expandiu, ou se retraiu, nas diferentes áreas do território nacional, ao longo de 25 anos.

A estimativa das lacunas de produtividade foi um terceiro esforço para compreender as diferenças que existem na produção do trigo conforme a localidade, mesmo em regiões com produção consolidada e condições ambientais semelhantes. (Embrapa)

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