Agronegócio

Queijo Cabacinha é reconhecido como patrimônio cultural e imaterial de Minas

Foto: Daniel Arantes / Epamig
Após aprovação em segundo turno na ALMG, projeto de lei que dá novo status a produto agora segue para sanção do governador Zema

O esperado e merecido reconhecimento aconteceu. Tradicional iguaria mineira, “a Cabacinha” foi, enfim, identificada como patrimônio cultural e imaterial do Estado. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nessa quarta-feira (14), em segundo turno, o Projeto de Lei 2573/21, que declara o tipo de queijo artesanal local com o novo status.

A proposição teve aprovação na forma de um novo texto substitutivo, sugerido pela Comissão de Cultura da ALMG ao texto aprovado em 1º turno com alterações. Com esse aval definitivo, o projeto agora segue para sanção do governador para se transformar em lei.

O PL é de autoria do deputado Doutor Jean Freire (PT) e tem como objetivo valorizar e reconhecer a importância da iguaria produzida no Vale do Jequitinhonha. O autor do projeto lembrou que a produção e o consumo de queijo fazem parte da história de Minas e que o Cabacinha tem um importante papel nessa trajetória.

“O seu modo de produção tem saberes tradicionais. E o reconhecimento pelo poder Executivo pode resultar no fortalecimento da sua produção, consumo e, consequentemente, na geração de renda para diversas famílias, promovendo o desenvolvimento da região e garantindo a continuidade dessa tradição tão valiosa para nós”, declara.

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História preservada

Já a analista técnica do Sistema Faemg/Senar Paula Lobato explica que o objetivo do PL 2573/21 é enaltecer e preservar a difusão de práticas históricas, relacionadas à fabricação e ao consumo do queijo artesanal Cabacinha.

“A intenção disso é agregar valor, é agregar renda e principalmente valorizar essa cultura de produção de queijo na Região do Vale do Jequitinhonha. Essa produção do Queijo Cabacinha na Região do Vale do Jequitinhonha gera renda de muitas agriculturas familiares. É através dessa produção e da venda desses queijos que essas pequenas famílias sobrevivem”, relata.

Ela conta que esse reconhecimento não só agregará mais valor e renda às famílias produtoras, como também trará mais valor cultural e, com isso, beneficiará o turismo na região. “Visto que hoje a população tem tido muito interesse em reconhecer e em saber onde são as regiões produtoras de queijo”, completa. Paula Lobato lembra que o Vale do Jequitinhonha já foi reconhecido como uma região produtora de queijo artesanal em 2014.

A analista também revelou que o próximo passo, após esse reconhecimento, será ainda mais importante: trata-se da regularização sanitária dos produtores. “Esse já foi um primeiro degrau que a gente conseguiu subir e conseguiu vencer, para que agora possamos também fazer a regularização sanitária e a produção adequada desses queijos na região”, conta.

O Queijo Cabacinha

O Queijo Cabacinha possui esse nome em função do seu formato. Ele é feito a partir do queijo cru e o seu processo de produção envolve um período no qual o produto fica pendurado para secar. “Agora a aprovação desse projeto de lei faz com que o poder Executivo, realmente, reconheça essa tradição da produção desse queijo na região”, declara.

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