Agronegócio

Produtores afetados por geada podem acessar Funcafé

Nos dias 10 e 11 de agosto, plantações de café do Cerrado Mineiro sofreram impactos do fenômeno meteorológico; safra 2025/2026 da região deve cair 5,5%
Produtores afetados por geada podem acessar Funcafé
Região de Patrocinío e de outras cidades como Ibiá e Araxá foram as mais atingidas, segundo levantamento da Expocacer | Foto: Divulgação Expocacer

Os cafeicultores que tiveram suas lavouras impactadas por geadas têm à disposição o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), principal instrumento de financiamento do setor. Para a safra 2025/2026 estão disponíveis até R$ 31,3 milhões por meio da linha de Crédito para Recuperação de Cafezais Danificados, recurso que visa auxiliar na recomposição de áreas afetadas por adversidades climáticas.

Em Minas Gerais, por exemplo, a geada registrada no Cerrado Mineiro nos dias 10 e 11 de agosto deve reduzir a safra de café 2025/26 da região em cerca de 412 mil sacas de 60 kg, ou cerca de 5,5% do potencial produtivo desta importante área cafeeira. O estudo preliminar foi divulgado, na última terça-feira (19), pela Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer). Segundo a entidade, a região de Patrocínio – o maior município produtor de café do País – e de outras cidades como Ibiá e Araxá foram as mais afetadas pelo fenômeno climático.

A massa de ar polar provocou temperaturas negativas na região, chegando a -2°C em alguns pontos, comprometendo lavouras em diferentes intensidades. Os danos variam desde a redução parcial na produtividade até perdas severas em determinadas áreas. De quase 13 mil hectares avaliados no estudo da Expocacer, 1.173 hectares apresentaram impactos causados pela geada, afetando 67 produtores. A cooperativa afirmou que a avaliação dos níveis de danos por área deve continuar e, em novos relatórios, será possível a mensuração exata dos danos por hectare.

O Funcafé é uma política consolidada, voltada para dar suporte aos produtores em todas as etapas da cadeia produtiva do café – desde a comercialização e a estocagem até o custeio e os investimentos. No caso específico da recuperação de cafezais, os recursos podem ser utilizados para tratos culturais, replantio e demais práticas necessárias à revitalização das lavouras atingidas, garantindo a sustentabilidade da atividade.

Além de oferecer condições diferenciadas de financiamento, o fundo desempenha um papel estratégico na preservação da renda do produtor e na manutenção da cafeicultura como atividade econômica fundamental para o Brasil, que segue como maior produtor e exportador mundial de café.

Segundo o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, o Funcafé reafirma seu papel essencial em momentos de adversidade: “A liberação desses recursos mostra a importância do Funcafé como instrumento de segurança para o produtor. Sabemos que eventos climáticos, como as geadas, podem comprometer anos de trabalho e investimento. Por isso, essa linha de crédito é fundamental para garantir a recuperação das lavouras, a estabilidade da renda e a continuidade da produção cafeeira no País.”

Com essa linha de crédito, os cafeicultores prejudicados pelas geadas têm à disposição um mecanismo concreto para retomar a produção e proteger a propriedade, reforça o CNC.

Para a safra 2025/2026, o Funcafé contará com R$ 7,187 bilhões, o que representa um aumento de 4,37% em comparação com os valores contratados na safra passada, que foi de R$6,868 bilhões.

A distribuição de valores em cada linha de crédito seguiu o rateio total do orçamento do Funcafé na mesma proporção utilizada na safra 2024/2025. Na linha Crédito para Recuperação de Cafezais Danificados, por exemplo, são até R$ 31.312.505 milhões para a recuperação de lavouras afetadas por adversidades climáticas.

As demais linhas são de Custeio, de Comercialização, Financiamento para Aquisição de Café e de Crédito para Capital de Giro. (Com informações do CNC e Expocacer)

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