Exportações de ovos de MG caem 85% em agosto

Minas Gerais registrou queda de 84,9% nas exportações de ovos em agosto em comparação a julho, com uma redução de 940 toneladas para 141 toneladas embarcadas. O recuo é resultado do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil e do fim da epidemia de gripe aviária, que desde 2023 vinha derrubando a produção de ovos norte-americana.
Nos oito primeiros meses de 2025, os EUA foram o principal destino das exportações de ovos de Minas Gerais, totalizando US$ 10 milhões em divisas. “Até o mês de julho, nós exportamos. A partir de agosto, não tivemos nenhuma exportação do produto para os Estados Unidos. Essa interrupção acontece principalmente pela questão do tarifaço e pelo fim do problema com a gripe aviária na maior parte dos estados produtores dos EUA”, avalia a analista de agronegócio do Sistema Faemg Senar Nathália Rabelo.
O desempenho mineiro é semelhante ao brasileiro, que também contabilizou recuo nos embarques no último mês em comparação ao mês imediatamente anterior, quando houve uma redução de 5.259 toneladas exportadas para 2.129 (-60%). Os números são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Crescimento no ano ultrapassa 200%
Desde o ano passado, o Brasil vinha batendo recordes de exportação de ovos. Esse cenário de crescimento também foi observado em Minas Gerais, principalmente entre os meses de março e julho. No acumulado de janeiro a agosto, o Estado teve um crescimento de 209% na exportação de ovos quando comparado ao mesmo período do ano anterior. O Brasil obteve um crescimento de 192,2% nos oito primeiros meses, quando comparado a 2024.
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“Esse avanço foi impulsionado principalmente pela abertura de novos mercados, como os Estados Unidos, e pelo aumento da demanda internacional, em parte devido à crise de gripe aviária em países produtores, como os EUA”, pontua o diretor Técnico da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Gustavo Ribeiro.
Com a mudança no comportamento dos compradores norte-americanos, o Brasil tem buscado novos mercados para absorver a produção que vinha sendo destinada aos EUA. “Com os efeitos do tarifaço, vemos a retomada de outros destinos, como os Emirados Árabes Unidos e o fortalecimento para novos importadores, como o México”, comenta o presidente da ABPA, Ricardo Santin.
Confira os destinos das exportações de ovos de Minas (Jan-ago/2025):
- Estados Unidos – US$ 10.015.644
- Chile – US$ 2.983.189
- Angola – US$ 983.417
- Serra Leoa – US$ 391.087
- Emirados Árabes Unidos – US$ 205.005
- Cuba – US$ 189.651
- Mauritânia – US$ 122.645
- Colômbia – US$ 40.719
- Gâmbia – US$ 31.535
Nathália complementa que, além da abertura de novos mercados, o governo e as entidades do setor têm atuado para negociar as condições do tarifaço. “Algumas medidas ainda estão sendo tomadas para uma retomada do mercado americano. Inclusive, na semana passada, uma comitiva do Brasil foi aos Estados Unidos para fazer essa renegociação”.
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Mercado interno é prioridade na comercialização de ovos
“Nós não estamos tão preocupados com os impactos do tarifaço, porque o volume do que é exportado é muito baixo. Minas Gerais exporta menos de 2% do que é produzido. Consumimos muito do nosso produto internamente”, avalia.
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