Projeto Fruticultura em Campos Gerais faz primeira colheita

Implantado em 2024, o Projeto Fruticultura, uma iniciativa da Cooperativa dos Cafeicultores de Campos Gerais e Campo do Meio (Coopercam) em parceria com a Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu (Coomap), está fomentando novas oportunidades no campo, diversificando a renda dos cooperados e fortalecendo a economia local. E já mostra resultados.
A atividade tem se mostrado como uma opção para os cafeicultores que, nos últimos anos, têm enfrentado as adversidades climáticas e a diversificação das culturas é importante para reduzir os riscos e incrementar a renda dos produtores rurais. Além da produção de café, as fazendas da região possuem potencial para as frutas, como maracujá e abacate.
A iniciativa já colhe os seus primeiros frutos e começa a fazer história. No dia 14 de janeiro, foi realizada a primeira colheita de maracujá. A Coopercam recebeu 450 quilos da fruta, resultado do cultivo que foi iniciado no ano passado. Além do maracujá, a outra fruta escolhida para o projeto foi o abacate devido à possibilidade de alta rentabilidade e pelos dois produtos necessitarem de uma área pequena para o plantio. Desta forma, segundo a cooperativa, é acessível para propriedades de diferentes portes.
O Projeto Fruticultura conta, até o momento, com nove produtores que, juntos, somam 10 hectares destinados ao cultivo de maracujá. Foram plantadas 20 mil mudas dessa fruta e, no caso do abacate, há cerca de 100 hectares cultivados, que devem começar a produzir em cerca de três anos.
Trajetória
“Começamos a mobilizar os produtores em fevereiro de 2024 e, em agosto, houve o plantio do maracujá, que é todo irrigado. A expectativa é muito positiva, porque a colheita do maracujá será em pleno verão, quando há uma demanda grande pela fruta, o que pode gerar um bom retorno financeiro”, reforçava o coordenador técnico da Coopercam, Wellyson da Silva Araújo, em uma reportagem para o Diário do Comércio no dia 31 de outubro do ano passado.
No último dia 8 de janeiro, a Coopercam recebeu a visita do consultor Hércules José de Oliveira, do Viveiro Flora Brasil, da cidade de Araguari. O especialista percorreu as propriedades rurais que fazem parte do Projeto Fruticultura para esclarecer dúvidas relacionadas à colheita e oferecer orientações técnicas sobre o manejo do maracujazeiro.

“Plantar e colher é mais do que uma atividade agrícola, é um ato de acreditar no futuro, no trabalho coletivo e na força do campo. A primeira colheita de maracujá simboliza não apenas o início de uma nova etapa, mas também a realização de um sonho compartilhado por todos os envolvidos no projeto. Com esta iniciativa, a Coopercam reforça seu papel em incentivar a inovação e a sustentabilidade, mostrando que o campo é terreno fértil para crescimento, aprendizado e grandes conquistas”, destaca o coordenador técnico da cooperativa.
Produtor plantou 12 mil mudas
Um dos produtores que apostou no Projeto Fruticultura foi o cooperado da Coopercam e proprietário da Fazenda Vale da Serra, que fica em Campos Gerais, Tomás Massao Tanoue. Em março do ano passado, ele conheceu o projeto e a projeção inicial era plantar 500 mudas de maracujá na propriedade. Porém, com estudos de viabilidade e planejamento, Tanoue plantou 12 mil mudas de maracujá em uma área de 5 hectares. A área que foi cultivada com o maracujá não é apta para a cafeicultura, mas promissora para a fruta. O produtor também investiu na produção da banana, que vem sendo cultivada no entorno do maracujá.
“Antes eu plantava somente café e, como em muitas fazendas, tenho uma área – de 6 a 7 hectares – que não é ideal para o plantio do café. Então, surgiu a Coopercam com o Projeto Fruticultura e me interessei muito pelo assunto. Para o experimento, minha ideia era plantar 500 mudas, mas achei a ideia muito viável, com boa expectativa de rentabilidade. Então, ampliei o plantio para 12 mil mudas”, reiterava o produtor em entrevista ao Diário do Comércio em outubro do ano passado.
Entre as vantagens, segundo ele adiantou à época, estão o período de cultivo do maracujá, que vai de agosto a março, coincidindo com a fase de desenvolvimento do café, onde a demanda de serviços é menor. Outra é a projeção de venda da fruta, que é positiva. O período de colheita será em pleno verão – como se concretizou agora -, quando as temperaturas são mais elevadas e há forte demanda pela fruta.
“A produção do maracujá acontece na janela do café e, então, é o casamento perfeito. Vou produzir o maracujá para mesa. O projeto é muito interessante porque ficamos muito focados na monocultura do café. É uma boa oportunidade para diversificar e empreender”, disse Tanoue à repórter Michelle Valverde, em 2024. (Com informações da Coopercam)
Ouça a rádio de Minas