Agronegócio

Projeto da AXS Energia integra produção de energia à apicultura

A iniciativa integra as produções - energia e mel - e envolve a sociedade local
Projeto da AXS Energia integra produção de energia à apicultura
Empresa oferece capacitação para moradores e estimula a chamada economia circular com produção de energia limpa e renda | Crédito: Divulgação / AXS Energia

A  AXS Energia está desenvolvendo um projeto para a criação de abelhas nas fazendas onde produz energia solar. O projeto apícola, que é desenvolvido em parceria com a Integrapis, foi chamado de Abelhas: um ambiente amigável. A iniciativa, que está na Unidade Fotovoltaica (UFV) Paulo Valias, em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas, integra as produções – energia e mel – e envolve a sociedade local.

A empresa oferece capacitação para moradores da comunidade local que se interessam pela atividade, o que pode estimular a criação própria ou aprimorar a apicultura já desenvolvida pelos moradores. O objetivo é levar o projeto para outras unidades da empresa. 

O projeto é de grande importância para a AXS Energia, uma vez que a iniciativa estimula a economia circular, envolvendo a preservação do meio ambiente, a produção de energia limpa para a sociedade e a maior renda para a comunidade local.

De acordo com o diretor de operação da AXS Energia, Alysson Barros Paolinelli, o Grupo Roca, detentor da AXS energia, tem como característica desenvolver projetos na área de energia renovável. Quando resolveram criar a ASX, perceberam que os projetos da empresas estavam incluídos em sistemas nas áreas rurais e, então, começaram a pensar em como participar mais deste sistema, não somente com a produção de energia sustentável. 

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“Colocamos este desafio para os funcionários e, então, um sugeriu a implantação da criação de abelhas nas áreas de produção de energia. Achamos interessante pelos benefícios de polinização, de geração de valor para o ambiente em volta além da geração de produtos de valor, como o mel e o própolis. Assim, passamos a desenvolver o projeto”.     

Implantação

Para a adaptação correta da atividade apícola com a produção de energia renovável, houve a criação de uma parceria com a Integrapis, empresa especializada no desenvolvimento de projetos apícolas. 

“Fizemos uma análise, não só financeira, mas de retorno para o meio ambiente, para os nossos vizinhos e para as comunidades. Então, tivemos a ideia de captar, junto às comunidades em que atuamos, pessoas que tinham interesse de aprender e de virar apicultor”. 

As pessoas que moram perto da usina e que estavam interessadas na atividade foram treinadas. “Do grupo capacitado, a gente escolhe uma ou duas pessoas ou uma família que têm maior aptidão e que mostram maior desejo de continuar no processo. A gente fornece todo o treinamento para todos eles, cede todos os guiamento e disponibilizamos na nossa usina as colmeias com as abelhas rainhas e enxames para fazer a polinização”.

Resultados promissores

Conforme Paolinelli, a relação traz diversos ganhos para os envolvidos. “Com o projeto, todos ganham. A gente inclui a comunidade do entorno das usinas, desenvolve o conhecimento e a profissionalização de um grupo de pessoas da comunidade”.

Além disso, ele destaca que a empresa remunera as pessoas escolhidas para estarem juntos das colmeias uma ou duas vezes por semana. “Estas pessoas se tornam responsáveis pelo trato, limpeza e para recolher o mel. Assim, logicamente, a gente acaba tendo uma relação boa com a comunidade, esse é o nosso ganho, e a gente ainda tem um produto final a gente distribui ou comercializa no mercado”.

A criação das abelhas na usina também traz benefícios para o meio ambiente e para a produção agrícola do entorno. Isso porque as abelhas são essenciais para a polinização das culturas. “No entorno das usinas temos plantações de café, cana-de-açúcar, assim, as abelhas passam a ser um integrante na melhoria da produtividade dos nossos vizinhos”.

Expansão da apicultura nas usinas da AXS 

O projeto piloto de apicultura da AXS Energia foi instalado, há cerca de um ano, na Paulo Valias, em São Gonçalo do Sapucaí. Na unidade foram colocadas as 50 primeiras colmeias. Com os resultados positivos, o objetivo agora é expandir o projeto para as demais usinas em Minas Gerais, localizadas nas cidades de Três Pontas e de Três Corações. 

“Nessa primeira fase do projeto pretendemos atingir um volume de 200 colmeias entre três cidades, mantendo toda a relação com as comunidades locais. Esperamos treinar pelo menos 60 ou 70 famílias que podem virar apicultores nas suas casas ou sítios. A gente, inclusive, dá suporte para eles se precisarem de alguma coisa”. 

A previsão é encerrar 2024 com as 200 colmeias já produzindo, gerando, então, aproximadamente entre 40 e 50 quilos de mel por colmeia ao mês. Quando estiverem em produção total, a previsão é colher cerca de 10 toneladas de mel ao ano e um pouco mais dos outros derivados.

Apicultor

O apicultor, José Luiz Miguel, que exerce a atividade em São Gonçalo do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais, foi um dos moradores da comunidade local que participou dos treinamentos da AXS Energia e foi selecionado para cuidar das colmeias.

“Sempre gostei de abelhas, acho o animal bonito, e tinha uma colmeia em casa. Um dia, fui fazer um trabalho de roçada na Usina da AXS Energia, que fica a 15 minutos da minha casa, e descobri que a empresa iria ministrar um curso de apicultura. Então, me inscrevi e fiquei entre os selecionados. Hoje, trabalho com as abelhas da Usina uma vez na semana. Vou cedo fazer a manutenção e cuidar das colmeias”.

Conforme o apicultor, o curso de capacitação foi importante para aprimorar os conhecimentos. “O conhecimento ajudou muito. Antes eu não sabia que tinha horário para mexer na colmeia. Então, eu ia lá e mexia. Agora, com estudo, eu sei que quando o sol está mais quente, lá pelas 13 horas, é o melhor horário. Quando a colmeia não está em temperatura ambiente e nós abrimos ela, podemos matar as abelhas. Isso só aprendi com o estudo. Muita coisa a gente não sabia e fazia  errado”.

Hoje, José Luiz tem cinco colmeias de abelhas Jataí. A produção, quando estiver em pleno potencial, deve girar em torno de 2,5 quilos de mel ao ano. “Acho o bicho bonito. Cuido da colmeia em casa e cuido das da Usina, gosto das abelhas”.

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