Agronegócio

Programa Minas Trifásico pode alavancar Agro mineiro

Programa Minas Trifásico pode alavancar Agro mineiro
Em 2022, serão investidos R$ 335 milhões na construção e conversão de 4,6 mil quilômetros de rede | Crédito: Divulgação

Com investimentos de R$ 1,8 bilhão, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai converter 25 mil quilômetros de redes elétricas rurais monofásicas para trifásicas e construir 5 mil quilômetros de interligações entre circuitos trifásicos em todo o Estado. Através do Programa Minas Trifásico, a rede ficará mais robusta e a energia levada ao campo terá mais qualidade e estabilidade, permitindo que os produtores rurais invistam em tecnologias e processos que demandam mais energia. Cerca de 4,6 mil quilômetros de rede serão convertidos ainda este ano. 

A mudança é uma demanda antiga do setor produtivo. Segundo a Cemig, somente em 2022, serão investidos R$ 335 milhões na construção e conversão de 4,6 mil quilômetros de rede. Com isso, o número de municípios atendidos com a expansão da rede trifásica vai quintuplicar, passando de 42 para 208 municípios diretamente beneficiados.

O programa foi apresentado pelo presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, ao ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli. Na avaliação de Paolinelli, a iniciativa é fundamental para o crescimento e modernização do agronegócio de Minas Gerais. 

“A energia monofásica ilumina, permite o uso da televisão, da água quente, mas ela não tem capacidade de resolver o problema de uma unidade que produz para o mercado. A energia precisa ser mais firme, constante, e a monofásica entra em variação. A iniciativa está chegando, diria, atrasada, mas fico muito satisfeito com essa ótima notícia de que haverá investimentos na conversão para a rede trifásica”, disse Paolinelli.

O presidente da Cemig explicou que o Minas Trifásico vai estimular o crescimento da agricultura mineira e beneficiar mais de 600 mil produtores rurais em todas as regiões de Minas Gerais.

“A conversão, obviamente, melhora a qualidade do fornecimento, tem menos falhas e é mais estável. O produtor rural vai poder ligar pivô, ordenha mecânica, secadora de café. O projeto, de fato, estimula o crescimento da agricultura mineira. Temos mais de 400 mil quilômetros de rede rural e o grosso dessa rede é monofásica. Nessa primeira etapa, serão 30 mil quilômetros de conversão. Esse, claramente, será um projeto que vai trabalhar uma revolução na agricultura e gerar muitos empregos”, explicou o presidente da Cemig.

Alcance do programa

Ainda segundo Passanezi, a mudança ocorrerá em todas as regiões do Estado e as localidades que possuem uma malha mais monofásica terão uma participação maior na conversão.  “Regiões como o Jequitinhonha e o Norte de Minas serão, proporcionalmente, mais beneficiadas do que outras regiões como o Triângulo. As regras que colocamos, efetivamente, mostram onde estão as regiões que precisamos levar uma modernização maior”, disse.

Entre as vantagens da conversão, segundo Paolinelli, está a economia para o produtor rural. “Os motores monofásicos são caros demais, exigem estruturas mais pesadas e têm o custo quatro vezes maior que o trifásico”.

Com a rede trifásica, os processos de industrialização dos produtos oriundos da agricultura e pecuária serão estimulados. Essa mudança é considerada importante para agregar valor aos produtos. 

“Nós precisamos, urgentemente, de ter capacidade de processar nossos produtos o máximo possível. Venda de commodity não é o ideal. Defendo que temos que atender à demanda do mercado, se quiser commodity vamos vender commodity,  mas também vamos aproveitar a hora certa de começar a reverter isso e mandar o produto processado, acabado. Mas, para isso, é preciso energia. Todo processamento depende de energia. E a rede trifásica gera força e permite isso”, disse. 

Conforme os dados da Cemig, com a conversão das redes atuais e a interligação dos novos troncos trifásicos, o Programa Minas Trifásico vai beneficiar um total de 739 municípios mineiros, ou 95% dos municípios da área de concessão da Cemig D, onde existem 679 mil clientes cadastrados como produtores rurais, além de residências e pequenos comércios. 

Aporte em distribuição será de R$ 12,5 bi

O Programa Minas Trifásico faz parte do plano global da Cemig que vai investir, de 2021 a 2027, cerca de R$ 22,5 bilhões no Estado. O projeto tem a expectativa de gerar 160 mil empregos diretos e indiretos. Os aportes serão feitos em transmissão e distribuição de energia, geração distribuída e comercialização de gás.

Apenas no sistema elétrico de distribuição, que atende mais de 8,7 milhões de clientes, serão R$ 12,5 bilhões em investimentos, com foco na modernização da rede, de forma a induzir o desenvolvimento econômico de Minas Gerais.

“Com o plano geral, seguramente, a Cemig vai poder voltar a dizer que a empresa induz o desenvolvimento de Minas e não é um obstáculo. Nosso objetivo é sermos indutor do desenvolvimento. Dos R$ 22,5 bilhões, mais de R$ 12,5 bilhões são somente para distribuição. Em subestações, serão mais 200, é um crescimento de quase 50%. A Cemig está fazendo 70 anos e, nesse período, construiu 414 subestações, vamos fazer mais 200 em cinco anos. Somente em 2022, serão entregues cerca de 60. Tudo isso vai permitir que a Cemig invista muito mais”, disse o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho.

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