Projeto Fruticultura estimula a diversificação em Campos Gerais

A diversificação das culturas é importante para reduzir os riscos e incrementar a renda dos produtores rurais. Para despertar o interesse dos cooperados, a Cooperativa de Café de Campos Gerais e Campo do Meio (Coopercam) lançou o Projeto Fruticultura. A iniciativa tem o objetivo de incentivar a diversificação das fazendas, que, além de produzirem café, possuem potencial para as frutas, como o maracujá e o abacate.
O projeto da Coopercam, desenvolvido em parceria com a Cooperativa Mista Agropecuária de Paraguaçu (Coomap), quer estimular a diversificação da produção, o que é essencial para impulsionar a renda dos cafeicultores.
A ideia vem devido à atividade cafeeira estar enfrentando muitos desafios nos últimos anos, principalmente pelas questões climáticas. Para reduzir os riscos das adversidades na renda dos cafeicultores, uma das saídas é investir na multiplicidade de culturas nas propriedades rurais.
Conforme as informações da Coopercam, as frutas escolhidas para o projeto foram o abacate e o maracujá. A seleção ocorreu pela possibilidade de alta rentabilidade e por necessitarem de uma área pequena para o plantio. Desta forma, o projeto fica acessível para propriedades de diferentes portes.
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A iniciativa tem sido bem aceita e já conta com a participação de nove cooperados. Até o momento, são 20 mil mudas de maracujá plantadas em 10 hectares. No caso do abacate, há cerca de 100 hectares cultivados, que devem produzir em cerca de três anos.
Campos Gerais tem potencial para fruticultura
Conforme o coordenador técnico da Coopercam, Wellyson da Silva Araujo, a escolha da fruticultura, em especial o abacate e o maracujá, ocorreu pelas culturas demandarem espaços menores para o cultivo e possuírem boas expectativas de remuneração.
“Começamos a mobilizar os produtores em fevereiro e, em agosto, houve o plantio do maracujá, que é todo irrigado. A expectativa é muito positiva, porque a colheita do maracujá será em pleno verão, quando há uma demanda grande pela fruta, o que pode gerar um bom retorno financeiro”, reforça.
Até o momento, as estimativas são promissoras e a previsão é colher mais de 30 toneladas de maracujá por hectare. O resultado positivo será importante para despertar o interesse em mais cafeicultores.
“Esperamos que, em 2025, ocorra aumento do número de produtores no projeto. Em Campos Gerais a tendência é que a fruticultura dê certo, porque são áreas pequenas que não comportam outros projetos como gado de leite e o plantio de grãos ou cereais. Pelos levantamentos e por já termos a parceria com a Coomap para a venda da fruta, a tendência é que haja uma boa lucratividade”, aponta o representante da Coopercam.
Diante das perspectivas positivas, produtor planta 12 mil mudas de maracujá
Um dos produtores que apostou no projeto é o cooperado da Coopercam e proprietário da Fazenda Vale da Serra, localizada em Campo Gerais, Tomás Massao Tanoue.
Em março, Tanoue conheceu o projeto e a projeção inicial era plantar 500 mudas de maracujá na propriedade. Porém, com estudos de viabilidade e planejamento, ele plantou 12 mil mudas de maracujá em uma área de 5 hectares. A área, hoje cultivada com o maracujá, não é apta para a cafeicultura, mas tem se mostrado promissora para a fruta. O produtor também está investindo na produção da banana, que vem sendo cultivada no entorno do maracujá.
“Até agosto, eu plantava somente café e, como em muitas fazendas, tenho uma área – de 6 a 7 hectares – que não é ideal para o plantio do café. Então, surgiu a Coopercam com o Projeto Fruticultura e me interessei muito pelo assunto. Para o experimento, minha ideia era plantar 500 mudas, mas achei a ideia muito viável, com boa expectativa de rentabilidade. Então, ampliei o plantio para 12 mil mudas”.
Entre as vantagens, estão o período de cultivo do maracujá, que vai de agosto a março, coincidindo com a fase de desenvolvimento do café, onde a demanda de serviços é menor. Outra é a projeção de venda da fruta, que é positiva. O período de colheita será em pleno verão, quando as temperaturas são mais elevadas e há forte demanda pela fruta. Além disso, têm as festas de final de ano e as férias, quando o consumo também é estimulado.
“A produção do maracujá acontece na janela do café e, então, é o casamento perfeito. Vou produzir o maracujá para mesa. O projeto é muito interessante porque ficamos muito focados na monocultura do café. É uma boa oportunidade para diversificar e empreender”, disse Tanoue.
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