Agronegócio

Proibição francesa não vai impactar exportações de carnes de Minas

Proibição francesa não vai impactar exportações de carnes de Minas
Expectativa é de que decisão da França impacte mais fornecedores do setor avícola | Crédito: Rodolfo Buhrer/Reuters

A decisão da França em suspender a importação de carnes de animais tratados com antibióticos para crescimento não vai afetar os embarques feitos por Minas Gerais. A proibição francesa entrará em vigor em 22 de abril e a estimativa é de que o setor avícola seja o mais afetado. No Estado, os embarques para o país europeu são pequenos e, nos últimos anos, ficaram limitados à carne bovina.

Representantes dos produtores de Minas Gerais ressaltam que a produção mineira  e nacional de proteína animal ocorre seguindo rígidas normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e de acordo com as exigências internacionais. 

A posição adotada pela França é uma antecipação da medida que será adotada na União Europeia e que entraria em vigor no final do mês passado, mas foi adiada por falta de legislação sobre verificações sanitárias.

A ação visa barrar a entrada de carne de animais que foram tratados com antibióticos sem estarem doentes. Com a prática, as bactérias se adaptam ao medicamento e, gradualmente, desenvolvem resistência, tornando os antibióticos menos eficazes quando realmente necessários.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Antônio Pitangui de Salvo, ressalta que a medida não afetará os embarques estaduais e que as carnes produzidas em Minas obedecem às normas internacionais.

“Nós temos normas dentro do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que são internacionais no que diz respeito à alimentação desses animais e que não aceitam a utilização de antibióticos e outros promotores de crescimento  que possam existir em qualquer alimentação tanto em bovinos, suínos e frangos. Seguimos boas práticas no que diz respeito a todas as cadeias promotoras dessas carnes que exportamos, com rígido sistema de fiscalização do Mapa a nível federal e, consequentemente, a nível mineiro”, explicou.

Ainda segundo Salvo, no caso do frango, que pode gerar algum tipo de questionamento quanto à utilização dos antibióticos sem a ave estar doente, Minas Gerais não exporta carne de frango para a França há alguns anos, o que não afetaria o setor. 

“Nós exportamos, em 2021, cerca de 146 milhões toneladas de carne de frango para o resto do mundo, mas a França não comprou nada. Nós temos muita segurança nos produtos produzidos no Brasil, sobretudo as carnes que seguem rígidas normas do Mapa. Estamos registrando crescimento em todos os setores, do número de países que estão comprando, justamente, pelos bons tratos, bem-estar animal, qualidade”, destacou.

Conforme os dados levantados pela Faemg, em 2021, Minas Gerais exportou 351,3 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango para o mundo. Deste total, apenas 20 toneladas de carne bovina foram embarcadas para o mercado francês. 

No caso da carne de frango, foram cerca de 146 milhões de toneladas embarcadas pelo Estado em 2021, atendendo a vários mercados, sendo os principais destinos a China, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Líbia e Singapura.  

“O produtor é muito fiscalizado, muito adaptado às regras. Nós temos hoje normas tão rígidas quanto às dos países mais avançados do mundo no que diz respeito à segurança alimentar. O Brasil tem se projetado como um país que tem trabalhado bem neste campo para alimentar os brasileiros e boa parte do mundo. Essa suspensão é um assunto que não nos preocupa”, concluiu. 

Vacinação contra brucelose segue até junho

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), faz um alerta junto às atividades da cadeia agropecuária sobre a importância da imunização de fêmeas bovinas e bubalinas de 3 a 8 meses de idade contra brucelose, seja nas propriedades leiteiras ou de corte. A previsão é de que neste ano cerca de 2 milhões de bezerras dos rebanhos mineiros sejam vacinadas contra a doença. A campanha referente ao primeiro semestre tem como prazo para vacinação até 30 de junho e da declaração até 10 de julho.

O IMA é o responsável pela coordenação e acompanhamento das campanhas de vacinação contra brucelose em Minas Gerais, uma das ações de caráter compulsório do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

A coordenadora do PNCEBT pelo IMA no Estado, a médica veterinária Luciana Oliveira, avalia a importância da divulgação do assunto pelo IMA nas unidades regionais. “Debatemos sempre com os fiscais do IMA a importância do contato próximo com os médicos veterinários cadastrados para realizarem a vacinação, o acompanhamento mensal dos resultados em cada município atendido e a parceria com os sindicatos rurais, cooperativas e demais elos da cadeia produtiva”.

No último semestre, a vacinação contra a brucelose alcançou índice de cobertura de 78,5%. O resultado é motivador, indicando aumento em praticamente todas as Coordenadorias Regionais do IMA quando comparado aos dados dos anos anteriores. “Porém, é importante ressaltar que devemos permanecer ativos em busca de alcançar a cobertura vacinal mínima de 80% de fêmeas nos rebanhos do Estado”, pondera.

Luciana Oliveira reforça atenção para as regiões de Janaúba, Patrocínio, Montes Claros, Uberlândia, Almenara, Unaí, Patos de Minas, Curvelo, Teófilo Otoni e Guanhães, que finalizaram o ano de 2021 com índice inferior a 80%. (Com informações da Seapa)


O que é Segurança Energética?

São medidas adotadas para evitar a falta do abastecimento de energia, provocada por fatores como a escassez hídrica e até mesmo dificuldades inerentes aos tipos de fornecimento. Associada a essas medidas está a segurança na disponibilidade de energia adequada, de qualidade e a preços acessíveis.

O que é o desafio energético?

Conforme o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, em seu portal on-line, em citação a Thomas B. Johansson, “os desafios energéticos incluem fornecer serviços energéticos para o bem-estar de uma população mundial crescente, facilitar o acesso a formas de energia modernas e que permitam à população pobre sair dessa condição, criar um nível razoável de segurança energética (energia a preços acessíveis e sem interrupções graves) e mitigar as mudanças climáticas e seus efeitos”.

Quais os próximos eventos sobre Segurança Energética?

“O desafio da Segurança Energética” é um evento on-line gratuito que ocorrerá no dia 16 de março de 2022, com transmissão via plataforma Youtube. Na ocasião, profissionais qualificados e renomados do setor discutirão sobre os caminhos a serem percorridos para garantir o fornecimento de energia elétrica seguro.

A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) é a instituição realizadora do evento, que tem correalização do jornal Diário do Comércio — veículo de imprensa de Minas Gerais quase centenário e especializado em economia, gestão e negócios.

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Segue abaixo a programação do evento on-line “O desafio da Segurança Energética”.

Evento sobre energia elétrica
Arte: Diário do Comércio
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