Queijo Cabacinha estreia no Festival do Queijo Artesanal de Minas

Vitrine dos queijos artesanais de Minas Gerais, o Festival do Queijo Artesanal de Minas, que começou nesta quinta (12) e vai até o próximo sábado (14), reúne a produção de 15 regiões do Estado. O evento, que acontece no Parque de Exposições Bolivar de Andrade, conhecido como Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, tem como grande novidade o Queijo Cabacinha, típico do Vale do Jequitinhonha. Produzido há cerca de 80 anos, o Cabacinha obteve o regulamento próprio no último mês e já há um produtor certificado, o que permitiu a participação no festival.
Além do Queijo Cabacinha, o evento, que é composto por cerca de 15 estandes, reúne a produção dos vários queijos de Minas Gerais. Entre as regiões presentes estão Araxá; Campo das Vertentes; Canastra; Cerrado; Diamantina; Entre Serras (de Piedade ao Caraça); Serro; Triângulo Mineiro; Serras de Ibitipoca; Alagoa; Mantiqueira de Minas e Serra Geral.
Queijo do Jequitinhonha é patrimônio cultural e imaterial de Minas
A participação do Queijo Cabacinha no Festival do Queijo de Minas é considerada um feito histórico pelo presidente da Associação dos Produtores de Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha (Aprocaje), José Valério de Souza Filho. A expectativa com a regulamentação do Cabacinha, que é reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Minas Gerais, é participar de outros festivais e ampliar o mercado para o produto.
“Participar do festival é um momento histórico para todos nós, produtores do Queijo Cabacinha do Vale do Jequitinhonha. A certificação vai nos proporcionar ganhar novos mercados, ampliar as vendas e atuar em mercados que valorizem o queijo. Isso vai proporcionar a viabilidade da nossa atividade. O momento que estamos vivendo é motivo de muito orgulho”, explicou.
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Nove municípios compõem o Circuito do Cabacinha
A região caracterizada como produtora do Queijo Cabacinha abrange os municípios de Cachoeira do Pajeú, Comercinho, Divisópolis, Itaobim, Jequitinhonha, Joaíma, Medina, Pedra Azul e Ponto dos Volantes. Souza Filho explica que a associação está incentivando que produtores busquem pela legalização do queijo.
Na região, o Consórcio Intermunicipal Multifinalitário do Baixo Jequitinhonha (Cimbaje) – responsável pela certificação – trabalha junto aos produtores, principalmente, nas questões de legislação para que os queijos sejam certificados.
“A certificação vai proporcionar dias melhores para as nossas famílias e dias melhores para o Vale. Nos nove municípios que compõem o circuito do Cabacinha são cerca de 300 produtores e, destes, 10% são associados à Aprocaje. A tendência é de crescimento do número de associados e também da produção”, avaliou.

Fazenda Terra Estranha é a primeira a conquistar o registro do Queijo Artesanal Cabacinha
A primeira queijaria a obter o registro de inspeção sanitária para comercializar o Queijo Artesanal Cabacinha do Vale do Jequitinhonha foi a Fazenda Terra Estranha, localizada em Joaíma. Na unidade, a produção do Queijo Cabacinha é conduzida pelo produtor José Alves dos Santos.
Santos disse que o queijo Cabacinha é fabricado de forma artesanal com leite cru produzido na própria fazenda. Cada peça é moldada a mão e, por dia, são produzidas de 40 a 50 unidades.
“Fui o primeiro a receber o certificado de inspeção do Queijo Artesanal Cabacinha. Isso foi uma grande conquista não só para mim, mas para todos os produtores do meu Vale. A certificação vai me dar a oportunidade de participar de eventos, como do Festival do Queijo Artesanal de Minas. Estamos muito felizes com isso, produzo o queijo há 15 anos”, ressaltou.
Festival do Queijo Artesanal de Minas: produção diversificada e de alta qualidade
Em sua 7ª edição, o Festival do Queijo Artesanal de Minas é considerado essencial para divulgar a produção mineira e colocar os produtores em contato com o consumidor final. De acordo com o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, Minas é a terra do queijo artesanal e o setor vem expandindo cada vez mais, mostrando as características diferenciadas de cada região e a qualidade superior dos queijos.
“No festival, são 60 produtores participando. Isso é uma amostra do que Minas Gerais fez, bem feito, nesse setor, especificamente. Até pouco tempo, para nós levarmos os nossos queijos para fora, tínhamos que fazer isso escondido dentro das malas. Hoje, estamos aqui, com os estantes e as associações. São 16 regiões, cada uma com o seu sabor típico, com esse jeito mineiro, mais do que isso, todas elas com uma qualidade ímpar do queijo mineiro. Isso é muito bom. Porque, definitivamente, nós estamos firmando que Minas Gerais é a terra do queijo artesanal”, destacou.
Três queijos no aguardo de regulamentação
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Thales Fernandes, afirmou que a realização do Festival do Queijo, reunindo tantas regiões produtoras, coroa o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos.
“Um evento como esse é muito importante e coroa o trabalho desenvolvido em parceria com diversas entidades. Em 2019, nós tínhamos somente um município que comercializava os queijos para outros estados; hoje, são 295 municípios. Queremos chegar até o final de 2026 com pelo menos 50% dos municípios mineiros comercializando os queijos fora do Estado”, disse.
Fernandes ressaltou que, hoje, estão em processo de regulamentação o requeijão Moreno, o Queijo Cozido e o do Vale do Suaçuí. “Nós não temos mais limite. Faltam agora o regulamento dos queijos de massa cozida, de Suaçuí e do requeijão moreno, o que está agendado na Expoqueijo, em Araxá”, sinalizou.
Origem Minas: parceria Sebrae e Senar para impulsionar negócios
Durante a abertura do Festival do Queijo Artesanal de Minas, nesta quinta-feira (12), o Sistema Faemg e o Sebrae anunciaram a unificação dos projetos Empório Faemg Senar e Origem Minas. A iniciativa busca ampliar a visibilidade dos produtos artesanais mineiros, fortalecer sua identidade regional e gerar mais oportunidades de negócio para os produtores do Estado.
“O projeto Origem Minas, consolidado e reconhecido pelo apoio às agroindústrias mineiras, passará a ter a gestão compartilhada pelas duas instituições. Uma atitude corajosa que mostra desprendimento e foco no cliente. A união proporcionará, aos participantes, o melhor das duas instituições. Capacitações, novas tecnologias, soluções inovadoras serão oferecidas e colocarão empresários em outro patamar de competitividade, sem por em risco a essência e o diferencial dos seus produtos, que é a mineiridade”, explicou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
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