Agronegócio

Programa de Assistência Técnica e Gerencial é considerado divisor de águas na agropecuária mineira

Iniciativa no campo tem foco em eficiência, gestão e resultados palpáveis
Programa de Assistência Técnica e Gerencial é considerado divisor de águas na agropecuária mineira
Nas fazendas leiteiras, há práticas como pastejo rotacionado, em que o gado se alimenta diariamente com capim no ponto ideal de corte, mais nutritivo | Foto: Divulgação Sistema Faemg Senar

Uma jornada de três meses por várias regiões de Minas Gerais confirmou o que muitos produtores rurais já sentem no dia a dia: o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), promovido pelo Sistema Faemg Senar, está revolucionando o campo com foco em eficiência, gestão e resultados palpáveis. A constatação veio por meio de uma avaliação conduzida por uma consultoria especializada entre setembro de 2024 e fevereiro de 2025, que classificou o programa como “um divisor de águas para a agropecuária no Estado”.

No setor leiteiro, o ATeG acompanha cerca de 5 mil propriedades, responsáveis por uma produção diária de mais de 1 milhão de litros de leite. Essa cadeia movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano, com despesas operacionais estimadas em R$ 820 milhões. “O potencial do programa é comparável ao de grandes corporações bilionárias do setor”, avalia o consultor Carlos Renato Brega.

O estudo feito com uma amostra de 915 propriedades assistidas por, pelo menos, um ano, demonstrou que a produção média por propriedade aumentou 11,15%, a produtividade por vaca subiu 5,8% e a margem bruta ajustada teve alta de 20%. “Os produtores passaram a contar com orientação técnica e gerencial estruturada, voltada à eficiência produtiva, ao fortalecimento da gestão estratégica e à ampliação da autonomia financeira. O estudo mostra que o ATeG resulta, em média, 20 litros a mais de leite por propriedade diariamente”, destaca o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.

Impacto

O impacto do ATeG se traduz em histórias como a de Wemerson Ramon, da Fazenda 2W, em Monte Azul, no Norte de MG, que é referência na região. Após dois anos de assistência técnica, ele viu a produção e a qualidade do leite crescerem após adotar práticas como o pastejo rotacionado, em que os animais se alimentam diariamente em áreas com capim no ponto ideal de corte, mais nutritivo.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


“Hoje, esse trabalho técnico faz toda a diferença.. Dia após dia, vemos os resultados das novas práticas: antes tínhamos uma produção diária de 450 litros, hoje produzimos 900 e temos expectativa de chegar a 1.200”, relata o pecuarista. Ele, que atua com genética animal e gado confinado, destaca a tecnologia como um dos principais fatores para o ganho de produtividade.

Melhorias na cafeicultura

Na cafeicultura, os avanços também são expressivos. Entre 903 propriedades acompanhadas, a produtividade média aumentou 28%, a produção total cresceu 26%, enquanto o custo operacional por hectare caiu 40%. Hoje, o ATeG está presente em 54 mil hectares de lavouras de café no Estado, com uma produção estimada de 1,7 milhão de sacas/ano, movimentando cerca de R$ 4,2 bilhões.

A Fazenda Alcântara, em Carbonita, no Alto Jequitinhonha, é um exemplo da transformação. “Quando começamos, em 2021, nossas lavouras de café tinham baixa produtividade e pouca estrutura. Com o apoio do ATeG, saímos de uma média de 10 sacas/hectare para uma expectativa atual de 45 sacas/hectares, com previsão de colher 500 sacas nesta safra. O programa trouxe conhecimento – e conhecimento muda tudo. Hoje, com meu filho atuando ao meu lado, graças ao incentivo do Senar, a cafeicultura se fortaleceu como atividade principal da fazenda”, comemora o produtor Petterson Ribeiro dos Santos.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas